CAPÍTULO 1

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1. UNIDAS PELA MORTE

O luto após a perda de um ente querido era uma dor inimaginável, Dandara tinha certeza

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O luto após a perda de um ente querido era uma dor inimaginável, Dandara tinha certeza. Doía tanto que se tornava anestesiante, como se, de repente, de tanto chorar e sentir, não restasse mais emoção alguma. Muito menos as boas.

No primeiro dia sem sua irmã Zoe, Dandara chorou descontroladamente enquanto Naomi a arrastava para fora do carro e a conduzia até uma casinha escondida entre as árvores da floresta. A pequena casa de madeira estava empoeirada e velha, cheirando a mofo, mas pelo menos não era o mau odor de um cadáver.

Dandara chorou o dia inteiro até se encolher no sofá duro e desgastado pelo tempo, com tanta poeira que a cor até sumia. Seu choro foi baixo o suficiente para não atrair zumbis do lado de fora e alto o bastante para Naomi escutar, causando-lhe uma sensação apertada no peito. Naquela noite, ambas passaram fome, cansadas e deprimidas demais para caçar. A saúde mínima podia esperar.

No segundo dia, o sol amanheceu mais tarde do que o habitual, mas aquilo não poderia ser menos importante para Dara, que não fazia nem questão de se mover no sofá.

Estava acordada, com os olhos abertos, e as olheiras ao redor profundas por não ter dormido nada. Afinal, dormir causava pesadelos; lembranças como um looping se repetindo na sua cabeça de sua irmã sendo assassinada enquanto Dandara observava.

Toda vez que fechava os olhos, a cena surgia, de novo e de novo, como uma maldita tortura.

Em uma semana, Dandara encontrava-se consideravelmente mais magra, pálida e desidratada. Não importava o quanto Naomi colocasse a bandeja perto do sofá, Dara raramente se mexia para pegar. Não porque queria dar trabalho para sua colega, mas sim porque não conseguia. As forças do seu corpo tinham se esvaído junto com o último suspiro de vida de sua irmã, e aquilo a fazia sentir-se como lixo.

Precisava fazer alguma coisa; não podia deixar Naomi caçando sozinha, se dando ao trabalho de pôr comida em um prato e ser um peso nas costas. Precisava se mover, embora estivesse sentindo-se cada vez mais pesada, afundando no mar de pensamentos ruins e de luto.

Eu, Ela e o Apocalipse - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora