Um ano na Escola de Princesas

IV - As Boas-vindas

Alexandra Privet folheou suas anotações uma última vez antes da cerimônia de boas-vindas. Uma vez que todas as alunas estavam acomodadas, ela subiu no palco, percebendo que Prince havia desaparecido de seu lado novamente. Ela examinou a área e o encontrou com a garota da loteria novamente, a cabeça descansando confortavelmente em seu colo enquanto ela o acariciava. Era estranho ver seu cachorro tão amigável com outra pessoa, especialmente uma completa desconhecida. Talvez, assim como ela, ele sentisse algo na garota que era revigorante e familiar. Não, issoera bobagem, ele provavelmente estava ficando senil na sua velhice.

Uma vez no pódio, Alexandra esperou um momento enquanto as alunas concentravam sua atenção nela.

“Bem-vindas, alunas. Esta noite, vocês começarão o maior desafio de suas vidas. Treinar para ser uma princesa ou uma dama real. Os trabalhos mais importantes do reino. Suas colegas de classe, Louise e Janet, irão lhe entregar sua tiara de treinamento.”

Ela verificou se as duas meninas que se ofereceram estavam fazendo isso. Ela sorriu, notando que Blair Willows recebeu a tiara dela e a colocou torta. Alexandra teria que remediar isso mais tarde.

“Não se acostumem muito com elas. Somente aquelas que tiverem sucesso neste semestre ganharão as verdadeiras tiaras. Falhe como uma princesa em treinamento e você perderá esse privilégio. Temos expectativas muito altas para com vocês. Dito isso, acredito que cada uma tem talento para ser uma princesa de sucesso dentro de si. Trabalhe duro e você atingirá os seus objetivos.”

Atrás dela no palco, Dama Devin pigarreou ruidosamente. 

Alexandra cobriu o microfone com a mão. “Eu sinto muito, Dama Devin. Você tem uma pequena cócega desagradável em sua garganta aí? Gostaria de um copo de água?"

"Eu gostaria de uma apresentação adequada!" a mulher sibilou.

“Sim, eu estava prestes a chegar lá, se você me permitir terminar minhas observações iniciais...”

"Não há tempo", disse Dame Devin, já caminhando em direção ao pódio.

Alexandra rapidamente se inclinou sobre o microfone e disse: “Estudantes, Dame Devin”, esquecendo o resto de seu discurso.

Dame Devin limpou a garganta e ergueu o queixo. "Olá alunas! Eu tenho um anúncio de abalar a terra! Este será meu último semestre ensinando aqui na PCS, antes que eu- Uh, quero dizer, minha filha- se torne princesa de Gardenia! Não, não! Segurem suas lágrimas! A senhorita Privet vai assumir minhas aulas, do jeitinho dela."

Alexandra revirou os olhos. 

“Claro, ninguém conhece a vida real como eu. Moro no palácio desde que minha querida culhada, a rainha Isabella, e sua família morreram. E foi um grande prazer para mim. Agora, estarei com minha filha a cada passo do caminho enquanto ela se torna princesa e, eventualmente, se torna rainha desta bela nação.”

Da primeira fila, Delancy Devin jogava o cabelo para trás, com uma expressão de satisfação presunçosa no rosto.

"Supondo, é claro, que ela conclui a sua escolaridade", acrescentou Alexandra calmamente.

“Sim, claro, presumindo,” disse Dame Devin com os dentes cerrados. Ela engessou um sorriso de volta para as alunas. “E então, sejam bem-vindas à Escola de Princesas! Espero que seu tempo aqui seja mágico.”

Alexandra decidiu não se incomodar em apontar que essa havia sido sua frase final. “Tudo bem, garotas! Vénias a todas, e então dormitórios!”

As alunas se levantaram enquanto Alexandra, Devin e as outras professoras saíam do palco. As garotas se alinharam em duas filas para fazer vénias umas às outras enquanto saíam. Alexandra ficou no final para corrigir a postura das alunas conforme necessário. Ela estremeceu quando viu Blair tropeçar em algumas das vénias.

