Eu quero tudo, Jude

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Essa one é pra quem assim como eu foi enganado por panfletarem O Príncipe Cruel errado. Comecei a ler achando que seria um livro de romance e me deparei com desenvolvimento pessoal e política.
Mas me apaixonei totalmente pelo universo, e pelas poucas migalhas de romance que teve

Relembrando: ⚠️Contém spoiler⚠️
O texto em itálico são partes retiradas do livro A Rainha do Nada.

Espero que gostem 💚
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 — Eu te amo — falo, as palavras saindo numa torrente ininteligível.
Cardan parece surpreso. Ou talvez eu tenha falado tão rápido que ele nem sequer entendeu o que falei.
— Não precisa dizer isso por piedade — afirma, com grande deliberação. — Nem porque fui amaldiçoado. Já pedi que você mentisse para mim, nesta mesma sala, mas imploro que não minta agora.
Minhas bochechas ficam quentes com a lembrança dessas mentiras.
— Eu não me permiti ser fácil de amar — argumenta ele, e ouço o eco das palavras da mãe nas suas.
Quando imaginei contar para ele, achei que falaria as palavras e que seria como arrancar um curativo, doloroso e rápido. Mas não achei que ele fosse duvidar de mim.
— Comecei a gostar de você quando fomos conversar com os governantes das cortes inferiores — confesso. — Você foi engraçado, uma coisa bem estranha. E quando fomos a Mansão Hollow, você foi inteligente. Eu ficava lembrando que foi você que nos tirou do grande salão depois da coroação de Dain, logo antes de eu encostar aquela faca em seu pescoço. — [...] — Depois que o enganei para que se tornasse Grande Rei — prossigo. — Eu achava que, se me odiasse, eu ia poder voltar a odiar você. Mas não foi o que aconteceu. E me senti tão idiota. Acreditei que ficaria de coração partido. Pensei que fosse uma fraqueza que você usaria contra mim. Mas, então, você me salvou do Reino Submarino, quando teria sido bem mais conveniente me deixar apodrecendo por lá. Depois disso, comecei a ter esperanças de que meus sentimentos fossem recíprocos. Mas, então, houve o exílio... — Respiro com dificuldade. — Eu escondi muita coisa, acho. Acreditei que, se não fizesse isso, se me permitisse amar você, eu queimaria como um fósforo. Como uma caixa de fósforos inteira.
— Mas agora você explicou — diz ele. — E me ama mesmo.
— Eu te amo — confirmo.

