duty and sacrifice

1

Aemond sentiu seus olhos arderem ao ouvir o decreto do rei. Como um ômega, dever e sacrifício eram as únicas coisas que ele aprendeu a seguir, foi algo que sua mãe sempre o ensinou. Enquanto crescia, a única certeza que ele tinha era de que um dia, ele e Aegon se casariam para governarem juntos, era algo que ele tinha como certo e aprendeu a apreciar seu irmão com o passar dos tempos. Mas agora, com a volta de Rhaenyra, tudo aquilo que ele tinha planejado para si mesmo, havia sido frustrado com um único pedido.

"Isso não está certo, pai." Ele sussurrou em desespero e olhou para sua mãe em busca de ajuda, ela apenas olhou para as próprias mãos enquanto soluçava baixinho. "Eu já estou noivo de Aegon."

Viserys o encarou com pesar e engoliu a culpa que ameaçava aparecer. "Aegon se casará com Jacaerys." Aemond arregalou seu único olho encarando seu pai com tristeza. "Você se casará com Lucerys. É o certo, meu garoto."

Aemond se sentiu traído e retirou o tapa olho fazendo com que o rei desviasse o olhar. "Não desvie o olhar. Olhe o que ele fez." A safira brilhava friamente em direção à ele. "Você acha certo me casar com a pessoa que me machucou?" Quando Viserys não respondeu, ele apenas soltou uma risada em descrença e passou às mãos pelo rosto. "Aegon não gosta de Jacaerys." Sua voz era trêmula e ameaçava falhar completamente, mas ele não desistiu. "Eu não gosto de Lucerys. Aegon e eu nos gostamos. Isso é o certo. Você nos despreza tanto assim para nos causar tanta dor?" Viserys parecia querer responder dessa vez, mas Aemond não deixou. "Você prometeu nos proteger."

"Aemond." A voz de sua mãe também era trêmula, ele se sentiu fraquejar ao escuta-la. Abaixou a cabeça e sentiu que suas lágrimas já haviam molhado sua bochecha.

O rei Viserys parecia mais doente que o normal. Causar dor ao seus filhos não era o que ele queria, mas era a única forma de mantê-los a salvo. "Esse é o único jeito de proteger vocês." Aemond parecia perdido e olhava para ele sem saber como reagir, parecia se controlar para não surtar.

"Ele arrancou o meu olho! Como isso me protege?" Aemond não conseguia entender como seu pai parecia achar que aquilo daria certo.

"Isso evitará uma guerra. Por favor, meu garoto. Entenda." Era mais uma luta perdida para sua meia-irmã. Que frustração! Aemond a odiava, odiava ela e todos aqueles bastardos que ela havia colocado no mundo. Se ele não amasse sua mãe e irmãos, ele voaria sobre Vhagar e queimaria toda a fortaleza vermelha. "Isso voltará a manter nossa família unida. E, com o tempo, acredito fortemente que vocês aprenderão a ser amigos, talvez até cheguem a se amar. Como sua mãe e eu."

"E por que apenas eu estou aqui? Aegon já sabe?" Dessa vez ele olhou para sua mãe que desviou o olhar e encarou o rei.

"Seu pai e eu falamos com vocês separadamente. Baela e Helaena se casarão também." O tom calmo de sua mãe havia voltado, mas seus olhos ainda tinham o brilho melancólico. Aemond sentiu sua garganta arder, mas segurou o choro dessa vez.

"E você concordou em nos vender para os filhos de Rhaenyra?" Aemond se sentiu traído pela segunda vez, ele sempre pensou que sua mãe o protegeria de tudo. Seu tom era acusador fazendo com que sua mãe se encolhesse de culpa.

"Eu não estou vendendo vocês, meu filho." Alicent tentou segurar suas mãos, mas ele se afastou evitando qualquer contato. "É o único jeito de evitar uma guerra e manter vocês seguros." É claro. Sua mãe sempre concordava com seu pai, e ele sempre fazia o que Rhaenyra queria. "Será anunciado no jantar."

Aemond não esperou que eles terminassem de falar, apenas se virou rapidamente e saiu batendo a porta com força. Viserys olhou para Alicent que chorava encarando a porta. "Ele nos perdoará um dia."

Alicent olhou para ele e se aproximou colocando seu rosto no pescoço do rei para se acalmar. "E se aquele garoto voltar a machucar nosso filho?" Ela não parecia convencida dessa ideia, mas não deixaria que ninguém além do rei soubesse disso. Ela respeitava suas decisões.