Existência

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Sousa acorda, uma leve brisa matutina passeando pelas calçadas cimentadas e estradas de terra, acompanhadas do farfalhar das folhas de árvores que se espalham no meio-fio. Com o barulho do trânsito aos poucos de movimentando, as pessoas vão levantando e se preparando para a rotina diária, tão monótona mas tão necessária. No entanto, nem para todos era um dia comum, e, da mesma forma, nem todos acordaram naquela manhã nordestina.

Em um outro lugar, além do conhecimento humano, se estendia um enorme monumento: uma moradia colossal, semelhante a um palácio, sustentada ao ar por enormes correntes que se ligavam à terra abaixo e acima das nuvens, circulando as três torres danificadas que ornavam o local. Dentro dele, uma reunião, dedicada a decidir o destino de quatro seres. Quatro pessoas, quatro deuses. A sala era escura e apertada, porém possuia uma leve iluminação pelas marcações e símbolos que cobriam as paredes e relevos, em uma língua ainda a ser conhecida e interpretada, sintilando em tons dourados e alaranjados. Na mesa de mármore que se encontrava no centro, dois indivíduos discutiam: um imponente, trajando um manto branco que contrastava com seus cabelos lisos e curtos em coloração cinza, um par de olhos de cor semelhante brilhando à luz escassa; o outro se misturava à escuridão, usando um manto e capuz preto com detalhes que lembravam a decoração da própria sala, seus olhos brilhando nos tons laranjas que predominavam os arredores, exalando seriedade e mistério.

Encapuzado: São esses quatro que selecionei por hora, talvez traga mais algumas peças para o jogo, porém no momento eles são os mais acessíveis.

Na mesa de mármore, as imagens de quatro jovens eram monitoradas em seu sono, cada qual apresentando em sua testa uma marca, um símbolo ainda a ser descoberto.

Serviçal: Acha que eles são capazes de lidar com o mundo sob nossos pés?

Encapuzado: Não apenas acho, tenho certeza. Eles tem boas mentes, capazes de se reinventar em toda situação, ainda mais quando descobrirem a natureza de Anima.

Serviçal: E qual o meu papel no caminho deles?

Encapuzado: Monitoração, não deve interferir de nenhuma forma. Quaisquer evolução deles deve ser reportada de volta a mim, para que esteja a par do progresso deles. Afinal, o objetivo é testá-los, não destruí-los.

Serviçal: Eu não acho que todos agiram da mesma forma que planeja, meu mestre.

Encapuzado: Se não houvesse risco, não haveria evolução. Não planejo deixá-los morrer em vão, mas a vida deles estará na linha a todo instante, é necessário para que se envolvam no teatro.

Serviçal: Como considerar conveniente.

Encapuzado: Agora vá, eles devem estar se aproximando, o ritual para convocá-los aos Receptáculos já foi concluído pelos moradores de Teoren.

Com uma leve reverência, o ser de manto branco deixa a sala, se transportando para longe em um leve efeito de estática, enquanto o rapaz encapuzado encarava uma última vez as pequenas telas na mesa, que revelava as camas vazias das pessoas que antes lá se encontravam.

Encapuzado: Espero que gostem do que criei, Lara, Marcos, Pedro e Dannilo. Bem-vindos ao meu mundo.

Picotados: O AlémOnde histórias criam vida. Descubra agora