_*_

Ele me puxa para perto e ficamos os dois deitados no sofá. Sua mão acaricia meus cabelos com delicadeza.
— Nunca imaginei que ouviria essas palavras saindo pela sua boca.
Eu quero dizer que nunca me imaginei dizendo elas também, mas fico em silencio. Seus dedos traçam o contorno do meu rosto e pousam sobre os meus lábios. Seus olhos negros são intensos e imagino se o encaro da mesma forma: com desejo. Por que é exatamente assim que me sinto. Sua calda se move empertigada.
Eu me inclino sobre ele, tocando minha boca na sua, fazendo um arrepio se espalhar pelo meu corpo. Quando sua boca se abre eu tremo. Isso é real. Cardan é real e está vivo.
Ele me puxa mais para cima e preciso abrir minhas pernas para me encaixar sobre ele, já sentindo seu pau endurecer. Suas mãos passeiam por todo o meu corpo e param na minha bunda, me pressionando mais sobre ele. Sorrio entre beijos, precisando respirar para absorver tudo. Minha boceta pulsa necessitada. Que se fodessem todos os feéricos no salão, porque a partir desse momento O Grande Rei de Elfhame é apenas meu, da sua Rainha.
O encaro de cima, inebriada com o controle de estar sob ele, minha excitação aumentando com o sorriso malicioso que curvou os seus lábios. Cardan sabe que é lindo e sabe como isso me afeta, ainda mais tê-lo tão submisso. Mas eu também sei que ele adora ser mandado.
Mas contrariando meus pensamentos, ele se levanta e eu me deito de costas. Meus olhos acompanham seus dedos desabotoarem suas roupas, sua cauda balança inquieta, o único sinal de que ele está nervoso. Peça por peça. Cardan nunca foi alguém musculoso, pelo contrário, seu peito é magro e sua barriga plana, mas ainda assim, magnífico e dono de uma beleza imortal. Ele sorri quando meus olhos vão para o seu rosto de novo e me sinto tola de uma forma totalmente humana. Odeio me sentir vulnerável e a simples presença de Cardan é capaz disso.
Mas se tem uma coisa que aprendi em um mundo de monstros e seres imortais é que se não pudesse ser melhor que eles, me tornaria pior. Bem, bem pior. Por isso me levanto e arranco todas as minhas roupas, ciente de cada novo hematoma e inclusive a nova cicatriz que quase me matou, cortesia de Madoc.
Cardan me olha faminto, mas não permito que ele perceba como me sinto insegura. Ele me deseja tanto quanto eu o desejo e vou me agarrar a isso.
— Se você ousar dizer alguma coisa... — rosno, mas ele me interrompe.
— Já sei, você me mata? — odeio o tom sedoso da sua voz, a forma desleixada com que pronuncia cada sílaba.
Ele volta para o sofá me puxando junto e não me surpreendo quando meu corpo me desobedece e minhas pernas se abrem para ele se acomodar, ainda sorrindo daquele jeito encantador e irritante. Eu quero gritar contra isso, por que parece que não importa quantas vezes ele me olhe assim, eu nunca irei me acostumar. É muito mais íntimo do que estarmos nus.
— Eu jamais debocharia de você, Jude.
Ele retira os anéis dos dedos, um a um e a expectativa cresce sobre mim. Meu centro lateja encharcado. Eu quero Cardan e dessa vez não existe nada entre nós, nenhuma mentira, nenhuma encenação. Ainda me assusta, é claro.
Madoc me criou para a guerra, me tornei alguém como ele. A corte das sombras me ensinou a espionagem e me tornei uma assassina. Me digam quem devo matar e não hesitarei, o medo existe, mas é algo que eu tenho controle. Mas Cardan... era muito mais fácil odiá-lo, quando ele era tão cruel quanto desprezível. Mas com ele eu aprendi a amar, e passei a confiar algo que não confiei a ninguém: meu coração. E isso eu não posso controlar.
Ele deposita os anéis no chão e se debruça sobre mim, sua boca buscando a minha com ferocidade, nada da delicadeza de alguns minutos atrás, sua calda se enrolando na minha perna. Afego quando ele se insinua para frente e posso sentir com precisão o seu pau roçar em mim, espalhando minha lubrificação.
Suas mãos tocam minhas coxas em volta do seu quadril, subindo pela minha pele de forma torturosa, causando incêndios onde ele toca. Agarro os seus cabelos com força, sua boca espalhando beijos pelo meu pescoço e se demorando na clavícula, eu preciso de mais.
— Cardan... — as palavras somem quando ele agarra meu seio com a mão e a boca morde o bico entumecido. Agarro com força o estofado do sofá, precisando morder os lábios para me impedir de gemer muito alto. Outra coisa que odeio é que ele sabe exatamente o que está fazendo. Não me enciuma pensar com quantos outros ele esteve, mas odeio da mesma forma.
Ele suga a auréola e jogo a cabeça para trás, soltando os sons mais vergonhosos de toda a minha existência e amaldiçoando até a 10° geração da família Greenbriar. Cardan se reveza entre meus seios me fazendo se contorcer, cada vez mais sensível e sedenta, minha boceta escorrendo de excitação.
Estou tremendo quando ele abandona meus seios e desce distribuindo beijos pela minha barriga, se demorando no ferimento ainda em cicatrização.
— Cardan...?! — Minha voz é pouco mais que um sussurro.
Ele se ajoelha abrindo mais as minhas pernas, quando se inclina na direção do meu centro, me dá aquele sorriso travesso que contrasta com as orelhas pontudas, os cabelos bagunçados, sua cauda de move ansiosa. Nenhum pouco humano.
