Um Homem Honrado

capítulo 17

"Acho que vou vomitar", disse Harry enquanto andava de um lado para o outro na antecâmara que levava ao tribunal. "Por que isso está demorando tanto?"

"Harry, por favor, sente-se antes de fazer um buraco no tapete?" Severus disse, olhando para o marido enquanto ele continuava a andar para frente e para trás agitado. "Eles vão te chamar em breve, você precisa parar de ficar tão excitado."

"Sev está certo, Harry," disse Draco enquanto se sentava ao lado do homem vestido de preto, ignorando o olhar que foi enviado a ele com o uso do apelido que Ron havia instigado. "Você não vai fazer nenhum favor a si mesmo ficando agitado assim."

"Eu sei," Harry disse com um suspiro, passando a mão pelo cabelo e deixando-o ainda mais bagunçado do que antes. Ele parecia mais pálido do que nunca, e Severus sabia que tinha dormido muito pouco na noite anterior. Ele estava preocupado, tanto com o bem-estar de seu marido quanto com o que o dia seguinte traria.

Era o terceiro dia do julgamento e tanto Harry quanto Draco foram chamados para dar seu testemunho. Harry estivera fora de si durante toda a manhã, na verdade ele tinha muito pouca paz desde que a história foi publicada no Profeta. Ele sabia que tinha que ser feito, mas não conseguia parar a sensação de devastação que o atingiu ao perceber que todo o mundo mágico saberia tudo o que havia acontecido com ele.

Draco se levantou e colocou as mãos nos ombros de Harry, inclinando a cabeça ligeiramente para olhar Harry firmemente nos olhos. "Você precisa respirar fundo algumas vezes, amor," Draco disse gentilmente, e Harry assentiu ao fazê-lo, concentrando-se em Draco e deixando-se acalmar pelo comportamento calmo e gentil do loiro quando ele disse, "Você vai ir lá e dizer a verdade, contar a eles o que aconteceu e o que aqueles desgraçados fizeram com você. Eu sei que é difícil, e sei que é a última coisa no mundo que você quer fazer, mas Severus e eu estaremos lá com você, Ron e Hermione estão nas arquibancadas, concentre-se neles se sentir que está escorregando.

Severus estava grato por Draco estar com eles. Ele havia feito o possível para manter Harry calmo, mas sabia que, neste caso, o loiro era muito mais capaz do que ele. Harry confiava em Draco implicitamente, como ele havia feito todo aquele tempo atrás, quando Draco foi o único a salvá-lo e trazê-lo de volta para as pessoas que ele amava. Severus ainda conseguia se lembrar da visão de Harry agarrado a ele desesperadamente na ala hospitalar, Draco acalmando-o e confortando-o em um momento em que Severus, para seu desgosto, não se importava com o homem quebrado.

"Lembre-se," Draco disse com firmeza, mas gentilmente, "você não está sendo julgado aqui, você está aqui apenas para apresentar os fatos ao tribunal. Em uma hora, tudo isso estará acabado e você pode começar a tentar e deixe isso para trás. Você tem muito o que esperar, concentre-se nos próximos dias e deixe-se confortar pelo fato de que tudo o que Rosier e seus comparsas têm que esperar é uma cela fria em Azkaban."

Harry assentiu com um leve sorriso e disse: "Você está certo, eu sei que você está certo. É só... a ideia de ter que passar por tudo de novo, na verdade ter que dizer isso em voz alta para um grupo de pessoas..."

"Eu sei," Draco disse sinceramente, "e não consigo imaginar como você deve estar se sentindo, mas estamos todos aqui para você. Nós amamos você e você não está fazendo isso sozinho."

Harry respirou fundo e pareceu se recompor, endireitando os ombros, uma aparente sensação de determinação tomando conta dele. Aconteceu bem na hora, pois no momento seguinte a portinha atrás deles se abriu e um funcionário de aparência gentil se adiantou e disse: "Sr. Potter, Sr. Malfoy, eles estão prontos para você agora. Professor Snape, você pode se sentar à esquerda do banco das testemunhas."

Severus acenou brevemente com a cabeça para o homem, em seguida, voltou sua atenção para Harry, dizendo suavemente, "Você pode fazer isso, eu estarei aqui o tempo todo."