Capítulo 6

2.9K 374 151
                                    

P.O.V. LENA LUTHOR

— Que comunicado foi esse? — Sam entra no meu escritório sem bater na porta, algo corriqueiro, mas muito desagradável. Ela não tem nenhuma etiqueta.

Fecho rapidamente meu e-mail, tentando parecer tranquila, mas estou longe disso.

Estou enojada. Intrigada.

Profissionalmente intrigada, não que esteja querendo descobrir quem me enviou o e-mail. De jeito nenhum. Não vou nem mesmo dar mais importância para um e-mail desses. Tampouco decorei frase por frase, palavra por palavra.

Isso não tem nada a ver com o fato de eu ter ficado excitado — nem um pouco —, mas sim com o bem-estar da empresa.

Eu tusso.

Mudando de assunto...

— Quando você vai aprender a bater na porta?

Nem um pouco ofendida, Sam se senta na cadeira em frente à minha mesa e cruza as pernas, sobrancelhas erguidas e um sorriso arrogante.

— Conta o que aconteceu para você enviar esse comunicado.

Endireito uma pilha de papéis que já estão em ordem. Troco a caneta de lugar. Clico no mouse. Com cara de poucos amigos, aponto para a mesa.

— Você tem os dados da fase de testes das novas barracas? É por isso que está aqui?

— Claro que não! — Ela ri. — Não tive tempo ontem à noite para fazer uma planilha. Estava ocupada de outra forma. — Sam balança as sobrancelhas.

— Preciso desses dados, Sam.

— Sim, sim, eu sei. — Ela acena. — Vou te entregar. Relaxa... Alguém foi pego acessando pornografia?

— Não. Graças a Deus.

— Alguém fazendo sexo? — Sacode as sobrancelhas novamente.

— Não, exatamente. — Recostando-me na cadeira, resmungo infeliz. — Mas quase.

Interessada, Sam bate as mãos e as esfrega uma na outra.

Fofoqueira.

— Me conta mais.

Sam é minha melhor amiga e confidente. Sei que se mostrar o e-mail, ela vai manter a boca fechada, pelo menos para outras pessoas, mas não tenho a menor dúvida de que vai me encher a paciência. Esse tipo de sacanagem não acontece comigo com frequência, e isso é material dos bons para ela me perturbar. Puta merda.

Pigarreio.

— Alguém me enviou uma mensagem altamente imprópria através de um e-mail da empresa. Totalmente fora dos limites.

Soou como se eu fosse uma puritana. Igual a minha avó.

— Imprópria? — Levantando-se, minha melhor amiga circula a mesa em dois segundos, inclinando-se avidamente sobre meu ombro para ver minha tela. 

— Mostra. Quero ver.

— Pare de respirar no meu cangote.

Animada, ela me ignora.

— Quem foi? Mostra.

— O e-mail é anônimo.

— Ainda mais divertido. Deixe-me ver.

Ela me empurra com o cotovelo, implorando feito uma criança de cinco anos, provavelmente porque não temos segredos.

— Isso fica entre nós — advirto severamente, e ela concorda.

Com Amor, Sinceramente, Sua - Supercorp Onde histórias criam vida. Descubra agora