A água estava gélida e a frequência de como ela batia contra seu corpo era como um soco. Forte o suficiente para lhe machucar.
E quem se importa?
Seus pés deixavam marcas na areia fria e molhada da praia. O sol despertava aos poucos, as luzes das ruas apagavam conforme a luz natural do dia iluminava os bairros da cidade.
Bruna se esforçou para levantar mais cedo e ir tomar um banho de mar. Foi difícil a saída da cama, mas valeu a pena.
Seus cabelos estavam úmidos e seu corpo tremia um pouco. Seus olhos pareciam de alguém que foi abandonado no meio da rua com apenas uma garrafa de whisky.
Ela chorou ontem à noite.
Tá, mas e daí?
Ela foi até as escadas que ligava a rua com a praia, sentou-se admirando o horizonte. Seus olhos olhavam para o fundo, parecia querer ver além dele, além do que seus olhos alcançaram.
Lembrou de ontem. Foi doloroso. Ela se arrependia de ter brigado com o amigo, deveria ter fechado a boca de merda e aceitado que Hugo estava certo.
Ela não gostava de ser chamada de loirinha. O motivo? Era óbvio. Ela lembrava de todas as vezes que se sentia presa no relacionamento extremamente tóxico com a ex namorada. Ela se sentia como um passarinho dentro de uma gaiola com a porta aberta. Então poderia sair, poderia ser livre.
Entretanto, havia um gato lá embaixo. E ela não sabia voar.
Era assim que se sentia.
O apelido foi criado por Hugo. Porém, foi aderido pela ex.
Está aí o real motivo de: "se fosse um pouco mais inteligente, saberia que a culpa é sua."
Sabia que ele não tinha culpa de absolutamente nada, afinal, era só um apelido. Mas machucava, machucava muito. Ela não tinha um motivo para brigar com Hugo, então usou um argumento sujo. Tá certo que ele tinha todo o direito de questioná-la tanto, mas ele estava atrapalhando os seus planos sedutores, assim dizendo.
Após algumas mínimas conclusões, percebeu que deveria se desculpar com o amigo. Faria isso assim que chegasse ao hotel. Diria que sente muito e que foi extremamente babaca. Era isso que faria.
Respirou fundo sentindo a brisa leve e fria contra seu rosto, alguns fios do seu cabelo faziam um movimento ondular. Manteve os olhos fechados por alguns instantes.
– Você por aqui?
– Como? - Bruna abre os olhos num susto percebe uma mulher ao seu lado.
Ela conhecia aquela mulher, só não sabia de onde.
– Você aqui na praia a essa hora, eu não esperava.
A mulher dá um sorriso de canto e a encara.
– Desculpa, eu… não entendi.- Bruna estreitou os olhos na intenção de tentar se lembrar de onde conhecia a moça.
– Hum?
– É que parece que você me conhece e que eu te conheço também, mas não sei de onde. Então… - ela gesticula com as mãos exageradamente na tentativa de se expressar melhor.
– Você realmente não se lembra de mim?
– Não. Desculpa por isso é-
– Nós nos vimos ontem no bar da casa de praia e…
Não. Não é possível. Essa mulher não pode ser…
Não pode ser a Larissa. Ou pode? Bruna não se lembrava que seu tom de pele era esse, e nem que seu cabelo era tão cacheado. E sua voz carregava leveza, já essa, era grave.
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Broken wall - Brulari
FanficBruna não esperava ser fisgada tão cedo. Ela se sentia como um peixinho prestes a ser devorado por seu predador. Vulnerável, ela estava totalmente vulnerável. De novo. Bruna se perguntava se realmente valia a pena estar alí. Questionava suas escolh...