Uma coletânea das noites que julguei algumas das mais importantes nas vidas de Hannibal Lecter e Will Graham através do meu ponto de vista. Três das coisas que eu mais sou obcecada são Taylor Swift, Lana del Rey e esses dois, então pensei: por que não juntá-los? E para quem fica, desejo uma boa leitura.
Ps: qualquer referência à Taylor Swift, A Colina Escalarte, Oscar Wilde e Dostoievski não é mera conhecidencia.
Era cerca de nove da noite quando o doutor Hannibal Lecter encerrou as suas atividades.O consultório estava vazio, e a sala de espera e o prédio seguiam o mesmo sentimento, ele constatou ao mirar o cômodo apoiado junto à soleira de sua porta. Normalmente ele não encerrava as suas atividades tão razoavelmente cedo, mas ele apreciaria o silêncio por hora, apesar de nunca estar silêncio dentro da sua mente; sim, ele poderia compartilhar seus pensamentos com a sua psiquiatra, a Dra. Bedelia Du Maurier, mas a única coisa que ele gostaria de fazer neste momento era estar em sua própria companhia. Ele retornou ao consultório e fechou a porta atrás de si, girando a chave duas vezes pois precaução nunca era demais; permitiu-se servir-se de uma taça de um Pinot Noir californiano, tomou em mãos seu caderno de desenhos e sentou-se na poltrona próxima à lareira, cujas chamas bafejaram quente e agradavelmente em sua direção.
Aquele deveria ser um dos seus pontos de descanso, mas sua mente permanecia agitada mesmo após tantas horas após aquela consulta, e a única coisa que se passava pela a sua cabeça era aquele garoto estelar, Will Graham. Hannibal Lecter, de entre muitas coisas, não era de rezar, apesar de que no fundo acreditava em Deus, boa parte de seus motivos - se não todos eles - se deviam à morte brutal de Misha Lecter e os acontecimentos que abragiam a sua infância; a arte, poesia, música e culinária foram os objetos de adoração por todos esses anos, mas isso foi antes de ter colocado os olhos nele alguns dias antes. Nunca sentira-se dessa forma antes, embora estivesse mais do que familiarizado com seus sentimentos e em alguns casos a ausência de tais - tão.. Encantado. Sentia-se encantado apenas com o fato de observá-lo ou apenas em estar em sua presença, tal qual um adolescente tolo descobrindo o amor pela a primeira vez, mas um pensamento de escanteio - que até mesmo possuía a voz de Bedelia - alertava-o sobre os perigos acerca dessa obsessão; Hannibal conhecia à si mesmo muito bem, o suficiente para saber que sua visão do amor era completamente dertupada e ia na contramão ao que as pessoas comuns acreditavam, quase sempre nenhum pouco saudável e completamente distorcida.
Mas diabos, como não ser obcecado por Will Graham?! Will, com seu leque de habilidades e conhecimentos; Will, que possuía aquele dom tão fascinante capaz de ler criminosos, cenas de crimes e evidências de um jeito tão singular, capaz de interpretar seus próprios pensamentos de uma maneira que mais conseguia; Will, com seu metro e setenta e seis, olhos azuis tímidos e cabelos cacheados, de um rosto tão belo que faria inveja ao próprio Adônis e frequentemente repleto de expressões rudes e defensivas quando ele se referia à si - cujas ele adorava secretamente; Will, completamente alheio ao efeito que exercia sobre ele. Will, Will, Will.. Ele era a única pessoa nesse mundo de tolos que merecia devoção. Hannibal tornaria-se um tolo desleixado se assim ele pedisse, mas não era como se alguém como Will fosse aceitá-lo do jeito que ele era, e nem como se fosse querer algo com ele, se lhe revelasse por completo. Hannibal sentia-se como Basil Hallward: queria-o apenas para si próprio, da maneira mais egoísta que isso poderia soar, e enciumava-se com todos os que chegavam perto dele. Só sentia-se pura e verdadeiramente feliz quando Will estava por perto, e mesmo quando não estava, ele ainda era presente em tudo o que Hannibal fazia.
Então.. Por que não moldá-lo à sua maneira?
Hannibal sorveu mais um gole do seu vinho, ponderando a respeito, deixando que sua mão guiasse o lápis que segurava pelo o papel, que lentamente formava um esboço do homem que não abandonava sua mente de forma alguma. Não era como se fosse fácil esquecê-lo, no entanto; o próprio escritório gritava a presença dele desde que estivera ali aquela manhã, e seu cheiro ainda pairava no ar, atormentando as narinas e o coração de Lecter. Não seria fácil, muito menos bonito, mas a possibilidade daquilo pairava por sua mente desde que começaram a trabalhar juntos. E não era como se pudesse extinguir sua obsessão por uma criatura tão fascinante, apenas colocá-la em uma coleira e controlá-la da melhor maneira possível.
E o horror... O horror seria por amor. As coisas que faria por um amor como esses serão feias, loucas, cheias de suor e arrependimento. Este amor queimaria e mutilaria à ambos e os torceria do avesso. Um amor monstruoso que faria dos dois monstros.. Mas contando que tivesse Will Graham para si, o resto seria confete. Fariam inveja à Romeu e Julieta, e os jovens amantes do mundo escutariam suas risadas e cresceriam tristes. Só Deus seria capaz de impedir todas as coisas que seriam capazes de duas mentes como aquelas fariam juntas, pois nenhum homem o faria.
Ele começaria com Abigail, pois sabia o quanto Will sentia-se responsável pela a adolescente e o quanto gostava dela, e daria continuidade progressivamente, pois paciência e cautela eram características que nunca lhe faltaram. Fora uma decisão levemente inconsciente, apenas um princípio do instinto paterno que possuía para com sua falecida irmã tomando força novamente após tantos anos, mas aquilo seria de grande ajuda no futuro. Desejava arduamente que fossem uma família no futuro.
.. E porque no final, Will Graham seria dele, e dele apenas.
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Folie à Deux.
RandomQuatro das noites mais importantes que Will e Hannibal passaram juntos através do meu ponto de vista. - Postada também no Spirit Fanfics: monghertaustars. 🎨: traystreeter no tumblr. | hannigram • short-fic • drabbles • 4/4 |