Jornada começou parte 2

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Aquele breve comentário que eu fiz antigamente, era para dialogar um pouco com vocês e ter uma entrada na história principal, de como ver e sentir os fatos da vida que não percebemos a princípio e capitamos quando crescemos ou quando aprendemos a andar sozinho pelo mundo. Aos 12 anos, início da adolescência que começa a minha decepção em vários requisitos, os pelos pubianos, os hormônios a flor da pele que ao mínimo incomodo é uma sensação de que você esteve em um centro de uma explosão de C4 e também o conhecimento do seu próprio corpo e a pior coisa do mundo, a sua aceitação.

Eu era um menino que no começo importava muito com a aparência, talvez porque vivi muito para isso? Ou as vezes vaidade? Ou obrigação. Eu tinha que ter as melhores notas, a melhor letra, o melhor pensamento, até no momento eu era basicamente um robô para poder conseguir um pouco de atenção. E ainda era considerado um fraco, frouxo, "viadinho", e etc tanto para os familiares ou para outras pessoas em si.

Quando se cresce em um distrito pequeno, um lugar que você conhece todo mundo, e é vivido de aparência e fofoca você se dá o luxo de ser discreto na maioria das coisas, eu como pessoa era de boa na minha, sempre educado, curioso e também cauteloso em certas situações.

Foi que um certo dia, na palestra na escola de sexualidade, uso de preservativos na hora do sexo, e como saber usa-las reparei que eu era diferente e sempre fui diferente! Enquanto os moleques da minha sala ficavam muito curiosos em relação ao órgão genital feminino, eu queria saber o nosso próprio, e eu achei super esquisito, o olhar diferente que eu tinha em relação a essa palestra.

Comecei a pensar que o problema estava em mim, o meio que eu tinha de atração não era as meninas com maquiagens, jogando vôlei de shortinho, e sim os meninos jogando bola de bermudão, chinelo e sem camisa. Sempre fui atraído pelo corpo masculino, e eu não sabia o que dizer ou para quem dizer. Meus pais se eu referia-se a palavra com certo assunto eles me xingariam e me colocariam de castigo, ou talvez pelo tabu fugiam e não me diziam o que é o certo ou errado, mas na realidade não há certo ou errado, há amor envolvido nessa situação e é isso que importa. E eu guardava todos os sentimentos para mim, todas as vezes.E eu não tinha a malicia de pesquisar na internet o que eu era, ou o que estava acontecendo.

Eu tinha tanto medo ou respeito dos meus pais, que eu não mexia no computador sem autorização deles, meu pai sempre trabalhava para fora e minha mãe sempre em outra cidade ela vinha e voltava, a maioria do tempo eu ficava na minha avó ou em casa, e eu tinha a audácia de ligar para um ou para outro para perguntar se eu poderia mexer no computador. Até certo dia, com um medo, o coração taquicárdico e preocupado da minha mãe chegar em casa, ou me ver pela webcam( eu era inocente demais), que comecei a pesquisar no google "é normal sentir atração por pessoas do mesmo sexo?", foi onde que eu vi um vídeo de uma psicóloga dizendo que é na adolescência que despertamos a nossa ideologia de gênero, o nosso verdadeiro ser.

Então, tive que criar uma coragem imensa de poder dizer ou ao mínimo contar a novidade que descobri sobre mim para as pessoas que eu acham que me apoiariam sempre, esperei um dia os dois estarem em casa e chama-los para conversar. Disse a eles as seguintes palavras :

- Olá, tudo bem com os senhores? Tenho novidades que preciso dizer. Nesse momento minha mãe já atacada me responde:

-Diga rápido! Não tenho tempo! O que é!?. Eu todo acanhado para poder dizer e ela me olhando com um olhar todo de julgamento.

- É que eu acho que sinto atração por meninos igual a mim. Disse como se fosse um peso tirado das costas e ela me responde:

- Está ficando louco? Você não está batendo bem, tu é homem tem que gostar de mulher! Por acaso você sabe o que diz? Vá conversar com seu pai, some da minha frente! E nunca mais repita isso.

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⏰ Última atualização: Jan 19 ⏰

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