2 - Composição

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Tinta preta para os soturnos versos

Nas horas contritas de solidão,

Contornando linhas do universo,

Condensadas num engenho de limitação;

Para trazer, também, pra perto

Algumas tormentas de infindas razões.


A caneta vermelha traz as chamas

Que borbulham em efusivos sentimentos

E compara as feições que usamos como escamas

Nas trilhas dum escorregadio firmamento;

Em sua cor ferve mistérios de quem ama

E eu nos seus delírios me esquento.


Na pena azul se desenham as tristezas,

Mas também suspiros de tranquilidade,

Se iluminam rabiscos de clareza,

Voam luzes de harmonia e amizade;

Também há nela lampejos da natureza

E os beijos aquosos da saudade.


Sistemas, lirismo, criação.

Poemas, florismos, composição.

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