Dia 1

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Acordei e resolvi responder com bom dia, a uma mensagem que recebi na noite anterior, para minha surpresa ele respondeu de imediato. Não sei o motivo mais algo diferente em um homem de vinte e seis anos me chamou a atenção, como normalmente não me interesso por pessoas mais novas, nesse momento algo mudou, talvez mais do que deveria, afinal uma mulher casada não poderia dar o ar da graça em sites de relacionamento. Mas eu fiz isso, sentir falta de carinho nos faz fazer coisas inexplicáveis, mas não me arrependo, apenas lamento não ser estável o suficiente pra manter minhas relações por muito tempo.

A conversa fluía de maneira agradável e de forma que quando me dei conta estávamos marcando um encontro no meu local de trabalho. Fiz sem perceber, e sem perceber também criei uma paixão avassaladora e paixões assim definitivamente têm fins trágicos, ou não queria acreditar.

Me arrumei ainda conversando com ele, a desculpa que hoje pegaria mais tarde no trabalho foi totalmente plausível, e segui rumo a boate.

Cheguei ainda dando desculpa por mensagem, percebi que a afobação dele poderia ser um problema, mas meu coração esperava tanto por algum romantismo que me fez parar de pensar sobre isso no mesmo instante que o pensamento surgiu.

Saia preta, baby look preto, salto alto, bolsinha do lado, mais uns vinte minutos sozinha, esperando que ele desistisse. Não desistiu, outra mensagem chegou, o pedido da localização era quase uma súplica, depois de respirar fundo mandei a resposta que ele desejava.

Não passou nem quarenta minutos para vê-lo entrando porta adentro, parou no bar pegou uma cerveja, daquelas que me dão comissão, sentada estava e sentada permaneci, até que por fim ele me olhou, seus olhos eram uma mistura de satisfação, desejo, porém longe bem no fundo era taciturno.

Meu sorriso foi totalmente sincero, senti as maçãs do rosto corando, era como se meu coração tivesse ficado aquecido, me deu um beijo no rosto, sentou-se ao meu lado e começamos a conversar, meus olhos não paravam de registrar cada movimento, cada detalhe.

Nada passava despercebido, e os olhos dele certamente registravam o mesmo, era nítido como a conexão que tivemos era palpável.

Aceitei a cerveja que ele decidiu comprar pra poder me dar a comissão, e o papo ficou sombrio quando tocou no assunto "MARIDO".

Neste exato momento meu coração bateu fora do ritmo, pedi um tempo, precisa respirar, fui ao banheiro enquanto ele me esperava e ouvi o comentário de uma colega, "Sei exatamente o que ela está passando, e acho que agora ela vai entender o que estou tentando falar."

Talvez realmente tenha entendido, e isso fez alguma coisa dentro de mim mudar totalmente, saiu do eixo, uma chavinha girou, e era somente isso que faria tudo desabar no meu mundinho inquebrável.

"Talvez você não o ame, talvez seja medo da solidão ou achar que ele possa entender que você seja ingrata depois de tudo que viveram, você está acostumada com sua zona de conforto, e bom sei que é muito cedo pra isso, mais por favor me dá uma chance."

Fiquei pensativa, e meus olhos encheram de lágrimas. Estava me sentindo estranha, era como se já o amasse. Como se houvesse uma conexão tão forte que transcendesse o que imaginei a vida inteira.

Ele notou minha mudança de humor, mesmo assim continuamos conversando, falamos sobre os wiccas, e foi uma surpresa enorme saber que se interessava por essas coisas, falamos também sobre nos sentirmos Et's por conta de pensarmos tão diferente do resto das pessoas.

Brincamos um com o outro e a hora que achei que não tínhamos mais assunto, um pedido me fez tremer.

"Posso fazer uma coisa?" Vi o desejo gritando em seus olhos e se formando enquanto sua boca se aproximava da minha, vi todo meu mundo cair em ruínas e ao mesmo tempo resplandecer um sentimento que jamais havia sentido por alguém, é sério, minha cabeça virou negando, porém foi tarde quando dei por mim, o beijo já havia acontecido.

16 diasOnde histórias criam vida. Descubra agora