Bônus parte 2

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Ouço batidas na porta do meu quarto e quando a abro vejo minha mãe do outro lado me encarando com confusão.

- Você e Nahoya brigaram?

- Porquê?

- Bom... Não é do feitio dele bater na porta e pedir para entrar. Muito menos me pedir para te chamar ou "checar se o perímetro está tranquilo". - faz aspas e eu riu.

- Brigamos sim. - me recosto na lateral da porta.

- Algo sério?

- Nem tanto...

- Ainda está brava?

- Nem tanto...

- Quer falar com ele?

- Nem tanto... - ela revira os olhos.

- Vou refazer a minha pergunta anterior, tudo bem? Você vai descer para falar com ele ou quer que eu traga ele aqui?

- Mãe...

- Nada de "mãe", mocinha. Não pode ficar evitando ele só por estar irritada. Se vocês não conversarem nunca vão se resolver e se continuarem assim o relacionamento não vai pra frente.

- A senhora gosta mesmo dele, não gosta?

- Ele é briguento, eu sei... Mas é um bom garoto. - sorrio fraco.

- Eu sei... - suspiro - Pode pedir pra ele vir aqui? - vejo seu sorriso.

- Posso sim. - ela beija o topo da minha cabeça e eu sorrio.

Fecho a porta logo que ela sai e começo a guardar os meus livros da escola na mochila, visto que terminei de estudar. Em pouco tempo ouço batidas na porta e me surpreendo.

Ele deve estar mesmo arrependido. Suspiro e vou abrir a porta.

- Pela sua cara, ainda está brava...

- Entra. - ele o faz e fecho a porta - E então? - me viro em sua direção com os braços cruzados.

Não espero um pedido de desculpas. Nahoya Kawata não se desculpa. Só quero saber o que ele tem para dizer já que veio até aqui.

- Toma...

Ele me estende um pacote e franzo o cenho. Me aproximo e retiro a embalagem de suas mãos, a abro e me deparo com uma barrinha do meu chocolate preferido e um bilhetinho grudado.

"Não queria ter te deixado irritada ou chateada... Então comprei um chocolate para tentar uma trégua. Aceita?"

Ergo meu olhar quando ouço sua voz.

- Não prometo não fazer aquilo de novo. Você me conhece. Eu sou assim. Se eu vir minha namorada machucada eu vou resolver isso por mim mesmo. - ia abrir a boca para falar, mas ele me cortou antes que eu tivesse a chance - Eu sei que você sabe brigar. Sei bem disso.

Riu levemente me lembrando que na primeira vez que nos vimos eu acertei um soco tão forte nele que o vi cambalear para trás. Seu rosto havia virado para o lado oposto e ele havia colocado a mão no lugar.

Achei que depois daquilo nós brigaríamos ou lutaríamos, mas apenas o vi em silêncio e imóvel. Passei por ele trombando em seu ombro e esperando não vê-lo novamente.

Agora, imaginem a minha surpresa quando, no dia seguinte, ao sair da escola, eu o vi na porta me esperando. Achei que ali ele fosse querer uma briga e já estava me preparando, mas não foi bem isso o que aconteceu.

Smiley havia ido lá para me devolver a pulseira que deixei cair no dia anterior. Fiquei surpresa com sua atitude e mais ainda por não ter percebido que perdi a pulseira.

Nahoya KawataOnde histórias criam vida. Descubra agora