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TZUYU'S POV

Ei, Jeongyeon! — chamei a garota assim que abri a porta de seu grande quarto.

— Hm.. oi?

— A mama mandou de chamar, disse que o jantar já está pronto e você pode descer e tomar seu lugar a mesa. Não demore! Você sabe como ela fica — digo, sussurrando a última parte e franzindo o cenho junto de um careta que fez Jeongyeon rir.

— Certo — respondeu simplista e se levantou, colocando suas pantufas e me seguindo assim que sai do quarto. — Ei, Tzuyu!

Me virei para olhar Jeongyeon, que andava um pouco atrás de mim, fiz um som nasal para que ela desse continuidade ao o que iria dizer.

— Já encontrou alguma namoradinha lá na sua sala?! — disse como se fosse a pergunta mais normal a se fazer no mundo.

— Hmm... na-namoradinha?! Puff... do que... você tá falando! Eu nem gosto de mulher, Jeongyeon, sua bobinha, puff... — disse em um tom nervoso e descontrolado, errando algumas palavras, e Jeongyeon riu.

— Oh! Sim, claro, você é a pessoa mais hétero que existe nesse mundo, Tzuyu! — brincou enquanto saia do corretor e indo até a sala de jantar dando gargalhadas.

A Jeongyeon ela...

Ignorei isso e fui para a sala de jantar, me sentando no meu lugar de sempre, ao lado de Jeongyeon. E para a felicidade de todas que estavam na mesa, papa não pode voltar para casa hoje, então apenas de madrugada ou amanhã, veremos ele.

— Então, Tzuyu, como foi seu primeiro dia? Conheceu algum garoto bonito? Já arrumou algum namoradinho? Eu quero conhecer meu futuro genro! — a mais velha da mesa disse, com um sorriso enorme, me deixando constrangida e fazendo Jeongyeon reprimir uma gargalhada alta.

— Omma... se a senhora descobrir... — Jeongyeon brincou, fuzilei ela com o olhar e ela gargalhou mais ainda.

— Jeongyeon! — repreendi ela, rangendo os dentes, mama olhava confusa para nós duas com um ponto de interrogação em cima de sua cabeça, trocando olhares entre eu e ela.

— O que quer dizer com "se a senhora descobrir", Jeongyeon? — perguntou tranquila, levantando uma das sombrancelhas e cortando o bife que estava em seu prato.

A partir daí eu já não sabia mais onde enfiar minha cabeça.

— Nada não, omma, né, Zuzu! — brincou, passando seu braço em volta do meu pescoço.

— É, Jeongyeon... — e com essas palavras eu já planejei tudo.

— Certo, me contem como foi hoje, então, estou curiosa! — a mais velha disse, com um sorriso enorme no rosto.

Dói tanto em pensar que eu quando eu contasse para ela que gosto de mulheres esse sorriso talvez desapareça, não quero ser a causadora de sua infelicidade, já sou a do papa, não quero ser a dela também.

Eu até penso em nunca contar mesmo sobre isso, mas algum dia ela descobriria ou eu mesma teria que me assumir, não suportaria guardar isso por tanto tempo. Mas ao mesmo tempo eu quero guardar isso em sete chaves, como se fosse o segredo mais obscuro que tenho, e nunca nem sequer tocaria no assunto, apenas para ela não descobrir nada e no final deixar de me amar, na verdade, eu não tenho certeza se mama me ama, então, apenas ter menos carinho comigo. Mas isso dói mais ainda, além de perder seu sorriso eu perderia seu carinho, e eu não sou ninguém sem aquele carinho, não quero perder tudo o que tenho por causa de sentimentos estúpidos, não mesmo.

— TZUYU! — a voz da mas velha de fez presente em minha mente, me tirando de meus devaneios e confusões, trazendo-me para a realidade. - está tudo bem, querida?!

Julieta  &  Julieta | SaTzuOnde histórias criam vida. Descubra agora