Killer Instinct

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Passos. Lentos, mas firmes. Os sons de vibrações se aproximando, segundo por segundo. Quanto tempo havia se passado? Apenas segundos? Minutos? Horas? Dannilo não sabia dizer, sua mente focava no perigo iminente, vagando sobre sua próxima ação, sem conseguir se decidir em uma, paralizado pelo pensamento de lutar ou fugir. Os outros observavam de trás das árvores, também paralisados pelo mesmo instinto. O instinto do medo do desconhecido. Logo, o que temiam se materializou a sua frente. Atrás de Dannilo, uma criatura se ergueu, mesclando seus tons translúcidos com as partículas e as cores das folhagens. Um quadrúpede, semelhante a um lobo, que no entanto era completamente composto de um material espelhado, vidro, que refletia as cores dos seus arredores como a luz do Sol sobre a água, sua aura roubando os holoufotes da floresta que o rodeava.

 Um quadrúpede, semelhante a um lobo, que no entanto era completamente composto de um material espelhado, vidro, que refletia as cores dos seus arredores como a luz do Sol sobre a água, sua aura roubando os holoufotes da floresta que o rodeava

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Mais passos. Dois, três. Uma emboscada. De trás das árvores aonde Lara, Marcos e Pedro se escondiam, outros lupinos se revelavam, seu cântico macabro anunciando o bote iminente. Cada segundo se arrastando, como areia em uma ampulheta. O vento se intensificando, denotando o silêncio que encobria o resto da floresta, como se ela mesmo tivesse parado para assistir o embate.

Uma ação. Dannilo se vira de uma vez, determinado a encarar o ser que ameaçava matá-lo. O sinal para o bote. Em uníssono, os três lobos avançam, com seu uivo cobrindo a área, se unindo ao grito de surpresa das vítimas. Dannilo estica os braços para parar a fera, entrando num embate de força, as patas da besta o fincando no chão. Lara se encolhe e usa a força de seu corpo para trombar com o lobo que pulou sobre ela, se jogando contra uma árvore, o lobo entre ela e a vegetação. Era resistente, mais do que ela esperava. Marcos e Pedro se esquivam do primeiro ataque, com Pedro procurando no chão qualquer objeto que pudesse usar para se defender, pegando dois bastões que se assemelhavam a tacapes, arremessando um a Marcos e empregando firmeza com o olhar. Não iriam morrer se lutar.

O lupino que Lara havia prensado agora ameaçava mordê-la, ao que ela desesperadamente jogou a criatura para o lado, se distanciando para pensar no que fazer agora. Dannilo rola para o lado, se dando apoio e escapando das abocanhadas do ser sinistro, observando como até mesmo suas presas se assemelhavam a cacos de vidro. Usando do impulso, ele arremessa brevemente o lobo que o prensava no chão, recuperando o fôlego e seu território. Marcos e Pedro mais uma vez tentam desviar do alcance da criatura, visando um contra-ataque. Pedro, no entanto, vacila no seu passo, escorrengando nas folhas de tom marinho que cobrem toda a terra da área, dando uma oportunidade para o lobo, que o morde ferozmente na coxa, travando sua mandíbula e causando um gemido de dor do rapaz. 

Marcos: Guenta aí Pedro!

Marcos se joga com seu tacape improvisado, acertando a cabeça da fera, causando uma rachadura na região. Impassível, no entanto, ela não larga, seu som vibracional alertando seu estado volátil. Lara igualmente se vê sem sorte, o lobo se aproveitando da indecisão da garota para jogá-la ao chão, travando uma guerra entre seus braços e seus dentes. Instinto animal. Instinto assassino. Instinto.

É então que uma mudança ocorre, o lobo que atacava Dannilo sendo dilacerado, o som de vidro quebrando ecoando por toda a floresta, um clarão vermelho e dourado sendo visto antes que a fera fosse destruída. Os outros olham confusos, uma vez que Dannilo já não estava mais lá, temendo que seu companheiro havia sido a primeira vítima do combate. Instinto. Logo, no entanto, o lupino que atacava Pedro também é destruído, com o mesmo olhando incrédulo ao que tinha visto. Instinto. Por fim, a última besta é chutada pra longe, se chacoalhando atordoada, encarando a figura que agora teria que enfrentar. Diante dela e dos outros três, Dannilo se erguia, em seu pulso brilhava um símbolo de um círculo, com quatro pontas se projetando de cada extremidade. Em suas mãos, duas adagas colossais cintilavam, como se fossem produtos de pura magia, translúcidas de coloração avermelhada. Seus olhos brilhando intensamente, a íris vermelha com detalhes em dourado, formando o mesmo símbolo do pulso, exalando uma única intenção, um único instinto. Killer Instinct.

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