"Ugh, você de novo!" disse Delancy em voz alta quando Blair correu desequilibrada contra ela. “Você é um desastre ambulante!”

Alexandra franziu a testa, mas a futura princesa saiu pisando duro antes que ela pudesse repreendê-la. Alexandra puxou Blair para o lado e endireitou a tiara na sua cabeça, que tinha ficado ainda mais torta depois do tropeço.

"Desculpe, senhorita Privet", ela guinchou.

“Não são necessárias desculpas, Srta. Willows. Mantenha o queixo erguido, você vai pegar o jeito.”

"Obrigada", disse Blair, tentando outra vénia desajeitada. Elas teriam que trabalhar nisso mais tarde.

"Desculpe, devíamos ter avisado você" disse Isla a Blair quando as três se encontraram e voltaram para o dormitório. “É uma forma de despedida bastante comum. Eu nem pensei nisso."

"Tudo bem", disse Blair, desejando ter pesquisado no Google "como fazer uma vénia" antes de chegar. 

“Da próxima vez, apenas tente encontrar um de nós em vez da Vadia Real.”

"Hadley!" disse Isla, surpresa com sua linguagem.

“O que, é verdade. É uma pena que ela esteja no comando do seu país”, acrescentou ela para Blair.

“Vamos apenas esperar que suas políticas sejam mais legais do que sua personalidade”, disse Blair com um suspiro. “Por que ela é a próxima a ser princesa de qualquer maneira? O que há de errado com o atual regente?”

“Você não prestou atenção na escola?” disse Hadley.

"Não nos detalhes", admitiu Blair. Ela teve uma aula de eventos atuais na sua antiga escola, mas foi no ano em que sua mãe ficou doente. Então era tudo um borrão. 

“Bem, o atual regente é irmão do Rei Reginald, mas ele e seus filhos não podem criar uma linhagem real, já que Reginald só entrou na família real por casamento,” Isla explicou. “Enquanto Delancy é a filha do irmão mais novo da Rainha Isabella, a única que ele e Dama Devin tiveram antes de todos morrerem no acidente. Então ela é a parente de sangue mais próxima da última rainha legítima.”

A cabeça de Blair doía tentando entender tudo aquilo. Ela queria apontar como isso era inútilmente arbitrário, quando os sobrinhos e sobrinhas de Reginald certamente eram tão qualificados, senão mais do que Delancy, mas a essa altura já haviam chegado ao dormitório.

“Se todos eles tiverem morrido”, acrescentou Isla.

"Se?" disse Blair enquanto elas entravam em fila no quarto e tiravam os sapatos.

“É apenas um mito urbano bobo, que algum deles sobreviveu ao acidente de carro”, disse Hadley, revirando os olhos. “A limusine caiu de um penhasco.”

“Bem, eu gosto de acreditar que um deles pode estar por aí”, disse Isla. Então ela admitiu: “Acho que é uma ilusão, considerando quem que vai governar se ninguém aparecer antes de sua coroação”.

“Pelo menos não é o seu país”, apontou Blair. “Ei, eu provavelmente deveria saber disso, mas de que países vocês são?”

“Apolônia,” disse Isla. "Isso é--"

“Ooh, eu sempre quis ir para lá! Ouvi dizer que as praias são lindas."

Isla sorriu. “Sim, vou convidar você depois que nos formarmos.”

“E eu sou de Dolphia,” disse Hadley. “Tenho seis irmãs mais velhas e duas mais novas, então não te culpo por não saber meu nome.”

“Oito irmãs! E nenhum irmão?"

Hadley e Isla riram. “É meio que uma... bem, maldição não é a palavra certa, mas as mulheres da minha família raramente têm meninos. Um rei do passado era famoso por ter 12 filhas.”

Blair amava a irmã, mas estremeceu ao imaginar onze pequenas Emilys correndo por aí.

“Recebi o nome de uma delas, na verdade”, disse Hadley com orgulho. “Minha tia-avó e inspiração, fundadora das primeiras Olimpíadas.”

“Por mais divertido que isso seja”, disse Isla, “deveríamos ir dormir. Primeiro dia de aula amanhã!”