Adrian Alucard Tepes.

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A inveja é uma atitude errada, que nos leva a caminhos pecaminosos. Inveja é querer ter o que outra pessoa tem, eu sinto inveja, eu queria ter paz, uma família viva e alguém para que eu abrace quando uma crise começa.

Inveja de não ter um amigo para compartilhar algo, conversar ou desabafar… Era tão irônico, eu como filho do Drácula querendo algo tão simples e ao mesmo tempo tão difícil de conhecer.

Mas logo que começo a ter esse sentimento ele se esvai em minutos, pois apesar de toda dor que a morte de meu pai causou de todos os traumas que ele deixou. 

Fico até hoje me remoendo por tudo, três meses depois e ainda , uma hora ou outra fico triste por me aparentar que está tão bem.

 E eu estou aqui, carente? Triste e de certa forma depressivo.

 Meu pai sempre soube do meu maior trauma, sobre ficar sozinho com um vazio no peito, deixado de canto, uma segunda opção , sempre vindo atrás de mim quando precisarem de algo ou ajuda para algo.

 Eu não poderia culpar Trevor nem Sypha, eles tinham suas vidas para viverem, mas mesmo assim, todas as vezes eu os perdoei por algo que eles nem sabiam.

Palavras machucam e me considero sensível por deixar algumas palavras deles me afetarem, me sinto um idiota, apenas três dias depois da morte de meu pai eles partiram… É como eu falei antes, não posso culpa-los apenas porque sou egoísta de querer eles pertos.

 De início, eles foram minha falsa paz, foram um dos meus piores erros, mas também foi meu acerto; eu tentei, juro que tentei, mas infelizmente não consigo ser o que eles pensam.

[...]

Eu fiz meu último pedido… Um último fio de esperança que residia em meu peito, a última linha de sanidade que me restava.

Então, ele apareceu, um jovem que do nada invadiu meu castelo e me abraçou com força, beijando meu rosto suavemente e me dizendo que tudo iria ficar bem.

Ele foi a minha última esperança, meu último pedido que foi atendido, ainda quando eu já nem acreditava mais na paz e no carinho.

Com o passar do tempo, para ele minha boca é suja pelas coisas que eu falo…

Me perdoe por isso, mas o sujo não pode falar do mal lavado, a cada segundo é cada monstruosidade que sai de sua boca.

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Eu lembro de quando minhas pálpebras se abriram vagarosamente, ainda embaçados pela dor latente em minha cabeça, graças às horas de choro.

 Num pulo, me sentei na cama, notando que estava enrolado no lençol. Demorou até me lembrar de tudo que lhe aconteceu nas últimas horas.

[...]


Minha visão estava embaçada e sentia dores fortes na cabeça, eu havia acordado completamente dolorido.

Me sento na cama, colocando alguns travesseiros na parte das minhas costas, e olhei em volta.

Pinturas espalhadas pelas paredes do grande quarto, telas não terminadas e os livros de literatura francesa nas estantes.

Eu estava no meu quarto.

— Mas o que…? — Digo esfregando os olhos e passando uma mão levemente pelo meu cabelo.

 Eu quis entender como eu fui parar no meu quarto, eu não me lembrava de ter chegado aqui, apenas de chorar no antigo escritório do meu pai e desmaiar…

— Você fala enquanto dorme. — uma voz familiar falou no fundo do quarto. — Não deve ser com tanta frequência, eu acho… — 

Me viro quando reconheço a voz, era o garoto que invadiu meu castelo e simplesmente me abraçou antes de desmaiar.

— Que bom que acordou —  disse o rapaz, com uma bandeja com chá e sopa rala em seu colo, que pelo cheiro era de cenoura a sopa.

Eu pude reparar que ele é um homem alto, magro ele usava uma blusa preta com mangas curtas, que definia bem seus músculos. Um colar envolvido em seu pescoço tinha um pingente, que parecia ser uma rosa prateada.

A combinação perfeita estava presente nos olhos dele, era a heterocromia mais incomum e mais bela do mundo, seu olho esquerdo era de um tom roxo escuro com alguns pontos de luz, enquanto o olho direito era cinza enegrecido com os pontos de luz amarelados.

Havia uma sombra em seu olhar, claro, não era nada de maligno apenas a combinação de seus olhos levemente puxados e caídos somados aos enormes e exuberantes cílios longos e negros.

 Sua pele um pouco pálida, seus fios de cabelo, longos e negros estavam presos em um coque, suas unhas pintadas da mesma cor que o cabelo.

— Você.

— Eu tomei a liberdade de fazer algo pra você comer. —  ele se levanta da poltrona e vem na minha direção com passos lentos, segurando a bandeja.

Ao se aproximar, ele coloca a bandeja sob meu colo, com lentidão eu começo a tomar a sopa.

Eu o olhava desconfiado enquanto levava a colher em meus lábios e tomava a sopa… Estava boa.

— Você deve está se perguntando o porque estou aqui… — 

— Você deve está se perguntando o porque estou aqui… — 

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𓏲 ๋.˚ 𝕷𝖔𝖛𝖊| ᴹᵃˡᵉ ᴿᵉᵃᵈᵉʳ. ⊹˚.𓂅Onde histórias criam vida. Descubra agora