Kaiser centric: Família

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Sempre quis 10 minutos felizes com o trio. Já tinha vivido aquilo, mas não esperava encontrar aquela sensação de novo, e Kaiser não poderia vislumbrar melhor. Em suas fotos, as melodias, as risadas altas do bar do Gaudérios Abutres. Quanto mais se concentrava, mais se tornava real. Thiago o cumprimentou e Kaiser acenou de volta. Uma guitarra alta o impediu de ouvir Elizabeth gritando com Joui e o programador reconheceu a ponto de olhar para ela.

Arthur tinha um braço. Na verdade, tinha dois. As fotos o transferiram para o passado e, embora a luz fosse naturalmente azulada — não sabia o motivo para tal, talvez fosse porque eram fotografias —. Em seu ombro, uma mão pesada o paralisou. Conhecia aquela mão e deixou as lágrimas caírem de imediato. Aquele filtro azul de suas memórias borrava completamente como nuvens. Soluçou.

— MENINO?? POR QUE TÁ CHORANDO???

As lágrimas quentes inundavam seu rosto de forma que não conseguia parar. Não chorava em público, jamais deixaria que Chris o visse assim, mas havia pendências demais nunca resolvidas. Kaiser entendia agora. Se tivesse um filho, faria o mesmo.

— Desculpa — falou baixo, limpando as lágrimas rapidamente para se recompor, tentando agir como se aquela vivência dentro de suas fotos não o abalasse.

— Desculpa pelo quê? Vem cá, CADÊ O COISO? DÊ ÁGUA PRO MENINO AQUI, ELE TÁ MORRENDO!

Kaiser deu uma breve risadinha, na época odiaria esse jeitão escandaloso dele. Terminou de enxugar seu rosto e puxou, pelo menos tentou, o brutamontes que era aquele homem.

— Pai, olha, não sei quanto tempo tenho nessa memória, mas... — respirou fundo, era difícil — Quero que saiba que eu... Você é uma das melhores pessoas que já passaram pela minha vida.

— Cesar...

— E eu queria que você tivesse orgulho do que me tornei agora, mesmo que eu não tenha.

Os enormes braços de Christopher abraçaram o moreno. Era aconchegante como um pedaço de sua infância inteira. O rosto que conseguiu secar não durou muito. Esperou anos para dizer aquilo e mesmo que soubesse que Chris nunca escutaria, era como se a alma de Kaiser fosse lavada e purificada por aquele abraço.

Queria dizer que o amava, queria muitas coisas.

...

— ARTHUR, O QUE VOCÊ FEZ? — Joui apertou o ombro de Kaiser, preocupado com o amigo chorando.

— Eu não sei, eu...

— Mai' que gritaria é essa? — Ivete chega no quarto, a voz era acusadora, mas igualmente preocupada.

— Kaiser, volta — Arthur sacudiu o outro, um pouco em dúvida de quanto tempo o seu ritual duraria e como dispersar ele.

O hacker piscou, um pouco desnorteado, o suspiro de Joui era audível. Arthur o envolveu com seu braço o mais forte possível.

— Eu te amo... — murmurou Cohen, não daria para ouvir se não tivesse tão próximo, também apertando o gaudério, sabe-se lá pra quem era a declaração, talvez Kaiser ainda tivesse em seu "sonho".

Ivete deixou escapar um sorriso curto e deu de ombros, inclinando a mão para afagar os cabelos pretos do programador que um dia quase quebrou todos os seus copos do bar.

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Chegamos ao fim de mais um capítulo e queria parabenizar a todes que ainda estão aqui e convidar vocês a deixarem um voto e um comentário pra incentivar o autor porque isso ajuda muito! Estou com encomendas abertas, então quem quiser pedir casal, estou à disposição, só me chamar pra combinarmos <3

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