My BadHero

· Capítulo 1- A prova ·

Eu estive super ansiosa o dia inteiro. Pedi ao meu irmão para me inscrever na U.A. Sempre foi o meu sonho estudar lá, desde pequenininha. Lembro de sempre pedir ao meu irmão que me levasse até a porta da escola só para admirar os alunos entrando com aqueles incríveis uniformes, e eu adorava esses uniformes. Mas, pra ser sincera, na verdade acho que meu sonho primordial era me tornar uma super heroína. Sempre admirei os heróis e seus esforços para ajudar a população. E, principalmente, sempre quis ser vista com alguém além do meu irmão.

Eu amo meu irmão, Keigo é o melhor irmão que alguém poderia desejar. Mesmo com as dificuldades com a nossa família, ele sempre me protegeu e sempre fez de tudo para me dar oque eu precisava e oque eu não precisava. Tenho memórias incríveis com ele, ele sempre foi meu irmaozão, uma figura fraterna que eu jamais conseguiria crescer sem. Lembro de muitas vezes, ele me levar pra suas reuniões de heróis porque não gostava de me deixar sozinha ou com babás suspeitas. Mas, ultimamente venho me cansando de sempre ser resumida à ele. Eu tenho notas impecáveis, participei de diversas campanhas com marcas de luxo, mas sempre sou descrita como a "Irmã do Pro hero número 3" ou pior, "Caçula do Hawks". Já me cansei de pessoas que se aproximavam de mim só para ter o mínimo de contato com o Keigo. De como os repórteres sempre me perguntavam do meu irmão ao invés de perguntar sobre mim. Poucas eram as pessoas que me viam como um ser humano independente. Nunca disse ao Keigo como me sentia em relação a isso, mas acho que ele percebeu sim.

Por isso, estou decidida que não serei mais a sombra do meu irmão. Me tornarei uma super heroína forte e que cresceu sem a ajuda de outro herói. Serei eu, só eu. E o caminho mais fácil de fazer isso dar certo é entrando na U.A, por isso sempre fez parte da minha ambição entrar nessa escola. Me esforcei todos esses anos pra evoluir minha individualidade, treinei praticamente todos os dias com meu irmão, tive diversos professores de artes marciais, tudo isso pra alcançar meu sonho, e o primeiro passo para realiza-lo é entrando nessa bendita escola.

Decidi que iria me levantar da minha cama, fazia um bom tempo que eu tava aqui deitada. Era tarde da noite, Keigo só chega de madrugada, e a Kim, moça que ajuda na cozinha, já havia ido para casa, como em todos os outros dias, e eu já estava com fome de tanto esperar o homem chegar. Mas, antes de chegar á cozinha, escutei o barulho da porta sendo aberta. Me apressei em ir até lá, no anseio de receber o meu irmão.

-Cheguei, (s/n)

Ele disse antes de receber um abraço meu. Sempre que meu irmão sai para essas rondas, eu me sinto angustiada com medo de não ter seu retorno. E hoje, estava mais ansiosa ainda para receber a aprovação da U.A. Ou, a reprovação. E esse segundo pensamento me assombrou o dia inteiro, desde a hora que o Keigo saiu de casa pela manhã.
Olhei para Keigo, e esperei sua resposta, esperei e esperei mas nada veio, nenhum som foi emitido dele, a única coisa que conseguia perceber era uma cara tristonha que ele carregava. Um silêncio constrangedor se fez presente, não consegui conter o meu nervosismo e fui a primeira a quebrar o silêncio

-E sobre a U.A? Eles aceitaram minha inscrição?- Perguntei receosa, com muito medo da resposta
Ele olhou pra mim decepcionado, soltou um suspiro pesado antes de responder:

-Não. Não aceitaram você na prova de admissão. Sinto muito- Respondeu por fim.
Olhei incrédula pra ele. Não é possível, por que não me aceitariam? Será que não fui boa o suficiente? Eu me esforcei tanto, sempre me esforcei...

-Não aceitaram você na prova porque te convidaram á entrar por recomendação- Ele por fim disse. Sua carranca triste se transformou em uma linda face brincalhona, a mesma que ele sempre faz quando eu caio em alguma de suas piadinhas bobas

-VOCÊ QUASE ME MATOU DO CORAÇÃO, KEIGO! - Eu gritei enquanto ele ria da minha cara

-Você tinha que ver sua cara, (s/n)- Disse entre risadas escandalosas, típicas dele.