24 - Abelardo

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Lá se vai o solitário Abelardo,

Abelha sem colmeia,

Pois tinha pinta de independente,

Na verdade era muito presepeiro,

Fato que era muito carente,

Seu lugar mesmo era um vespeiro,

Querendo todo o mel para si.


Então partiu!

Agora é camelão errante:

Farta-se de flor em flor,

Tanta cor, derrete-se no amor,

Mas não por muito tempo,

Não pode ser tão dependente.


Não terá uma flor pra chamar de sua,

Nem mais um teto pra estocar o doce.

Fará serenatas até para a dona lua,

Nas insônias que tomarão todas as suas noites. 

Complicado ABCOnde histórias criam vida. Descubra agora