Capítulo 3

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Mentira é o nome dado às afirmações ou negações falsas ditas por alguém que sabe de tal falsidade, e na maioria das vezes espera que seus ouvintes acreditem nos dizeres.

As pessoas mais velhas costumam dizer que mentira tem perna curta e uma hora ou outra a verdade apareceria.

Clarice estava próxima a completar seis anos e desde que descobriu que as crianças têm duas figuras como base para seu crescimento, sonha em reencontrar a sua mãe e por isso, Barry inventou toda aquela mentira. Ele nunca suportou ver a filha triste, mas conforme Clarice ia crescendo, as histórias ficavam cada vez mais absurdas, não para ela, mas para as pessoas ao seu redor. A menina não tinha amigos, todos caçoavam dela pelas histórias contadas, mas ela escondia isso, pois via em Barry uma base de confiança.

— Que tanto de mulher é essa aqui? — Pergunta Caitlin entrando no set e vendo diversas mulheres, todas vestidas como a mãe de Clarice estava na foto velha e quase rasgada que fora reproduzida diversas vezes. — Bartholomew Henry Allen, você não vai...

— Ah, ele vai... — Começa Cisco se aproximando. — Apesar de Lola e eu sermos extremamente contra toda essa situação.

— Seria muito mais fácil se você apenas contasse a verdade para ela. — Diz Caitlin.

— Eu não posso... — Diz ele.

— Barry... A Clarice logo completará seis anos, ela está crescendo, logo entenderá que as cartas que você escreve contam histórias absurdas. — Barry suspirou à fala de Cisco. Os amigos tinham razão.

— Vocês estão certos, ela crescerá e descobrirá a verdade... Mas não hoje. — Diz ele voltando a se sentar à mesa ao lado de Adam Sandler.

— O Adam concordou com isso? — Indaga Caitlin, Cisco suspirou.

— Sim... E ainda quer conhecer a Clarice.

— Mas que merda.

Adam e Caitlin seriam parceiros no novo filme dele chamado Jack and Jill, um filme sobre gêmeos.

Adam e Barry testaram todas as 115 mulheres que apareceram no local, mas nenhuma parecia adequada para ser a mãe de Clarice. Barry pretendia desistir. Quando uma mulher chegou atrasada e parecia ser exatamente quem ele procurava para fingir ser a mãe de sua filha.

Após o fim do trabalho e combinar tudo com a mulher contratada, Barry seguiu para a casa de Lola e tocou a campainha.

— QUEM É? — Ela gritou, mesmo dentro um olho mágico em sua porta, era raro quando Lola Ramon olhava pela ferramenta.

— Vim buscar a Lice. — Lola abriu a porta.

— Papai! — Clarice se jogou dos braços de Lola para os braços de Barry.

— Me deve vinte pratas. — Lola brincou. — Te vejo amanhã, mi princesa.

— Te quiero mucho, tía Lola. — Lola sorri. Ela e Cisco estavam ensinando a menina a falar espanhol.

— También te quiero mucho. — Ela diz acariciando a bochecha da menina. — Tchau, inútil. — Diz ela para Barry, o Allen mostra a língua e Clarice ri.

Em casa, Barry colocou Alice no chão para ela entrar pela portinha que ele havia criado para ela, igual à porta maior. A menina trancou a sua porta, imitando Barry e colocou as chaves em cima da mesa, indo até a geladeira. Barry pegou um envelope azul e colocou entre uma das cartas, arfou atraindo atenção de Clarice que abria um suco artificial.

— Olha só, Lice... Carta da mamãe. — Clarice correu até o pai pegando a carta e a abraçando, em seguida correndo para o andar de cima da cobertura para ler a carta. O telefone toca e Barry franziu a testa atendendo.

Clarice Allen [Shortfic Snowbarry]Onde histórias criam vida. Descubra agora