Capítulo 29 - Os Kru.

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17/09/18 17:00 - Armazém abandonado.

Em um armazém abandonado, porém com incontáveis máquinas que, aparentemente, Sombra levou para o local,Yuina dormia em um tipo de cápsula para ser curada parcialmente, afinal de contas, não queriam lutar contra ela novamente, ou queriam que sua prisioneira escapasse. Enquanto checava os status da jovem, João ficou intrigado com a rápida recuperação da menina, então foi até seu mestre, que se encontrava trabalhando em uma máquina, na mesa ao lado, dessa vez com o corpo de um pequeno garotinho.

João: Meu mestre, perdoe a minha intromissão. — Se ajoelhou perante a ele. —

Sombra: Diga, como vai Yuina? — Sem nem olhar para seu discípulo, continuava a mexer naquela máquina. — Algum progresso?

João: Sim... Na verdade, um grande avanço. Aquela menina... Se recupera de um jeito anormal, praticamente todas suas queimaduras sumiram.

Sombra: Bom, acho que era o esperado, visto o que ela é.

João: — Abaixou sua cabeça, olhando para o chão, mas logo a levantou. — Se me perdoar a curiosidade... O que exatamente ela é?

Sombra: — Levantou suas sobrancelhas, levemente surpreso, olhando para o jovem. — Ah... Eu não te contei, não é?

João: Sobre o quê?

Sombra suspirou, parou de mexer na máquina e falou para João o seguir. O ser, começou a andar dirigindo-se para um cômodo, se assemelhava a um quarto, com duas poltronas uma de frente para a outra.

Sombra: Sente-se, é uma história longa. — Disse enquanto se sentava na poltrona. —

João: Certo... — Se sentou em uma das poltronas. — Estou pronto, mestre.

Sombra: Ótimo! — Respirou fundo e suspirou, olhando-o sério. — Há muito tempo atrás, antes mesmo da Terra ser conhecida por este nome, ela fazia parte de outro planeta. Nesse mundo, existiam diversas criaturas exóticas e até humanos! No entanto, não eram humanos normais como os de hoje em dia, eram especiais, cada um de uma forma diferente! Era lindo...

João: Wow... Parecia incrível! Espera, você viveu isso, mestre?

Sombra: Em algumas de minhas vidas, sim.

João: Entendo. Pode continuar, senhor.

Sombra: Como eu estava dizendo, cada ser humano tinha habilidades especiais e diferentes, dessa forma, decidiram criar tribos para separar cada um. Tinham os, agora, conhecidos como metamorfos, velocistas, criadores, ilusionistas, entre muitos outros! Contudo, um dos mais perigosos de fato, eram os combatentes, mas na época, eram conhecidos como Kru's!

João: — Arregalou seus olhos surpreso. — Você quer dizer que aquela garota...!!

Sombra: Sim, ela é uma Kru. Porém, é curioso, já que todos os humanos daquele tempo foram extintos, não faz nem sentido ela ser uma descendente, pois todos morreram na catástrofe.

João: Catástrofe? Que tipo de catástrofe foi essa?

Sombra: Eu não me lembrei dessa parte ainda.

João: Como assim?

Sombra: — Olhou confuso para seu aprendiz. — Eu não te disso isso? A cada vez que eu morro, renasço, mas perco a maioria das minhas memórias e consequentemente minha força.

João: O quê?! — Exclamou completamente de queixo caído. —

Sombra: É o preço a se pagar pela imortalidade. — Olhou para o teto com as mãos atrás da cabeça. —

João: Entendo... Mestre, como o senhor acha que ela veio parar aqui?

Sombra: São muitas possibilidades, aquele povo não era apenas conhecido por suas capacidades de luta, mas também por sua inteligência. — Fechou os olhos, tentando imaginar algo, mas sem sucesso apenas suspirou e olhou para seu pupilo. — Por enquanto, isso é um mistério.

João: Hm... Tem alguma possibilidade da menina souber de algo?

Sombra: Improvável. Enquanto a curava, tomei a liberdade para ver a capacidade de sua força, mas é bem limitada para uma Kru. Ou seja, tem algo a impedindo de alcançar seu verdadeiro potencial, uma espécie de selo.

João: — Olhava confuso para seu mentor. — Mas o quê isso tem haver com a minha pergunta?

Sombra: Esse selo foi feito mais ou menos na adolescência dela, mas tem outro selo que a impede de acessar memórias antigas...

João: Entendi. Certo, acabaram as perguntas! Obrigado, mestre Sombra! — Se curvou com uma feição séria. —

Sombra: Agora que tudo foi esclarecido, vamos voltar ao trabalho!

João: Entendido!

Após isso, ambos saíram daquela sala e voltaram aos seus afazeres. Na cápsula que Yuina estava, a garota seguia adormecida.

17/09/18 17:30 - Colégio Esper


Na sala de aula especial, Shitake tinha acabado de cobrir os jovens com um tipo de energia invisível, enquanto eles dormiam. O professor, após terminar seu serviço, voltou a se sentar na sua cadeira, parecia cansado.

Shitake: — Soltou um suspiro. — Que inferno, finalmente acabei. É uma bosta fazer barreiras, por isso que eu sempre jogo o trabalho pros outros.

Logo após Shitake terminar, Mat acordou de seu sono. Olhou ao seu redor com a visão um pouco embaçada, então ficou coçando seus olhos. O garoto, se espreguiça e vê que os outros ainda dormiam, mas é nesse momento que ele pega seu celular e vê o horário, que marcava 17:30. O jovem arregalou os olhos e colocou ambas as mãos na cabeça, enquanto berrava.

Mat: PUTA MERDA!! A YUINA!!!

Shitake: — Olhou para o menino escandaloso. — Bom dia pra você também.

Mat: — Inclinou um pouco sua cabeça para a direita enquanto via o seu professor. — Shitake? O que você está fazendo aqui ainda?

Shitake: Cuidando de vocês, não é óbvio? — Colocou os pés na mesa e cruzou os braços. —

Mat: Bom... Ah sim! Aí, eu preciso vazar agora, tem problema?!

Shitake: Não, pode ir.

Mat: Valeu! (Aí, porra, eu tô muito atrasado. Por que vocês não assumiram meu lugar? Até tentei, mas alguma coisa me impediu! Eu só não queria fazer nada por medo... Medroso. Enfim, não importa.)

O colegial rapidamente pegou suas coisas e saiu em disparada para fora da instituição. Após uma hora, Mat finalmente chegou ao local, porém... Não era como ele imaginava. Mesmo depois de tanto tempo da luta, ainda havia ambulâncias pegando pessoas vivas ou mortas, carros de polícia, faixas cobrindo o local e é claro, toda aquela destruição. Vendo a cena, o menino deixou sua mala cair de suas costas, caiu de joelhos no chão com suas mãos na cabeça e olhava para o chão, imaginando incontáveis cenários possíveis e sinceramente? Horríveis e até irrealistas, mas todos terminavam da mesma maneira, com Yuina morta no chão. Isso fez o garoto surtar, ficar ansioso e berrar, chegando a ter até uma crise bem naquele local. Por sorte, haviam médicos e policiais que o seguravam para que o pequeno não fizesse nada além disso. Vendo a situação, os médicos decidiram sedar o garoto, que logo em seguida, desmaiou.

E... Fim!! Assim termina o capítulo 29! Gostaram? Comentem aí, pra eu saber! Além de que podem comentar sobre cenas, fazerem algumas críticas e pá. BYEEE!

(Fim do Capítulo 29 - Os Kru.)

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