- Por que não me disse isso antes?
- Eu não queria te magoar e muito menos fazer você se sentir trocada - a mulher se aproxima de Bruna.
- E como você acha que eu me sinto agora?! - Bruna abre os braços e depois os cruza enquanto encarava a mulher.
- Eu sinto muito, Bru. - ela coloca as mãos no rosto da loira.
- é muito engraçado isso, saca? Você diz que sente muito, mas na verdade não passa de mais uma de suas mentiras.
- você pode por favor deixar eu me explicar?
- não. Já tô cansada de tudo isso, das suas mentiras, suas desculpas... já tô cansada de você! - fala tirando as mãos da mulher de seu rosto e começa a sair da sala.
- Loirinha, não faz isso. você vai se arrepender do que está fazendo - a mulher mais alta tenta convencer ela a ficar, mas foi em vão.
- eu já me arrependi, mas foi de não ter te deixado antes. Adeus.
Bruna fecha a porta e vai direto pro elevador, ela aperta o botão de térreo e quando as portas já estão fechando, avista a mulher uma última vez pela fresta que se fecha no mesmo instante. Ela sente uma lágrima escorrer de seu olho esquerdo e limpa com o dorso de sua mão, ela não queria que a história das duas terminasse daquela forma, ela sabia que o que a mulher tinha feito era imperdoável - pelo menos no ponto de vista dela - mas Bruna sabia que se continuasse naquela sala, facilmente perdoaria tudo o que a mulher havia feito.
Bruna sabia disso porque não era a primeira vez que brigavam e que tudo se resolvia no final, mas dessa vez foi diferente, dessa vez ela não perdoou.
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As lembranças de três anos atrás iam e viam na cabeça de Bruna, ela não lembrava de tudo exatamente do jeito que havia ocorrido, sua memória não era uma das melhores, tudo era um borrão e as únicas coisas de que se lembrava era de situações um tanto quanto marcante para ela.
Estava sentada naquela cadeira há mais ou menos quatro horas, ficar dentro de um escritório rodando cadeira e assinando papéis era uma das coisas mais entediantes que um ser humano poderia fazer. Qual o sentido de tudo isso? Pensou. E por que as pessoas tanto almejam esse cargo dentro de uma empresa? A única coisa que faço é ficar sentada aqui enquanto o resto trabalha e trabalha para garantirem que eu ainda continue com grana.
- Acho que entendi agora - ela ri de si mesma quando percebe o que tinha pensado e questionado.
- Ih, falando com seus amigos imaginários ? - um homem entra dentro da sala com dois copos de café.
- O quê? - Bruna se assusta quando percebe que não está só.
- Nada. - ele põe um copo de café sobre a mesa - Trouxe pra você.
- Obrigada... eu acho.
- Estava falando sozinha quando cheguei - o homem toma um gole de seu café e encara Bruna com curiosidade - posso saber do que se tratava?
- Nada demais. Inclusive, acho que preciso de férias. - ela pega o copo e leva até a boca e cospe o liquído de novo no recipiente - Mas que porra de café é esse, Hugo?!
- Ei, mais respeito com o meu café favorito - Hugo dá outro gole no seu café e olha para Bruna - se não quiser, eu bebo.
- Você deveria ter vergonha de chamar isso de café.
- Você disse que precisa de férias, certo?
- Sim, foi o que disse. Por quê?
- Vou passar minhas férias sozinho em uma cidadezinha litorânea aqui em São Paulo e... - ele passa o dedo indicador ao redor do copo enquanto olha pro chão um pouco nervoso - e queria saber se você não quer ir comigo.
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Broken wall - Brulari
Fiksi PenggemarBruna não esperava ser fisgada tão cedo. Ela se sentia como um peixinho prestes a ser devorado por seu predador. Vulnerável, ela estava totalmente vulnerável. De novo. Bruna se perguntava se realmente valia a pena estar alí. Questionava suas escolh...