Dia 7

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Acordei depois de um sonho horrível com minha doguinha, meu coração parecia uma britadeira, achei que fosse morrer a crise de choro e um aperto no peito me fez quase gritar, chorei a ponto de não conseguir ouvir mais nada a não ser meus soluços. Para minha surpresa ele acordou em um pulo afagando meu cabelo e perguntando o que estava acontecendo, infelizmente não conseguia falar absolutamente nada, o choro ficou abafado quando encostei em seu ombro molhando—o inteiro, tentei secar as lágrimas, mas elas não paravam de descer, tentei verbalizar e foi inútil.

"Se acalma, por favor, vou pegar água pra você." Meu Deus será que eu merecia esse carinho todo? Isso não podia ser real, nunca em 1 ano o Marido sequer acordou pra saber se estava tudo bem, com certeza eram coisas inevitáveis de se pensar, não havia como não ter comparações. Logo ele voltou com a água, bebi um pouco e tentei me recompor, o choro havia diminuído e me sentia um pouco melhor, queria contar mais preferi ficar quieta.

"Quer jogar pra distrair um pouco?" Hesitei, mas aceitei, entrei no jogo e novamente fomos uma dupla vencedora, desta vez ganhei a condecoração de melhor assistência da sala. Fiquei toda feliz, ele por sua vez me encheu de beijos, ficamos ali conversando, minha cabeça por alguns minutos foi longe, senti medo de não conseguir corresponder a tudo isso que ele estava fazendo, medo também de não saber lidar com tudo o que estava por vir, sempre fui uma pessoa que busquei por estabilidade tanto emocional quanto financeira, e o fato de estarmos vivendo dentro de uma boate me deixava doente por não ter o controle das coisas, mais ainda por não ter o controle dos meus sentimentos, era como uma prisão criada por mim mesma, com todos os sentimentos tentando me atacar de um só vez. A impressão que tinha era que: precisava dele emocionalmente, mas não estava disposta a perder o marido e tudo que havia construído com ele, não queria passar por tudo que passei novamente, dificuldades, e tudo o mais. Eram apenas 7 dias, sete dias que estava fora, mas as dificuldades já estavam me tirando a paz, a começar por Kel que não me deixava em paz com sua inveja incontrolável, o jogo dela começou tentando colocar as meninas contra mim, e de verdade foi uma tentativa frustrada, as meninas sempre souberam da minha índole e graças a Deus sempre fui a mesma, nunca tive pretensão de mudar pra algo que desagradasse a mim e aos outros. Ao contrário dela que se mostrou algo, e sem nem perceber estava se transformando em outra coisa absurda e sem nenhum resquício de noção. Era como se ela fizesse tudo tão no automático que não percebesse que estava dando um tiro no próprio pé.

As implicâncias estavam nos deixando arredios e cada vez mais o estresse nos fazia rebater tudo que ela fazia, reclamava da comida, reclamava se Jake fazia carinho, reclamava quando transávamos, reclamava porque as meninas transavam. Teve um momento que tive que ser dura com ela, e não medi palavras: "Tudo você reclama, porém não chega em mim para falar nada, não sou advinha, não consigo saber se está passando mal se você não falar, aí quando chego e falo alguma coisa você trata todo mundo mal, o que quer? Atenção? Carinho? Fala, porque se não falar ninguém vai saber, e outra não adianta ficar falando que vai ser isso ou aquilo, porque vou continuar sendo quem sou e fazendo as mesmas coisas, se você vai passar a ser ruim e acha isso legal, ótimo pra você, cada um oferece aquilo que tem. E eu felizmente não tenho ruindade pra oferecer. Ou você percebe que somos uma família ou então nunca vai conseguir parar ao lado de pessoas, e vai sempre viver sozinha"!

