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- Faz assim filho

Fecho a mão e levanto só o dedo mínimo
Deslizo a mão em frente ao peito, como se estivesse fazendo um arco Íris

- Isso é " Oi "

Ele me imita

- Isso, oi meu amor

Beijo sua bochecha gordinha

Valéria - Pra que ensinar libras pra ele?

Ignoro ela

- De novo

Faço novamente aquele mesmo sinal e repito o ato

- Oi

Miguel - Oi

Ele repete o sinal enquanto falava

- Muito bom!

Valéria - É sério, ele só tem 1 ano

- Mãe, eu decido o que eu ensino pro meu filho

Valéria - Nunca precisei aprender libras e olha agora, estamos nos dando bem

- É, estamos super bem agora! Mas e minha adolescência inteira que você me rejeitou!? Dizendo que libras era tosco! Que eu era dramático! E esse tempo mãe!? Vai falar que se não tivesse aprendido libras naquele tempo não teríamos nos dado melhor antes!?

Miguel começa a chorar
Calo a boca assim que vejo seu olhar triste

- D-Desculpa, eu só.... só estourei. Me perdoa

Pego Miguel no colo e vou para a cozinha
Coloco ele sentado no balcão e suspiro pesadamente

- Prontinho filho, não precisa chorar. O papai só ficou um pouco alterado

Abraço ele

- Eu sei como você tá se sentindo. Desculpa ter gritado perto de você, eu nunca mais vou fazer isso

Ele me abraça apertado

- Tudo bem, já passou

Miguel - Ada papa na chota anana babada ti tuda. Tu nene a ti tutau. O mosto ababo na ai ti buta. I ti papa na tota, a enem ba ti ata

{ ainda bem que eu sei ler Hieróglifos.}

Sorrio e esfrego minha bochecha em seu ombro

- Papai tá mais calmo agora, obrigado por cantar pra mim

Suspiro pesadamente
Não acredito que me estressei com a minha mãe
Não acredito que gritei com ela
E pior ainda, não acredito que gritei perto do Miguel

Ele deve estar tão assustado com tudo isso
Eu e Arthur nunca gritamos ou brigamos perto dele
Isso tudo é tão novo e assustador pra você

- Eu te amo, tá bom?

Esfrego minha bochecha na dele

- Papai te ama muito muito muito

Miguel - Adel ama papa muto

- Miguel ama muito o papai

Miguel - Miguel ama papa

- Isso, Miguel

Miguel - Miguel

Sorrio e encho seu rosto com beijinhos

- Coisa linda

Ele começa a beijar meu rosto

- Ah sim obrigado por seu amor

Alguém agarra minha cintura e eu me assusto
Meu corpo estremece completamente

Arthur - Meu gatinho assustado

Ele beija meu pescoço

- Querido... que susto

Viro de frente pra ele e o abraço

Ele me põem sentado ao lado de Miguel no balcão

Arthur - Sua mãe me contou

Apoio minha cabeça em seu ombro

Arthur - Oi amorzinho, como foi seu dia?

Ele fala alisando o cabelo de Miguel

- Eu gritei perto dele

Arthur - Oh querido

Ele beija minha bochecha

Arthur - Ele nem deve ter percebido, Miguel é assustado mas ele é bobinho. Né meu amorzinho

Miguel começa a rir

- Sei lá... eu só não quero que ele cresça no mesmo ambiente que eu cresci. E se ele se apaixonar por algum amigo, mas não ficar mais feliz aqui e querer morar com o Luís? E se o Luís sofrer um acidente e aí ele vai ter que voltar pra cá e viver de uma maneira estranha com a gente porque nem sequer lembra de como somos? E se....

Ele agarra meu rosto

Arthur - Você está achando que ele vai ter a mesma infância que você teve?

- Não vai?

Arthur - mas é claro que não. Somos diferentes de como sua mãe era antigamente. Miguel não vai ir morar com o Luís. Ele vai ter a infância mais feliz de todas porque vamos enchê-lo com muito muito muito amor até que ele esteja grande e nós estejamos velhinhos. Entendeu?

Eu afirmo e ele me abraça

Arthur - Agora vamos pro quarto, tá na hora dos meus amores dormirem

Ele me pega no colo e logo pega Miguel

- Eu tô pesado querido

Arthur - Nah, eu gosto do seu peso

Ele fala saindo da cozinha

- Eu me sinto um neném quando você me carrega assim

Arthur - Você é meu neném. Você e o Miguel são meus amores

Sorrio e beijo sua bochecha

- Eu te amo

Miguel - Amo papa

Arthur - Também amo vocês

Nosso Capítulo Final Onde histórias criam vida. Descubra agora