Bônus

430 25 6
                                    

Puxo mais a coberta para mim, ao sentir frio, e me viro para o outro lado tateando a cama em busca do corpo que me aquecia durante a noite. Abro os olhos quando percebo que ele não está mais lá e depois de alguns segundos me levanto.

Me arrumo para a escola e desço para tomar café. Vejo um certo ruivo sorridente atrás do fogão e fico com um pé atrás.

- Quê que cê tá fazendo aí?

- Cozinhando.

- Nahoya, você não sabe cozinhar. - coloco minha mochila no pé da cadeira.

- Ha ha ha. - ironiza. Contenho uma risada e o vejo desligar o fogão. Vou até lá e o abraço por trás, apoiando meu queixo em seu ombro.

- Bom dia, colgate. - beijo sua bochecha e seu sorriso aumenta.

- Bom dia, Bela Adormecida.

Ele termina de fazer os nossos pratos e se vira para me dar um selinho andes de irmos nos sentar à mesa.

- Dei de cara com a sua mãe quando vim pra cá fazer o café.

- Ela ainda está aqui?

- Dormindo. Chegou do plantão faz pouco tempo.

- Ah... - queria falar com ela, mas tudo bem. Podemos conversar quando acordar - Hey! - bato em sua mão quando ele tenta pegar minha comida e o ouço rir.

- Você é rápida. - fico boquiaberta quando o vejo colocar o meu bolinho na boca - Mas não tanto.

- Palhaço. - seu sorriso aumenta e pego o bolinho dele.

- Hey!

- Direitos iguais, meu amor.

Terminamos de comer enquanto nos perturbávamos e tentávamos roubar comida do prato um do outro. Pego minha mochila e saio de casa com o Smiley logo atrás de mim.

- Vem, eu te dou uma carona até a escola. - olho confusa para ele - Relaxa, não tenho nenhuma reunião agora e o Angry consegue se virar sem mim.

- Tudo bem. - sorrio e corro até a moto dele.

- E eu vou pilotando.

- Smiley... - me viro lentamente em sua direção.

- Nem vem com essa de "Smiley". Da última vez que você pilotou a minha moto eu quase morri do coração. - diz subindo e dando a partida depois de ligar a moto.

- Quase. - me estende o capacete e eu o pego.

- Anda, sobe logo. - reviro os olhos colocando o capacete e subo na moto em seguida. Meus braços ao redor de sua cintura.

- Não vai para a escola hoje?

- Digamos que eu, infelizmente, esteja com uma doença muito contagiosa.

- Meu Deus... - riu e ele acelera.

Aproveito o vento contra o meu rosto e sorrio com a sensação de liberdade ao fechar os olhos. Paramos nos sinais vermelhos e sempre que voltava a ficar verde o Smiley tinha a brilhante ideia de acelerar com tudo.

Numa dessas eu quase caí da moto e ouvi sua risada alta por isso. Quando eu batia em seu ombro pra descontar, ele descontava o tapa dando uma rabiada e eu só faltava cair de novo. O resumo do caminho foi esse.

Chegando lá ele estaciona a moto na frente da escola fazendo o maior estardalhaço e chamando a atenção de todos que passavam por perto.

- Meus Deus, Smiley...

- Que foi? Eu sou extravagante, meu amor.

Reviro os olhos mantendo um sorriso pequeno nos lábios enquanto desço da moto, em seguida retiro o capacete, o qual ele toma das minhas mãos quando lhe entrego. Vou para o seu lado, sem ligar muito para os olhares, segurando as alças da mochila.

Nahoya KawataOnde histórias criam vida. Descubra agora