O desabafo a deixou de boca aberta e calada. Ela não tinha argumentos pra debater, algumas pessoas devem me achar besta demais pra notar quando algo não está indo bem e por isso acham que sempre me ferro, mas na verdade estou sempre de olho em tudo. Minha mente voltou à tona quando, um beijo cortou os pensamentos, me fazendo sorrir, olhei seus olhos castanhos claros, brilhavam de um jeito diferente diria. Suas mãos apertaram uma de minhas pernas jogando—a por cima de si próprio. Já entendi. Começamos a nos beijar, porém dessa vez o comando era meu! Parei no meio do beijo e pedi pra que acendesse o baseado, ele riu.

"Quer mesmo o baseado?"

"Sim, quero." O sorriso em seu rosto era divino, e o meu como resposta parecia música.

Coloquei pra tocar no celular, Amor e fé – Hungria Hip Hop, precisava de um ritmo bom, apesar de achar essa música super—romântica.

Dei dois tragos fortes.

E quando senti que meu cérebro se expandiu, deixei que a imaginação guiasse, o coloquei deitado, comecei beijando seu pescoço enquanto passava uma de minhas mãos bem devagarinho e levemente em seu oblíquo, seu corpo ficou tenso com o toque relaxando cada vez que descia a boca, sabia onde ele queria meus lábios e mesmo assim não cedi, continuei desafiando seu tesão, queria ver até onde iria, até onde aguentaria, não me tocar.

Já com os lábios em seu abdômen, dei leves mordidas alternando entre beijos, e pequenas lambidas, desenhei com beijos suas tatuagens, peguei uma de suas mãos e brinquei com ela, peguei um dedo com a boca e isso fez com que um pequeno gemido saísse de seus lábios, sua outra mão tentou segurar meu pescoço, o impedi. Sabia que ele não aguentaria mais por tanto tempo, até esquecer quem mandava e deixar seus instintos tomarem conta da situação. Mesmo com minha vasta experiência, homens como ele me tinham facilmente nas mãos. Me deixando a mercê cada vez mais. Era o tipo de sexo que começava na mente muito antes de chegar ao corpo.

Peguei a base de seu membro, passei a língua lentamente, descendo e subindo. Brinquei tirando a língua e assoprando de levinho, suas mãos agarraram os lençóis com força, sorri. Sem que ele esperasse fui rude engolindo—o inteiro, senti bater na garganta, voltei lentamente, pressionei os lábios em volta da glande, o que o fez apertar ainda mais os lençóis, que a essa hora já estavam rasgados.

Os rosnados baixinhos cortavam sua garganta, a música findou, e começou outra num ritmo mais acelerado, não me lembro qual era, suas batidas me deram dimensão do que iria fazer em seguida, voltei a boca em sua barriga, palhetando o membro enquanto mordia e beijava, retornei para o membro com a boca e minha calcinha já estava encharcada, vê-lo excitado me deixava muito mais molhada, comecei um vai e vem oral, suas mãos apertavam enfurecidamente o colchão, parei dei-lhe um beijo e montei, as cavalgadas eram perfeitas, como se o encaixe fosse feito um para o outro.

Agora não fazia sentido puni-lo caso suas mãos quisessem me tocar, queria exatamente isso. Queria sentir sua temperatura, e senti, os apertos eram quentes e fortes me fazendo enlouquecer de tanto tesão, apoiou minha bunda com as mãos e ajudou levantando um pouco, sabia que nesse instante ele comandaria as estocadas. Implorei mentalmente por isso, inevitavelmente e inconscientemente ele me deu o que queria, não era apenas gozar, era orgasmo, muito antes do corpo estremecer minha mente já gemia de desejo fazendo escorrer pelas pernas. Ele tinha o dom de me fazer ter mil orgasmos diferentes.

Uma mulher e ele sem dúvida era como mil homens, e todos dentro dele faziam tudo com apenas um propósito, tirar—me do eixo. Chegamos juntos ao frenesi, a cannabis tem esse poder, elevar os sentidos de jeito único. Dois corpos em um êxtase extremo, moles e juntos, anestesiados. Pensando em tudo ao mesmo tempo, me vi fora do corpo e certamente entrei em sono profundo junto ao peito que ressonava calmamente em sintonia comigo. 

16 diasOnde histórias criam vida. Descubra agora