Narrado por Aurora Garcia
*dois meses depois*
Eu e minha mãe nos mudamos para Los Angeles a um mês, ganhei um carro de presente do meu pai e fui aceita na UCLA, vou começar meus estudos daqui a dois meses estou meio sem ter o que fazer aqui desde que cheguei, só arrumei minhas coisas e resolvi as coisas da faculdade, meu pai ficou o mês inteiro falando que ia me levar no tal centro de recuperação mas sempre esquecia e eu acabava ficando para trás.
- Filha se arruma, vamos para o centro de recuperação hoje, falei com o pessoal e concordaram de você participar das terapias abertas para o pessoal de fora, as em grupo que eu te falei.
- ah, papai é claro, vou me arrumar e descer - tomei um banho rápido e coloquei a primeira roupa que vi pela frente, não estava muito afim de ir, mas fiz isso pelo meu pai, fiz uma maquiagem básica para tirar minha cara de defunto e desci.
Meu pai já estava me esperando para sair então, ele só pegou as chaves do carro e nós fomos.
Chegando lá era um lugar bem bonito na verdade parecia uma casinha e tinha um lindo jardim na entrada, pedi ao meu pai para que me indicasse onde eu podia beber água.
Estava andando um pouco perdida pelos corredores da clínica, pois era minha primeira vez lá e acabei esbarrando em um garoto, devia ser um três ou quatro anos mais velho que eu, loiro, com muitas tatuagens, olhos fundos e misteriosos, mas que possuíam um brilho intenso.
- Ei, garota, olha por onde anda, vc é cega?
- Me desculpa, é a primeira vez que eu venho aqui.
- Eu reparei, agora me dá licença, já tenho que aturar essa palhaçada não preciso aturar você.
- Tchau para você também - Não falei alto o suficiente para ele escutar mas minha nossa que garoto idiota, o que eu fiz para ele me tratar assim, bom deve ser o efeito das drogas, no fundo eu fico com pena das pessoas que veem aqui, mas a maioria é rude desse jeito, eu me assusto quando eu vejo alguém tão jovem assim e aqui.
Me desviei dos meus pensamentos e fui até a sala que acontecia a terapia em grupo, o menino que esbarrei restava lá sentado em um canto distante de todos, perto dele tinha uma moça de cabelos pretos e com lindos olhos, porém visivelmente cansados, imagino que seja a mãe dele, essas coisas me deixam de coração partido, não gosto de ver uma mãe nessa situação tão triste.
Todos começaram a desabafar seus problemas, enquanto meu pai e a psicóloga ouviam e tentavam ajudar, fiquei concentrada ouvindo o que cada pessoa falava, quando chegou a vez de uma moça, com uma história tão triste que eu preferi me retirar para tomar um pouco de ar, senti que choraria a qualquer momento e não faria isso na frente dos pacientes.
Fui para parte do jardim, conversando com uma amiga do Brasil no celular quando olhei para frente vi que ele estava ali bem perto de mim.
- O que foi? Deu para me seguir agora?
- Pelo o que eu sei esse lugar aqui é público durante a terapia em grupo, não sabia que você era o dono.
- Olha só garota, eu não quero perder meu tempo, acho prefiro escutar o babaca daquele pastor do que escutar você.
- Veja lá como você fala, ele é meu pai e vc não é obrigado a está aqui, porque simplesmente não vai embora se odeia tanto esse lugar e quem está aqui, ninguém é culpado pelos seus problemas, então comece a tratar as pessoas com mais decência por favor.
- O porquê de eu está aqui não te interessa, você não acha que tá muito abusada para uma filhinha de pastor não? Você sabe com quem está falando?
- Não sei quem você é e me desculpe se te tratei mal, mas você é muito estressado, o que eu te fiz afinal?
- Você não me fez nada, eu sou assim mesmo - ele ficou um tempo me encarando como se quisesse dizer algo mas não conseguia, até que ele disse bem baixo, mas eu consegui ouvir - me desculpa.
Depois de dizer isso ele simplesmente foi andando para o lado de fora do centro de recuperação e eu entrei de volta, um pouco confusa com o que tinha acabado de acontecer e por que ele me pediu desculpa, ele não tem cara de quem se desculpa.
Estava na recepção da clínica quando a mãe daquele rapaz se aproximou de mim.
- Oi com licença, você sabe me dizer onde está meu filho, os seguranças disseram que viram você com ele
- Então ele foi embora eu acho que ele não estava se sentindo muito bem, como a senhora se chama?
- Me chamo Pattie e você como se chama?
- Aurora, Aurora Garcia
- Então você que é a filha do pastor Ricardo?
- Sou eu sim, é um prazer conhecer a senhora e o seu filho como se chama?
- Ele não te disse? Nossa onde está a educação desse menino, o nome dele é Justin
- Não tem problema, como eu disse ele não estava se sentindo bem
- Obrigada pela atenção.
- De nada qualquer coisa é só falar comigo.
Pattie é uma mulher adorável bem diferente do filho dela, que é terrível, bom pelo menos foi o que ele se mostrou ser.
Justin. Que surpresas você me trás?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Angel
FanfictionComo funciona o amor? Por que não podemos escolher por quem vamos nos apaixonar? Tudo seria tão mais fácil, quando eu finalmente achei alguém para amar tudo deu tão errado, meus pais nunca aprovariam, minha vida iria se desfazer, por que logo ele?