Acordo mais um dia com meu suporte de oxigênio praticamente na metade depois de mais uma noite sufocante de sono, retiro as cânulas de ar do meu nariz e coloco tudo dentro da minha mochila. Resolvo tomar um banho gelado, felizmente a casa em que consegui entrar tem um bom reservatório de água, é a segunda casa que consigo entrar essa semana a comida já está acabando vou ter que atravessar a cidade se quiser comer pelos próximos dias, depois do banho visto minha calça jeans que se pudesse corria de mim de tanto que a uso, visto minha regata e moletom e o meu tênis velho.
Procuro qualquer coisa na cozinha comestível e nada muito fora da validade, se bem que uma intoxicação seria o menor dos meus problemas, acho um pacote de macarrão e resolvo fazer com um pouco de molho de tomate que com um pouco de sorte não me mataria.
-Até que enfim uma refeição decente, me sento no sofá enquanto tento ingerir a comida sem sentir meu corpo inteiro reclamar pela falta de oxigênio a anos.
Como rapidamente e escovo os dentes, meus olhos estão mais cansados continuam verdes sem o brilho que tinham meus cabelos castanhos cortados na altura do queixo um pouco ressecados e meu corpo com pequenas cicatrizes de sobrevivência e algumas pequenas batalhas que tive para não perder minha mochila de ser sequestrada. Colocando a minha máscara de contenção ao rosto, pego uma garrafa encho de água e ponho dentro da mochila saindo com pressa, não era muito recomendado ficar muito tempo em uma casa só, os guardas iriam recolher novas pessoas para a muralha, desde que amigos foram pegos jamais os vi.
-Mais um dia na cidade fantasma – uso meus braços como apoio e pego impulso pulando o muro mediano da casa observando em volta antes de descer, o ar já não é mais o mesmo a tanto tempo, a porra da muralha já era tão grande que impedia até a claridade de ser percebida dependendo da hora do dia. Que dia é? Já nem sei mais.Nenhuma iluminação ou eletrônico funciona muito bem em West, acho que é alguma forma de governo de controlar as informações e segurar as revoltas, afinal nem nós somos os mesmos.
Penso enquanto entro na minha “nova” casa de saque.
-Vamos ver o que temos por aqui – acho algumas roupas de frio, sabonete, creme dental, comida enlatada e duas facas – Finalmente facas novas – troco pelas minhas facas velhas e um pouco enferrujadas.Escuto um barulho alto do lado de fora como uma grande porta de ferro caindo rapidamente pego minhas coisas correndo pro fundo da casa na esperança de subir o muro o mais rápido que os meus joelhos aguentam, meus pulmões gritam pelo esforço, é difícil pular tão alto quando seus pulmões não aguentam uma corrida matinal. Subo e vejo algumas pessoas sendo levadas por guardas e desço na esperança de conseguir fugir mas algo me atinge a cabeça com muita força e minha visão escurecendo aos poucos, vejo apenas uma pessoa de roupa preta vindo em minha direção, pra minha falta de sorte era um guarda.
Não lembro de absolutamente nada do que aconteceu, mas acordo sentindo o oxigênio invadir rapidamente meus pulmões, como se meu pulmão estivesse intocado, me fazendo dar um pulo.
-Ei ei calma! – Um garoto de cabelos negros e olhos castanhos como mel fala me segurando, parece tão novo e vivo, onde caralhos eu estou?
-Quem é você? – Agarro os pulsos dele me aproximando – e onde eu estou?
-Meu nome é Conan, fica calma esquentadinha – fala enquanto cuidadosamente abaixa meus pulsos , você está na fortaleza, bom, melhor do que chamar de prisão – ele ri leve e gentil – vou te explicar tudo se não tentar me matar!
Apenas concordo pegando minha mochila
-Carrega isso pra todo lugar? – ele me questionou enquanto fechava a mochila.- Você não me questiona e eu não tento te matar – ele levanta os braços rendido
-Okay okay, não está mais aqui quem perguntou. Te injetaram o soro da NCORP, por isso sua respiração deve estar melhor, mas não é fácil continuar recebendo, vem comigo. Sigo ele para fora, a fortaleza era coberta como um globo de neve, havia água, ar , plantas , uma natureza praticamente intocada, um campo gramado com pessoas e algumas cabanas, nunca vira nada igual.
