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Que domingo mais estranho. Primeiro, terminamos o café da manhã com o Marcos presente. Ele é carinhoso, mas não pegajoso o que é realmente bom. Odeio moço pegajoso. Bléh. Passado isso, eu troquei de roupa e saí dar uma volta com meu peão. Fomos até um mercadinho próximo pegar algumas coisas de higiene pessoal que ele estava precisando. Ele contou que seus pais moram em Goiânia e não os vê há quase seis meses. Tem mais quatro irmãos. Todos moram em uma fazenda que é herança de família. Contei algumas coisas sobre minha vida, mas ele sabia a maioria já. Pelo jeito, meu pai é muito mais boca aberta do que imaginei. Aproveitei para comprar algumas guloseimas. Não sei por que, mas se pudesse eu comeria um pote de sorvete todinho sozinha.

Voltamos para a fazenda e fui conhecer seus "aposentos" – assim ele chamou sua pequena casa. Às vezes ele parece minha avó falando. O lugar é muito bem arrumadinho e a cara do rapaz. Tudo em tons de marrom e madeira, composto por sala, quarto, cozinha e banheiro. Observei num canto e vi um violão.

– Você toca violão? – Perguntei com as sobrancelhas erguidas.

– Não menina. Eu toco viola. Isso é uma viola.

– Pra mim é tudo igual. – Falei como uma criança birrenta. Ele riu, veio até mim e deu um beijo na testa. Sinto-me tão pequena perto dele.

– O que acha de eu fazer um almoço para nós?

– Vai falar que sabe cozinha também!

– Eu sei. E vou provar pra você. – Ele foi até a pequena cozinha e pegou alguns legumes. – Poderia fatiar pra mim? Eu mostro como...

– Ei! Eu sei cozinhar seu abusado! – Empurrei-o com o ombro e peguei os legumes da sua mão. – Pegue a tábua e uma boa faca pra mim, por favor. Como vai querer: picadinho ou em fatias?

Olhei para ele e ele estava lindo, escorado na pia, braços cruzados e um sorriso divertido no rosto. A camisa agora está por fora da calça e ele colocou um boné no lugar do chapéu.

– O que foi? – Perguntei. Não posso evitar sorrir vendo ele assim.

– Nada menina valente. Ainda. Pode fatiar os pimentões e picar o resto.

Momentos depois nós estávamos rindo e brincando enquanto cozinhávamos. No som, um country muito bom soava e nos embalava. Ele realmente sabe o que está fazendo. Terminamos o almoço e sentamos para comer no chão da sala. Ele levantou e levou os pratos para cozinha. Nestes poucos minutos que fiquei sozinha, percebi o quanto estava relaxada e feliz ao lado dele, fazendo coisas simples. Isso me assustou pra caramba.

– Por que está com essa carinha? – Olhei para cima e encontrei seu olhar preocupado.

– Não é nada, estava pensando em trabalho. – Menti.

– Não sei como, mas sei que está mentindo. Se não quer falar, não tem problema.

– Obrigada. – Foi o que consegui dizer, sentindo meu rosto queimar. Ele sorriu e veio para o meu lado, de quatro, avançando como um leão.

Eu caí para trás em cima dos meus cotovelos. Ele continuou avançando até que eu estivesse deitada no tapete da sala.

– Eu acho que tem alguém aqui com dúvidas nessa cabecinha. – Ele disse isso em cima de mim, com o nariz quase tocando o meu. Como ele sabe o que eu estava pensando? Será que sou tão transparente assim?

Ele levantou e ficou de joelhos, ao lado do meu corpo.

– Sabe Valentina, faz muito tempo que não me apaixono por ninguém. - Enquanto ele dizia, passava as mãos suavemente por todo o meu corpo. – A última vez faz muito tempo. Achei que ficaria assim, sem gostar de ninguém, para sempre talvez. Achei que acharia uma moça boa e de família, com quem casaria e teria filhos, como todo bom homem deve fazer. – Ele começou a desabotoar a minha camisete. – Tudo isso só por fazer. Sem sentimentos. Mas aí uma patricinha louca quase me atropela numa manhã. – Ele ri, balança a cabeça e termina de tirar minha camisete. Começa a desabotoar minha saia jeans. – Eu fiquei com tanta raiva e nem sabia o por que. Eu só sabia que o que você tinha de doida tinha de linda. Mas não era pro meu bico. Pra piorar a minha vida, eu a reencontro dormindo como um anjo, toda tortinha naquela rede. – Eu já estou só de calcinha e sutiã. Ele está passando as mãos calejadas por minhas curvas e dando pequenos apertos em alguns lugares. – Ver você daquele jeito, meiga e vulnerável mexeu comigo como nunca antes. Eu queria ficar ali na cama contigo, só abraçando e cuidando. Eu fui para a casa e não consegui dormir. – Meu Deus, por que ele está falando tudo isso pra mim? Ele abaixa e me beija castamente. – Quando eu a vi naquela festa, traiada daquele jeito, eu quase tive um treco. Fugi o máximo que pude, até ver aqueles imbecis te cercando. Dançar contigo foi minha perdição. – Ele abaixa o rosto e começa a circundar meus seios com o nariz. – Eu decidi ali que iria ter você pra mim e falaria com seus pais. Só que você é uma menina valente e terrível e me arrastou para aquele celeiro. Eu sabia que devia resistir, mas não consegui. Eu só sentia você em todos os meus poros. Como você achou que fugiria de mim daquele jeito e eu não faria nada Valentina? – Ele levantou e olhou para mim, com o rosto indignado.

Debaixo do Pôr do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora