Capítulo 47 - Um Ombro Amigo

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19/09/18 17:30 - Colégio Esper (Quadra)


Os alunos estavam em choque, inclusive Yuina, que tinha chegado mais perto para ouvir a história de Mari. Um silêncio ensurdecedor tomou conta do local, até que Victoria levantou sua mão.

Mari: Err... Fique à vontade para falar.

Victoria: Primeiramente queria dizer que sinto muito... Nem consigo imaginar como é para uma garota de... 14 anos passar por tudo aquilo. — Dizia enquanto a olhava com pena. — Mas... E o professor que os treinou? O que aconteceu com ele? Morreu na luta?

Mari: Não. O covarde se escondeu o tempo inteiro. Só o vi no final da luta, quando ele foi me parabenizar, mas, foi aí que eu o matei. — Falava com olhos cheios de ódio. — Aquele desgraçado não moveu um dedo para ajudar ninguém! Eu não consegui segurar minha raiva!

Mat: — Observava atentamente os olhos da garota. — (Aqueles olhos... São iguais aos seus naquela forma... Estava pensando nisso, mas, isso me lembra aquela vez do laboratório. Pode crê! Aquele dia foi doido!) Mari... Isso...

Letícia: Isso teve consequências? Com o pessoal do conselho?

Mari: Não, o julgaram como inútil e apenas decidiram ignorar esse fato.

Letícia: Entendo... — Olhava para baixo. — Sabe, agora ouvindo toda sua história, sabendo de tudo o que você fez... É engraçado. — Dava uma leve risada. — Mesmo depois de ouvir tanto do seu sofrimento, eu ainda não consigo te perdoar.

Mat: Hm? — Olhava para Letícia. — Lê...

Letícia: Desculpa, Mat, mas... Não consigo.

Mari: — Olhando para Letícia, parece que ela já tinha visto aquilo diversas vezes, então abaixou sua cabeça. — Você também... Perdeu alguém importante no ataque, não é?

Letícia: Exato. — Lágrimas se formaram nos olhos da garota. — Minha irmã... Minha irmã de 8 anos... Ela acabou sendo vítima do ataque. Todos de casa iriam ficar até tarde para fazer coisas, inclusive eu, então deixamos ela com meus tios. Que merda!

Shinki: — Ficou chocado com a informação, pois não sabia nada sobre. — Lê... Sinto muito. — Tentou colocar sua mão no ombro da amiga. —

Letícia: — Afastou a mão de Shinki e se levantou, limpando as lágrimas com raiva. — Mas não foi só eu, né? Eu nem sei quantas pessoas perderam seus entes queridos naquele dia! E tudo isso por quê?! Tudo... Por causa dessa maldita batalha e também... — Olhava diretamente para Mari. — Das decisões que você tomou! É tudo, absolutamente tudo, culpa sua!

Mari: — Ainda com a cabeça abaixada. — Eu sinto muito, Letícia. — Sua voz começava a ficar trêmula. — O que você está sentindo agora... Essa dor... Eu a carrego comigo todos os dias. As pessoas não voltam, temos que aceitar isso.

Mat: É... A Mari está certa, Lê, ela fez o que podia. Além do mais, todos nós, em algum momento, vamos perder alguém. Precisamos...

Letícia: — Ouvindo os dois, a garota só ficou com mais raiva. — Grr... Precisamos o quê, Mat?! Perdoar?! Compreender?! Aceitar?! Nada pode reparar o que aconteceu! Nada!

Mari: — Ao ouvir as últimas palavras de Letícia, ela se enfureceu. — Eu também perdi pessoas importantes pra mim, tá legal?! Aqueles que juraram nunca mais usar o Colis, também me disseram que não queriam mais ver a minha cara! E muitas daquelas pessoas eram os meus únicos amigos dessa escola e sabe o que aconteceu com eles?! — Começou a lacrimejar. — Eles morreram! Assim como quase todos que eu conheci! — Suas lágrimas começaram a cair sobre seu rosto. —

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