O Delegado Em Seu Coração

Doze

Quando a noite chegou totalmente ao início, entramos em casa, onde mais uma vez o silêncio reinava.

Assim que passo pela porta com Billy atrás, meu celular toca.

Era Liana.

— Alô? — falo assim que atendo e continuo subindo para meu quarto.

— Oi irmã! — Liana fala animada. — O que você acha de amanhã irmos ver os vestidos?

Me animo na hora, e mal cheguei em casa.

— Claro! —falo entrando no meu quarto. — Eu já estava reclamando. — eu falo e ela dá risada. — Você fez eu vim, e me larga.

— Desculpe Meri, eu estava resolvendo outras coisas, prometo que agora vou estar mais presente.— ela fala e eu me jogo na cama, Billy sobe também e se deita ao meu lado. — Papai me falou sobre a mamãe...

— Não tem problema, eu estou fazendo drama,— eu mudo de assunto e ela dá risada e eu faço biquinho. —Nem pensei nisso. Até mais tarde.

Mas eu realmente tinha pensado.

— Até amanhã, passo aí por volta das duas horas. — e desliga.

Estava animada agora, pelo menos íamos fazer alguma coisa.

E isso acaba me lembrando do e-mail que não abrir.

Jesus, sou muito esquecida.

Pego o meu notebook, ainda na mala, e abro ele.

Checo todos os e-mails atrasados, fazendo uma nota mental de olhá-los depois, e vou ao que me interessa.

Quanto mais passo os olhos, mais intrigada fico.

Aqui fala de diversos depósitos bancários que Tyler recebeu nos últimos dias que antecederam a divulgação do vídeo, além do seu cartão ter sido passado em um motel que ficava a alguns minutos da saída da cidade, e nem uma das datas bate com algum dia que eu fiquei só.

Sim, eu me lembro, coisas que te marcam, você demora para esquecer.

Provavelmente onde gravaram o vídeo, mas infelizmente o nome dele é o único que aparece, mas isso é o suficiente para minha cabeça começar a formar teorias.

Então praticamente ele recebeu de alguém para fazer isso?

Minha cabeça rodava, mas quem? E era muito dinheiro. Tenho certeza que não foi difícil para ele aceitar.

Meu telefone toca, era um número desconhecido.

— Alô? — atendo com receio.

— Oi amor da minha vida! — é claro que eu conhecia a voz.— É a sua pessoa favorita!

— Qual delas? — falo com graça.

— Sua chata! Vou desligar.

Solto uma risada.

— Vai rindo, que você vai ver.— ela fala.

— Você sabe que não vivo sem você! — eu falo.

— Sei.— fala e posso até ver seus olhos escuros se revirando. — Poderia até desligar.

— Hilary! Deixa de drama.— falo rindo .— Comprou o celular?

Quanta saudade da minha bela morena do outro lado da linha.

— Sim, não aguentava mais!— ela fala e escuto o seu suspiro.— Como você está?

— Eu estou bem. — falo e me jogo para trás na cama. — E você? E meus bebês?

— Eu estou muito bem, e muito mais sabendo que você está bem aí.— ela fala, Hillary se preocupou tanto em eu vim. — Os nossos bebês estão maravilhosamente bem.

Eu dou uma risada, e em seguida solto um suspiro de alívio.

— Eles estão aí? — pergunto animada. — Eu estou com tanta saudade. — eu falo e sinto os meus olhos se encherem de água.

— Não estão Meri, e eles também estão com muita saudade — ela fala. — Foram para casa de Lucy, eu estou indo fazer plantão. E ela comprou um novo vídeo game né? Eles estavam doidos para irem lá.

Ela ri.

— Eles devem estar aproveitando horrores.— Dou uma risada.

— Nem me fala.— ela dá uma risada.— Eles estão bem, sabe que não precisa se preocupar.

— Eu só....— começo e suspiro. — Estou com saudade, nunca fiquei tanto tempo longe e só fazem poucos dias. — sinto a fungada de Billy no meu pescoço.

Dou um sorriso a ele, sei que está me falando que está comigo em qualquer coisa.

Afago seu pelo.

— Faz parte Meri, — ela fala eu escuto no fundo um som de buzina. Ela deve estar na varanda.— Foi preciso e necessário, todos nós sabemos, e nós amamos você.

Fecho os meus olhos para as lágrimas não descerem.

— Você ligou na hora certa, o cara que você indicou me enviou um e-mail. — Começo falando baixinho.

— Sério? E o que dizia?— ela pergunta animada.

— Só falava sobre algumas transações, depósitos, entrada em um motel, essas coisas. — falo e apesar de saber que é só o início, não posso negar ou evitar a decepção.

— Isso já é alguma coisa, é o primeiro passo.— ela fala confiante.— Vamos conseguir, e no dia de passar isso na cara de todo mundo que te machucou eu irei com meu salto 15 te ajudar.

Solto uma gargalhada.

— O que seria da minha vida sem você, em? — falo ainda rindo.

— Uma pessoa muito triste. — ela fala e escuto um barulho ao fundo.— Vai dar certo e vamos conseguir.

— Tenho medo de ter vindo à toa. -- confesso. — De ter largado tudo e se no final.....

— Jamais!— ela grita comigo, chega dou um pulo da cama.— Vai dar certo! E você estava com saudades da sua família, aproveitou.

Família, solto uma risada mental, pode ter vários significados.

Se eu contar para ela do que já fui chamada, ela vem pessoalmente aqui.

— Eu sei, mas existem outras prioridades. — eu falo.— E se eu estiver aqui e...

— Está tudo certo, não coloque paranóias desnecessárias na cabeça Meri.—ela fala.— Vai dar certo, tem que dá.

E como tem.

— Como estão sendo os dias aí? — ela pergunta.

— Eu vi.....

Outro barulho, mas não consigo distinguir.

— O que está acontecendo? — pergunto e escuto seus passos, enquanto ela caminha pelo apartamento.

— Meri? — ela pergunta.

— Sim? — respondo

— Olha só, espere um segundo.— ela fala e escuto a movimentação.

— Mamãe? — escuto a voz mais fofa do mundo e no mesmo instante meu coração transborda de amor.

Como uma pequena frase pode fazer tanta diferença na vida de uma pessoa?

Sim, isso mesmo, meus bebês, meu filhos. Meu segredo.

Mas esse não era o único.