Capítulo 5 - Delegacia

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NIKOLAOS

- Vamos embora Niko, não é necessário. - Fala tentando convencer-me a voltarmos para casa.

- Como não é necessário? Já se olhou no espelho? - Esbravejo. - Viu o que esse desgraçado fez com você? É claro que é necessário! Vamos logo! - Descemos do carro e andamos em direção à delegacia.

Annemike resolve não dizer mais nada. Afinal, ela sabe que é bem difícil contrariar a mim. Entramos na delegacia e o nervosismo era evidente nela.

Eu sei o que o Roger Piin fizera a minha amiga não era certo, mas também sei que quero prejudicá-lo a esse ponto e vê-lo pagar por está agressão.

Eu sempre insisti que Annemike o denuncia-se, mas ela nunca tinha coragem de vir.

Bom, até hoje, pois Annemike, finalmente me ouviu.

Roger é um ogro repulsivo.

Ele é como a maioria dos homens quando você conhece é amável, no começo dirá pelo menos um ano ou menos e é aí que começa a transformação, o príncipe vira sapo e quer lhe forçar a se submeter a ele a qualquer custo por meio de palavras e agressões.

Acomodo Annemike em uma das cadeiras estofadas da recepção, enquanto eu vou falar com um dos policiais que me informa para aguardar que logo o delegado irá nos receber. O bom dessa delegacia é que eu conheço o delegado Ramires, ele é um dos amigos do meu ex-marido.

Annemike estava nervosa e tensa dava para perceber pela maneira como ela mexia nas mãos.

- Niko não sei se o denunciar irá trazer algum resultado, o Roger é influente e pode cobrar vários favores até mesmo comprar esse delegado.

- Não se preocupe, ele receberá a punição merecida.

- Senhoritas, me acompanhem por gentileza. - O policial com quem falei nos chama.

Nos levantamos e os seguimos pelo corredor e paramos diante de uma porta de madeira.

O policial bate na porta e sorri para nós.

- Entre! - Uma voz rouca e autoritária soa do outro lado e já sei até a quem pertence.

Annemike entrou primeiro e eu fui a última a entrar.

Fico um pouco atordoada quando olho para aqueles olhos azuis na minha frente. Os seus olhos é de um azul cristalino e revolto que parecem querer me imundar.

A sua postura imponente me causa arrepios e ele está tão sexy.

Engulo em seco e tento não transparecer o quanto que ele me afeta ainda depois de todos esses anos e eu pensei que já havia superado.

- Sentem-se!

Nós sentamos nas poltronas de couro preto.

- Bom, qual a ocorrência? - Pergunta olhando alguns papéis que estavam sobre a mesa.

- Agressão e abuso de drogas. - Respondo me pronunciando, sabendo que a minha amiga não conseguiria falar.

- Contra você? - Ele pergunta com o tom de voz mais autoritário e deixando os papéis de lado, focando a sua atenção em mim e em seus olhos dá para perceber a irá.

- Não, contra a Annemike! O marido dela. - Vejo que o semblante dele suaviza.

- E por que a mesma não fala? - Pergunta seco olhando para ela.

- Porque ela estava com receio em vir.

- Então, você gosta de apanhar? - Pergunta lançando um olhar gélido para ela.

- Que tipo de pergunta é essa? - Pergunto perplexa com esse tipo de tratamento que ele a está oferendo. Como pude me casar com este homem? - Se você fosse mulher, você gostaria de apanhar?

- Dependendo da situação em quatro paredes e você sendo submisso, porque não gostaria. Então, por que ela demorou a denunciar? - O mesmo pergunta olhando para mim de maneira provocadora.

- Nenhuma mulher gosta de sofrer agressões. Ela estava com medo, sendo drogada, abusada e agredida.

Pelo que ela me contou, Roger pode ficar bastante irritado pelo fato de eu ter a convencido vir até a delegacia para prestar queixa contra ele e pode fazer algo contra ela muito pior.

- É claro que ela não gosta de ser agredida. - Rebato irritada.

- Bom, senão veio antes denunciá-lo com as próprias pernas, é porque certamente gosta do tratamento que o marido a está a oferecer. - Ele termina de falar a olhando.

Que absurdo é esse que ele está dizendo.

Quando Roger injetou drogas nela e a usou para ser estuprada por vários homens e a deixava presa em seu quarto sem chances de se defender, Annemike aproveitou a chance em que ele se encontrava bêbado e ligou para mim e veio na minha casa.

Quando chegou na minha casa começou a me contar tudo o que sofria, como ele era rude, sofria agressões físicas e com palavras.

- Você é um cretino!

- Meça as sua palavras, posso prendê-la por desacato.

- Você é um...

- Vamos embora! - Annemike levanta-se, antes que eu comece uma discussão com o Charlles.

- Annemike não podemos ir, nós...

- Vamos, Nikolaos! - Diz indo em direção à porta.

Olho para o Charlles com raiva, tendo mais certeza ainda do pedido de divórcio.

- Você só traz decepção. - Digo e ele me olha fixo sem demonstrar as suas emoções como sempre.

Delecretino!

Saímos da sala.

Como ele pode ser um homem tão cretino e arrogante? Ainda não acredito que estou casada com um homem assim por tantos anos!

Estávamos prestes a sair da delegacia, olho para Annemike e a vejo com o semblante amedrontado preocupado.

- Não fique assim, você não precisa voltar para sua casa, pode ficar comigo e o seu marido não irá se quer tocar em você. Fique calma. - Falo enquanto nós caminhamos para o meu carro.

- Como posso me acalmar? Ele já deve está a minha procura, imagina só o que ele vai fazer comigo quando ele descobrir que vim denunciá-lo. Não devia ter vindo, foi uma má ideia. E o seu marido é um arrogante e egocêntrico.

- Você sabe que não foi má ideia. Você não podia ficar mais sendo agredida e abusada.

- Eu sei! - Ela diz chorando. - Mas o seu marido é um gato!

- Pelo amor de Deus, Annemike! - Reclamo.

- Não venha me dizer que não acha? Ele é gato e malhado, você sabe disso?

- Han, Han... esqueceu que ele é egocêntrico e arrogante?

- Infelizmente não tem como esquecer. - Ele fala olhando pela janela do carro.

Antes de irmos para minha casa a levei para o hospital para fazer alguns exames, ela relutou por um momento, mas consegui convencê-la a ir.

Ela parece cansada.

Depois de umas duas horas saímos do hospital e fomos para a minha casa. Chegamos em casa a conduzi para o quarto de hóspedes e fui para o quarto dos meus filhos e vejo que eles continuam dormindo, fecho a porta e vou para o meu preciso de um banho demorado para relaxar. Tomo o meu banho e deito na cama e assim que fecho os olhos me vem a imagem do Charlles, abro os olhos e me nego a ficar pensando nele. Até porque faltam poucos dias para oficializar a nossa separação, já que ele retornou. O bom é que não temos uma história e nada que nos prenda nesse casamento, agora que ele deixou bem claro que tem uma amante. Apesar dele ser lindo e ter um sorriso cativante, não presta. Na verdade, nenhum dos Gaillard prestam, por isso irei manter os meus filhos longe dessa família.

Fecho os olhos novamente e fico rolando na cama até conseguir dormir, porque preciso de um bom descanso, daqui a pouco os meus filhos acordam e preciso está descansada um pouco.

Charlles - Série Máfia Gaillard Vol.2Onde histórias criam vida. Descubra agora