Fotografia

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P.O.V. Anakin.

Assim que o Mestre Kenobi empunhou a lâmina dourada algo aconteceu com ele. Ele começou a destruir o quarto como um tornado furioso, veio atrás de mim com os olhos queimando de raiva como se quisesse me matar. Mas, Hope não permitiu, ela me empurrou para o lado e tentou argumentar com ele.

-Obi Wan, Obi Wan ouça solte a lâmina. Ela está sussurrando na sua cabeça, está usando sua ira contra você, alimentando-a e alimentando-se dela. Você é uma boa pessoa Obi Wan, é forte por isso precisa resistir. Solte a lâmina.

-Como pôde fazer isso?! Você traiu o código Jedi!- Berrou o Mestre.

-Traidor! Traidor!- Ele gritava destruindo o quarto. Golpeou uma mesa com a espada e esta se partiu ao meio.

Então, Hope estendeu a mão e eu ouvi outra vez aquela frequência sonora alta, senti a vibração e era incômodo, ensurdecedor e com aquilo a espada saiu das mãos do mestre e fez o caminho até as mãos de sua verdadeira Mestra. Assim que a lâmina saiu das mãos de Obi Wan ele pareceu se dar conta do que havia feito.

-Eu... eu...

-Está tudo bem. Não é sua culpa. Lâminas angelicais não são como sabres de luz, lâminas angelicais não foram feitas para mãos humanas. Elas ampliam as emoções porque uma lâmina angelical é... é quase um ser vivo. Ela tem uma consciência própria.- Respondeu Hope.

Ela não brigou com ele, ao contrário, ela o compreendeu. E simplesmente começou a limpar a bagunça, usou seus poderes para restituir, concertar tudo o que Obi- Wan havia quebrado. Foi uma cena impressionante.

-Prontinho. Não precisa de drama desnecessário.- Disse o anjo.

Depois daquilo o Mestre pediu desculpas e se retirou, ele fugiu. Estou precisando de alguém para conversar sobre algumas inseguranças por isso vim falar com o meu anjo da guarda pessoal. Entrei no quarto dela, mas ela não estava lá. 

-Hope? Está ai?

-Estou no chuveiro! Já estou saindo.- Ouvi ela gritar.

Comecei a olhar em volta, o quarto era cheio de coisas que me eram desconhecidas, vi um móvel de madeira sólido, toquei e era liso.

-Sei que está com fome, tem chocolate escondido na gaveta da cômoda! Embaixo das blusas. Pode pegar.- Ouvi Hope dizer.

Não sei o que é uma cômoda e comecei a procurar. Abri uma das gavetas daquele móvel de madeira e vi as blusas, eu as levantei e achei algo lá, mas não era chocolate. Era uma imagem num pedaço de papel emoldurada por um vidro. Hope estava nela os cabelos ruivos soltos e ela parecia incrivelmente feliz, só que o que mais me chamou a atenção não foi ela ou seu sorriso. Foi a pessoa ao seu lado, a quem ela estava abraçada, cuja bochecha ela estava beijando. A semelhança era... assombrosa, assustadora.

-Sou eu.- Falei sem nem perceber.

-Não. Não é.- Ouvi a voz de Hope dizer, me virei e ela já estava vestida usando uma de suas calças azuis, uma blusa colorida e moletom verde.

-O que é isso? Quem é ele? E como somos tão... parecidos?- Questionei.

-Acho que é melhor você sentar.- Pediu o anjo com paciência como se tivesse uma notícia ruim para me dar.

Curioso eu me sentei.

-Então...- Inqueri.

-O quanto você sabe sobre a sua concepção?- Ela perguntou.

-Não muito. Só sei que não tive pai.- Confirmei.

-Verdade.- Ela confirmou.

Então a Nephilim respirou fundo e começou a contar.

-Antes do meu avô se aposentar ele me ensinou como criar... vida. Ele me ensinou o segredo para criar aqueles que chamamos de Profetas. Eleitos, escolhidos. Ai, ele partiu deixando a coroa para o meu tio Amenediel. Meu pai era sua primeira opção, mas meu pai sabia que ele não podia ser Deus e ser um pai presente, portanto... ele abdicou e o meu tio assumiu. Um dia, depois de alguns meses de governo, meu tio me convocou e me deu uma missão. Como este mundo no qual estamos agora enfrentaria Tempos de Kaliuga, Tempos de Caos e guerra, meu tio me pediu para fazer uma visita á uma tal Shmi Skywalker. Eu deveria abençoá-la e usar o conhecimento que meu avô me passou.- Disse Hope.

