𝖢𝗈𝗇𝖼𝗅𝗎𝗂𝖽𝖺 › 𝖿𝖺𝗇𝗍𝖺𝗌𝗂𝖺
❝𝐀pós muito tempo sendo responsável pela travessia das almas humanas até o Portal das Almas pelo Limbo, a Morte se preparava para realizar uma última travessia, aquela que seria responsável por sua liberdade...
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VI-MEESPELHADO em teus olhos esperançosos e atentos, donos do mistério e da angústia, olhos que guardavam e protegiam sua verdadeira alma.
Chegastes como os muitos outros no qual me fui fadado a guiar, incrédulo e carregado de uma arrogância descabida. Pobres humanos, nem mesmo diante da Morte são capazes de crer que sua mera existência de nada vale, que todos são apenas almas vagando por um plano em busca de uma falsa iluminação.
Todavia, não pude conter meu fascínio perante a ti, humano indômito, infelizmente tu foste capaz de presentear a Morte com o pior presente que tua mente imperfeita poderia imaginar. Tu, meu eterno humano insolente, deu-me a hesitação em cumprir meu único propósito, tu me fizeste sofrer por finalmente te ver partir, por finalmente me libertar...
Tinhas mesmo que possuir uma teimosia intrigante? Tinhas que me hipnotizar com teu sorriso? Tinhas que me fazer odiar ainda mais tua raça frágil? É claro como a água que todas essas perguntas terão uma única resposta, o tão temido e simplório “Sim”.
Despedimo-nos como era o correto a ser feito, no entanto, por que teu último abraço me torturou tanto? Afinal, nosso reencontro foi jogado ao inconstante acaso, então por que temi por sua partida? Por que temi em deixar-te seguir teu caminho?
No fim, tínhamos os mesmos sonhos; as mesmas crenças; as mesmas amarguras; os mesmos olhos regados a mistérios e ainda sim, preenchidos de esperança e sobretudo, amor...
Meu humano singular, te dedico estas lamúrias apaixonadas e sôfregas, escritas durante os tenros suspirares de vida da própria Morte, pois até mesmo um ceifador e carrasco que sou foi capaz de amar.
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