-Para ganhar mais soro, precisamos completar missões, uma missão uma dose nova – explicando enquanto me guia – caso você falhe, sem querer te assustar, mas o destino não é aqui na terra, por isso sobreviva. Não tem como fugir – o olho confusa, como se fosse a coisa mais óbvia a se pensar - acredite muitos morreram em público tentando a mesma loucura.
Haviam muitos de nós do lado de fora, com armas, grupos inteiros alguns feridos outros chorando, uma verdadeira cena de guerra, adiante deles uma grande muralha que mais se assemelhava com uma porta, como a própria muralha que se erguera do lado de fora por tanto tempo, o que me deixava mais intrigada sobre o que eles enfrentaram lá dentro.- Precisamos sobreviver em grupos nas provas, mas muitos acabam ficando pra trás – seu tom de voz era meio triste.
-Eu sei bem como é, não sobrevivi lá fora por sorte – meu tom de voz soa até meio distante.
-Nesses telões recebemos avisos, somos vigiados e conforme nosso desempenho escolhem seus campeões, a realidade é que somos apenas o jogo de alguém, mas que quem ainda não sabemos. Qual seu nome? – pergunta se virando um pouco mais na minha direção e menos sério, assim pude observar com um pouco mais de atenção, o garoto era um pouco musculoso pra sua altura, não era tão mais alto do que a média e usava um cinto metálico bem estranho na sua calça jeans e uma camisa de botões cor creme que combinava muito bem com seu tom de pele um pouco mais rosado.
-Me chamo Ella, prazer Conan – estendo a mão que é apertada pelo mesmo– e obrigada por me ajudar.
-Por nada , aqui é o campo de treinamento onde passamos a maior parte do dia nos preparando para as próximas missões –me guia para um campo aberto que chega a parecer até infinito, haviam varias pessoas treinando, eram ágeis leves e precisos, mas uma garota em específico me chama a atenção, uma garota ruiva com os cabelos amarrados no alto e uma roupa provavelmente de couro estava na zona de batalha contra mais duas, ela manuseava a espada com destreza e leveza a lamina parecia estar conectada com ela e seus movimentos, acho que encarei demais a ruiva quando Conan simplesmente diz:
-Gamou na Chloe foi? – diz em um tom divertido e soco o ombro dele
-Não viaja! – ele ri passando a mão no ombro, ainda debochando um pouco de mim -cuidado ela é perigosa, se apaixonar por aqui é a pior escolha, você pode morrer a qualquer momento, todos nós podemos– sigo ele na direção oposta ao campo mas somos interrompidos por uma sirene ensurdecedora onde todos correm em direção ao telão principal como se esperassem talvez o aviso mais importante das suas vidas, em seus rostos havia esperança por liberdade.
Uma mulher de meia idade aparece no telão não demoro a me recordar de quem aparecera, era a governadora da cidade, como essa mulher ainda estava viva depois de tanto tempo? Foi uma das primeiras pessoas a ser dada como morta depois que o inferno começou, e como poderia estar mais saudável que nunca?-Sejam bem-vindos nossos novos participantes , que privilegio receberam apesar da falta de convite espero que nós perdoem pelo método de trazer vocês até aqui – alguns rostos são revelados no telão incluindo o meu com uma patente de recruta em um símbolo de libélula feita em bronze - As equipes que infelizmente não voltaram completas sentimos muito é uma pena perder talentosos campeões por uma prova tão simples -não havia um pingo de humanidade nas palavras dela -mas os portões serão reabertos ao alvorecer, quem sabe eles não tem um pouco de sorte ? Recebam bem os novos participantes e estejam prontos para os novos desafios que estão por vir, tenham um dia de folga – um sorriso gélido e mortal surge no rosto dele e a tela escurece.
- Vem vou te apresentar aos outros, você vai precisar de uma equipe e faço questão que seja da nossa – Conan segura meu pulso me guiando acampamento a dentro.
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Os últimos sobreviventes
AdventureDepois de um vírus de nome e natureza desconhecidos sair de controle feito secretamente pela empresa NCORP, pessoas adoeciam e faleciam em uma velocidade avançada e sem explicação, cidades e países se tornaram cemitérios inacabáveis. Praticamente se...