— Eu quero tudo, Jude.
E então suas mãos abrem meus lábios e simplesmente esqueço que tenho um nome, esqueço que sou A Grande Rainha de Elfhame e esqueço que deveria fazer menos barulho. Tudo que consigo pensar é naquela língua atrevida determinada a sugar cada gota da minha existência.
— Você é ainda mais deliciosa do que imaginei.
Ele geme e sinto que posso gozar apenas com isso. Cardan se banqueteia, com sugadas precisas por toda a minha boceta, provando toda a minha essência e eu lhe dou tudo. Me entrego totalmente e deixo que ele me veja extremamente vulnerável. Meu rei, meu marido. Só meu.
Cardan suga meu clitóris ao mesmo tempo em que enfia dois dedos em meu interior. Minhas mãos agarram seus cabelos, minhas pernas envolvem seu pescoço e me descontrolo. Minha boceta se contraindo em torno dos dedos dele que me exploram com tanto afinco quanto a sua língua. Ele geme e um pequeno pedaço de mim, ainda intocado se entrega. Ofereço tudo o que posso, mas de longe suficiente.
Meu corpo treme e sei que estou perto, preciso dele dentro de mim, agora. Mas não tenho forças para afastá-lo. Minha visão escurece quando o orgasmo me atinge, com tanta força que mal consigo respirar e Cardan não para, ele continua recebendo tudo o que lhe dou, provando todo o meu gozo. Um prazer emenda o outro e só quando minhas pernas estão totalmente trêmulas ao ponto de eu não conseguir mais mantê-las em seu pescoço que Cardan cobre o meu corpo com o seu.
— Eu definitivamente posso me acostumar a te ver assim.
Seus dedos afastam mechas grudentas de suor do meu rosto e me beija com carinho. Mas ao primeiro contato da sua língua na minha e todo o alvoroço retorna, quando sinto meu gosto a necessidade de tê-lo volta com tudo. Agarro os seus cabelos, já me sentindo frenética e desesperada. Levo uma das mãos para o meio de suas pernas e agarro seu pênis, ele geme se afastando para me observar. Movo minha mão pelo seu comprimento, Cardan está duro e inchado. Minha boca se enche d'água, mas preciso dele agora, posso tentar outras coisas depois.
Depois... Sim, vai haver um depois. Porque Cardan não vai embora, Cardan está bem e nada nem ninguém irá nos separar.
Eu o guio para a minha entrada, encharcada de gozo e lubrificação. Ele me beija de novo, uma confirmação silenciosa e ele me penetra, de forma lenta e contínua até que todo o seu pau está dentro de mim. É tão certo que quase não há palavras para expressar a sensação.
— Diga de novo. — Cardan pede em um sussurro os olhos presos nos meus quando ele desliza os quadris para trás.
Eu sei o que ele está pedindo, não há mais medo ou insegurança em meu coração quando sussurro:
— Eu te amo.
E ele arremete de novo, forte dessa vez e nós dois gememos juntos.
— De novo — ele pede.
E é como a primeira vez, quando ele me pede para dizer que o odeio. Só que agora não há mentiras entre nós.
— Eu te amo — minha voz falha conforme ele aumenta a velocidade, seu quadril se chocando contra o meu — te amo te amo te amo...
Choramingo quando Cardan toma meu seio na boca, incapaz de lidar com todas as sensações. Minhas pernas grudam nos seus quadris, implorando para que ele vá mais fundo, mais forte, mais rápido. E é o que ele faz.
É assustador e inebriante. Amar tanto alguém ao ponto de não conseguir se imaginar vivendo sem ele. Toda sua crueldade do início se tornou insignificante, parece que foi a décadas atrás. Não somos mais os mesmos.
O orgasmo veio tão rápido que não estou nem de perto preparada. Acho que gritei, porque quando me dou conta Cardan está com os lábios grudados nos meus e seu corpo treme sobre mim.
Vários minutos se passam enquanto tentamos normalizar nossas respirações. Eu me sinto uma bagunça, totalmente cheia e satisfeita. Como acho que nunca estive antes. Acaricio distraidamente o seu rosto, o contorno da orelha pontuda. Cardan se inclina em direção ao meu toque, seu peso em cima de mim não é incomodo, parece... certo. Ainda posso ouvir os sons da festa na sala do trono, a música e a falação dos feéricos preenchem nosso silêncio.
Cardan se afasta, desconectando nossos corpos e me puxa para cima dele, me aconchego em seu peito, ainda estamos em silêncio, mas não é ruim.

_*_

— Como foi? — pergunto. — Ser serpente?
Ele hesita.
— Foi como estar preso no escuro — responde ele. — Eu estava sozinho, e meu instinto era atacar. Acho que não virei totalmente animal, mas também não era eu mesmo. Não conseguia argumentar. Só havia sentimentos: ódio, terror e o desejo de destruir.
Começo a falar, mas ele me impede com um gesto.
— E você. — Ele me olha, os lábios se curvando em algo que não é bem um sorriso; é mais e menos que isso. — Eu reconhecia pouca coisa, mas sempre reconhecia você.
E, quando ele me beija, sinto como se finalmente pudesse respirar de novo.

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Então foi isso, eu realmente precisava extravasar alguma coisa e esses dois são tão perfeitos juntos... Não tô preparado para abandonar esse universo 😭

Espero que tenham gostado 💚

Eu Odeio Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora