Capítulo um: Eros Academia. - Parte 1.

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Os corredores eram preenchidos pelos burburinhos dos alunos, que caminhavam apressadamente pelas largas passagens, em direção a suas respectivas salas ou vasculhando seus armários à procura dos livros didáticos

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Os corredores eram preenchidos pelos burburinhos dos alunos, que caminhavam apressadamente pelas largas passagens, em direção a suas respectivas salas ou vasculhando seus armários à procura dos livros didáticos. Os raios solares adentravam as grandes vidraças, iluminando o chão e as grossas paredes de mármore, detalhadamente moldadas, carregadas das mais deslumbrantes e inquietantes histórias em suas pinturas.

Talvez pelo cansaço, não tenha notado o quão vasta era a Academia quando cheguei aqui. O chão era tão bem polido, que até mesmo correr poderia se tornar perigoso ali. Perdi as contas de quantas vezes observei os alunos ora tropeçando em seus próprios pés ora escorregando no piso, derrubando seus livros ou derrubando uns aos outros.

Provavelmente não estavam totalmente acordados, perdidos entre a realidade e o mundo dos sonhos, no qual Morfeu os acolhia.

Por mais que Hélio brilhasse em esplendor sobre o solo fértil da deusa mãe, o ar que soprava era gélido ao beijar minha pele, ainda que ela estivesse sob o cardigã escuro e mesmo que a maioria das janelas estivessem fechadas, a brisa leve proporcionava arrepios que alastravam-se por minha nuca.

Me permiti vasculhar meu armário a procura do livro de história, o qual não recordava-me se já havia o colocado ali ou o deixado nos meus aposentos. A imagem das escadas que precisaria subir para alcançar o quarto com o intuito de buscar somente o exemplar pesado, me fez soltar um suspiro desanimador ao concluir que, realmente, o havia esquecido nas estantes do dormitório. Tranquei o armário após pegar os cinco demais livros que utilizariamos hoje, tentando a todo custo arruma-los dentro da maleta de formato retangular, revestida em couro sintético, enquanto caminhava apressadamente em direção às escadas de mármore.

Enquanto meus pés marchavam sobre o piso lustroso, meus lumes vagaram pelo grande salão central. Era impossível não notar as pinturas grandiosas gravadas no teto acima de nossas cabeças.

Nelas, a imagem dos grandes deuses contanto as suas trajetórias por meio das cores vibrantes, como o verde intenso que adornava a imagem de Gaia ou o prata imponente sobre a lua de Selene. Aquele amontoado de eventos cravados em um único espaço era belo demais para ser observado rapidamente, sendo diferente das pinturas fotografadas nos livros.

Ali, pude observar suas rachaduras e sua tintura já fraca com o tempo, sussurrando silenciosamente para mim, a beleza da imperfeição.

Observei os alunos transitarem de um lado a outro, e então admirei uma garota de cabelos volumosos tão rubídos quanto o fogo, vestida em seu uniforme passar em frente aos meus olhos. Minha mão segurou a minha própria saia, semelhante a dela e naquele momento pude admirá-lo mais uma vez.

A blusa social branca envolvia minha pele sob o cardigan verde escuro de mangas bufantes e aconchegantes, o qual possuía uma pequena flor de Lírio em seu lado esquerdo, rente ao peito. O tecido da veste longa sob minha palma era macio, o qual alcançava a altura dos meus joelhos, sendo segurado pelo cinto de couro sintético em minha cintura, já que o tempo era curto demais para fazer uma pequena pinça em seu cós.

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⏰ Última atualização: Mar 21, 2023 ⏰

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