-Então eu vim. Á vinte e cinco anos atrás, eu acabei em Tatoine e fiz á Shmi uma oferta que ela pôde recusar. A sua mãe queria um filho, mas infelizmente ela era incapaz de conceber... então fizemos um acordo eu lhe daria o seu primeiro filho e com aquela gravidez curaria seu problema de infertilidade. Usei meus poderes angelicais, divinos para criar uma vida. Um nascido das midiclorianas. Você Anakin Skywalker é aquilo que chamavam antigamente de... concepção imaculada. Eu usei meus dons para engravidar a sua mãe.- Confessou o anjo.

Fiquei sem palavras, chocado por alguns momentos.

-Isso não explica porque eu me pareço com este homem.- Esbravejei segurando aquele retrato.

-Na verdade, explica sim. Veja, uma vida, especialmente a vida de um salvador só pode ser gerada através do amor, quando eu estava criando você... pensei nas pessoas que eu mais amava, eu visualizei a criança mais bonita que consegui imaginar, eu imaginei você em todos os estágios de sua vida, de um bebê á um adulto. Na última parte... eu pensei no homem mais bonito que eu já vi, que já conheci um dia. No homem que eu amava. Que eu AMO. Alexander Jones. Não planejei isso, eu não planejava que você tivesse a cara do A.J. foi um acidente. Criei um salvador, uma vida, uma vida humana por isso você é o meu maior triunfo. O fato de ter nascido são e salvo, de ser saudável e PODEROSO é um milagre para mim. Entretanto...- Ela fez uma pausa, porque começou a chorar, um choro sofrido e compulsivo.

-Eu vi o que se tornou, o que se tornaria. Ver os Jedi... levaram o meu salvador ladeira abaixo, ver você sucumbir a tentação toda a vez, ser engolido pela escuridão, ver a minha maior criação, aquele que tinha tudo, TUDO para ser o melhor... virar o pior entre os piores, ver a sua família toda sucumbir, um a um... eu não aguentei.- Disse Hope chorando.

Então ela se aproximou de mim e naquele ponto ela falava mais consigo mesma do que comigo. Senti-a tocar o meu rosto.

-Você é tão lindo, tão lindo quanto Alexander. E testemunhar o seu destino cruel, vê-lo ter suas pernas decepadas por um sabre de luz, cair num lago de fogo, ver o seu corpo e esse lindo rosto colapsar e virar uma criatura horrenda e disforme, pálida, fria e feia, mais morta do que viva. Ver seu corpo, mente e alma serem corrompidos, ter que testemunhar aquilo repetidamente, você sendo condenado a uma vida de sombra, dor, morte e feiura... eu não podia deixar aquilo acontecer. Não de novo.- Ela realmente parecia estar sofrendo muito. Como se a ideia que de me ver ficar... feio e deformado a destruísse.

Hope sentou e chorou, desabou, quebrou como um ovo jogado no chão.

-Ver o meu salvador virar um vilão, ver a dinastia Skywalker se destruir... o marido matar a esposa, o filho matar o pai... não. Isso é demais. Por isso eu vim te ajudar, porque... de uma certa forma... eu sou sua mãe. E você? Você é a minha maior criação. É a minha energia que te torna tão especial, tão poderoso. E os Jedi te puniram por isso, mas eu não. Porque eu sei que presente você é para este mundo. O herói que pode vir a se tornar. Eu te amo mais do que TUDO e prometo não deixar mais nada de ruim acontecer com você.- A voz dela soava aveludada, baixa, calma. Ela realmente soava como se... se me amasse.

Mas, não era um amor romântico. Era um amor maternal. Ela tocou os meus braços com gentileza e disse olhando nos meus olhos.

-Saiba que enquanto eu viver, eu sempre, sempre lutarei por você. Enquanto eu viver, jamais estará sozinho ou desamparado. Eu te amo, meu filho. Meu menino precioso.- Disse Hope com amorosidade e eu acredito nela.

-Eu também te amo. Mãe.- Eu disse. Por mais estranhas que sejam as circunstâncias é bom e reconfortante ter uma mãe outra vez.

Star Wars- A Salvação de AnakinOnde histórias criam vida. Descubra agora