Meu amor marinho

8

Eu adoro dormir, e tão perfeito, tão gostoso e ainda por cima é de graça. O bom de dormir é que eu posso sonhar, as vezes eu sonho que tô voando ou que estou caindo. 
Dessa vez eu tô brincando com um cachorro… calma lá, eu tenho alergia a cachorro, então porque que, meu Deus de céu, acorda acorda acorda acorda.
Depois que abri meus olhos senti algo húmido roçar sobre o meu pescoço, me virei lentamente para o lado e vi de relance o Ivan atrás de mim cheirando o meu pescoço.

Sai da cama rapidamente e questionei Ivan sobre oque ele estava fazendo. 
_ Por que que você tá me cheirando?

Acho que ele não entendeu oque eu falei então eu tentei falar e gesticular com as minhas mãos
_ Ivan, porque você.    Falei apontando para ele
_ Estava cheirando o meu pescoço.  Falei mostrando o meu pescoço. 

Ele piscou, me olhou mas eu acho que ele não entendeu, porque depois de alguns segundos me encarando ele veio para cima de mim, eu caí com o peso de seu corpo sobre o meu, enquanto eu ainda estava me recuperando da queda quando sinto novamente ele cheirando o meu pescoço. 

Eu queria sair de lá mas ao mesmo tempo não conseguia, não sei se era por causa de sua força ou pela fraqueza que ele causava.
Ele mudou de posição e começou a cheirar o outro lado do meu pescoço, e por mais que eu quisesse negar aquilo eu não poderia porque estava realmente bom.
Aquilo estava ficando realmente perigoso, eu precisava para seja lá o que estava acontecendo, automaticamente depois desse pensamento minha barriga começou a roncar.

Ele se distraiu vagamente por causa do barulho mas foi o suficiente para que eu o empurrasse e corresse ofegante para a porta.
Assim que eu recuperei por completo os meus sentidos e voltei ao normal chamei ele para para que tomessemos café da manhã, ele me seguiu de bom grado, senti um cheiro ótimo de panquecas e chocolate vindos da cozinha.
Lucas estava sentado me encarando com olhar sério em seu rosto, eu estava pacífico como o oceano até ele soltar a seguinte frase. 
_ Fala a verdade agora.
_ Eu que comi o bolo de cenoura!
_ Corno do caralho, sabia que tinha sido você, mas não é disso que eu tô falando, eu quero saber a verdade sobre ele.    Ele disse apontando para o ser se se encontrava atrás de mim. 
  Não é que eu não confiace nele, eu confio muito, confio ao ponto de dormir na mesma casa que ele, mas não posso envolvê-lo nisso, então eu fiz o'que qualquer pessoa normal faria no meu lugar.
_ Ele é meu namorado.
_ Por que ele não fala?
_ Ele é estrangeiro. 

A esse ponto da conversa eu já estava suando frio.
_ Mais alguma coisa que eu tenha que saber?
_ Ele vai ficar quanto tempo aqui.
_ Quanto tempo? 
Não é por nada não mas eu tenho a leve impressão que ele ia pular em cima de mim, então falei com a leveza de uma pena.
_ Lucas meu docinho de coco, meu melzinho, anjinho lindo do meu coração, você não tá com raiva não né?
Ele olhou pra mim com aquele olhar de afiado que todo melhor amigo tem, e disse.
_ Você não me contou que tava namorando, eu literalmente divido a minha vida com você e a dondoca aí não me conta que tem um namorado.
_ … sim… meu namorado    falei olhando de relance para Ivan que estava logo atrás de mim
_ então tá bom, dessa vez eu vou deixar passar

Pensei que a conversa tinha terminado por ali mas aparentemente não

_No entanto, por você ter violado umas das regras principais da amizade agora por lei (inventada agora) você está me devendo um favor

_ Justo

  Após esse breve conversa fico pensando em como posso aproveitar meu dia, tentei de todos jeitos possíveis tirar aquela sena da cabeça, Tem algumas coisa errada com aquele lugar, alguém por trás dessa situação, é Oque o Ivan é, será que existem outros da espécie dele?!
Alguma coisa está acontecendo, eu já estou muito envolvido nisso só para simplesmente ignorar e fingir que não aconteceu.

Para tentar me distrair desses pensamentos comecei a estudar sobre tubarões, para ver ser Ivan tinha alguma semelhança física com eles e talvez tentar entede-lo melhor, talvez até ensinar nossa língua a ele e descobrir mais sobre essa situação incomum.

É isso, boa tarde