CAPÍTULO 10

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Maré Azul corria de lá para cá, com Pernas de Guaraná e Amoreira, com gatária presa na boca. Os dois deixaram Amoreira sozinho, cuidando dos outros gatos que ficaram com tosse branca, quando um dos gatos soltou um guincho.
Era Rio Congelado. Maré Azul olhou com os olhos encharcados para o pai, mas era tarde demais. Ele havia sido afetado com a doença, e não mostrou nenhum sintoma antes que ela se tornasse mortal.

– Tentaremos o máximo para te salvar, Rio Congelado. – miou Pernas de Guaraná.

A curandeira saiu da clareira principal, para buscar as ervas nescessárias para curar o prisioneiro.
Ela voltou com um chumaço de ervas, e fez com que o prisioneiro mastigasse todas.

– Não, Pernas de Guaraná. – miou Maré Azul. – É tarde demais.

– E que você quer dizer com é tarde demais? – ela miou. Sabia que não conseguiria convencer a gata de que Rio Congelado era um caso perdido, se ela não quisesse.

– Ele é um caso perdido. – miou Maré Azul – A doença já o contaminou, e, mesmo que o Clã das Estrelas queira, não podemos salva-lo.

O felino lambeu carinhosamente a cabeça do pai, que guinchava por causa da dor.

– Ele não é um caso perdido! Podemos salvar ele se... Se...

Não podemos salvar ele! A doença já o devastou por completo.

O felino olhou a curandeira. Seus olhos estavam arregalados. Mas, antes que ele pudesse dizer algo para acalma-la, o prisioneiro parou seus guinchos com um espasmo; Rio Congelado morreu.

Gatos Guerreiros - Floresta DensaOnde histórias criam vida. Descubra agora