9. O traficante

193 18 6
                                    

S/N precisava se distrair urgentemente. Sua mente trabalhava a mil e ela sentia seus pensamentos a engolindo e fazendo ela querer fugir de tudo aquilo. E com isso, avistou a casa a alguns metros de si. Enfiou as mãos dentro dos bolsos do casaco e olhou ao redor, continuando a caminhar até lá. O jardim estava em um estado pior do que o de costume e a pintura da casa estava manchada e descascando. S/N subiu os poucos degraus de madeira, que rangiam cada vez que ela pisava e tocou a campainha. Ficou esperando por um tempo, voltando a tocar a campainha repetidas vezes.

Já vai, porra! - A voz feminina gritou de dentro da casa, não demorando para abrir a porta de madeira. — S/N.

— Dallas. - As duas se cumprimentaram com um aceno de cabeça e a mulher deu espaço para que ela entrasse.

S/N não sabia qual era o real nome da morena, só que seu apelido era esse porque ela era de Dallas. Também não fazia ideia do porquê a americana veio para a Coréia do Sul e S/N não fazia questão de perguntar.

— Sehun está nos fundos. - Informou.

S/N podia ouvir a música que tocava de algum lugar da casa e algumas pessoas passavam pela sala. Sehun era traficante e dono daquele lugar. Ele alugava os quartos para quem precisasse, principalmente para quem comprava drogas dele. Mesmo que o lugar fosse mal cuidado e cheirasse a mofo, a maioria das pessoas que ficavam ali estavam drogadas demais para repararem nesses detalhes.

— Valeu.

Dallas apenas abanou com a mão, voltando a subir as escadas e S/N entrou no corredor estreito que levava a uma sala nos fundos da casa. Quanto mais perto chegava, mais alta a música ficava e ela não se deu ao trabalho de bater na porta. Quando abriu a mesma, a fumaça começou a sair do cômodo pela fresta e ela pôde ver o quão cheio aquele pequeno espaço estava. Entrou e fechou a porta enquanto buscava por Sehun no meio daquelas pessoas. O encontrou sentado no sofá enquanto uma mulher estava sentada no colo dele, distribuindo beijos e mordidas por seu pescoço.

— Olha só quem apareceu. - A voz rouca soou em seu ouvido, fazendo ela se virar e encontrar Jongin sorrindo galanteador.

— Quem é vivo sempre aparece. - Ela deu de ombros.

— Nem sempre. - S/N rolou os olhos, o empurrando de leve com o ombro. Antes que Jongin pudesse levar o baseado até os lábios, ela roubou da mão dele, recebendo um resmungo em resposta enquanto tragava, soltando a fumaça no rosto dele. — Veio comprar alguma coisa? - Perguntou, se encostando na parede.

— Talvez.

— Vai ter uma festa naquele galpão abandonado. - S/N assentiu, sabendo o lugar que ele se referia. — Caso quiser ir, só me avisar ou Sehun.

— Vou pensar sobre isso. Vocês precisam de alguém famoso nessa festa, de qualquer forma. - Falou apontando para si mesma e Jongin riu ao mesmo tempo que a olhava de cima a baixo.

— Não é como se a gente fosse reclamar. - A voz de Sehun se fez presente e S/N olhou para o lado, vendo o homem alto em sua pose autoritária e superior de sempre.

— Óbvio que não. - Rebateu.

— Vem. - Sehun apontou com a cabeça para a porta e S/N se virou para Jongin.

— A gente se vê depois.

— Será? - Disse malicioso e ela riu, seguindo Sehun para fora dali.

Os dois caminharam para fora da casa em silêncio, indo para o quintal dos fundos e até a grande garagem que não abrigava carros, mas, sim, drogas. Sehun acendeu o interruptor que iluminou todo o local e S/N entrou primeiro, olhando ao redor. Fazia algum tempo que não entrava ali e o lugar era mil vezes mais decente que a casa. Sehun caminhou até o grande sofá que tinha no canto da garagem e se sentou ali, tirando um baseado do bolso e acendendo o mesmo.

The Cop - BaekhyunOnde histórias criam vida. Descubra agora