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15 de setembro de 2028.
–– Jennie Kim —


Eu não deveria estar aqui.

Eu sei que tenho que ficar longe deste quarto de hospital, deste quarto e principalmente da pessoa que está na cama à minha frente. Não sei como e porque estou fazendo isso, mas de alguma forma consegui chegar até aqui, mesmo sabendo que fazer isso poderia me trazer problemas sérios com a Justiça se alguém me pegasse aqui... Merda. O que eu faço aqui?

Percorro uma das minhas mãos pelo meu cabelo e solto um suspiro alto.

Eu não deveria estar aqui. Eu sei. Eu sei. Eu sei!.

Então...mesmo sabendo... por que raios eu ainda estou aqui?

Talvez seja pelo esforço que tive que fazer para conseguir entrar aqui, e não vou embora até conseguir ver o quarto e a pessoa que eu quero ver e sair depois de quase duas horas, não gastei 5.000 dólares subornando a rececionista e algumas enfermeiras pra nada.

Minha luta mental foi interrompida pelo aceno de cabeça de Lisa para o lado enquanto ela franzia a testa.

Eu me pergunto se ela sentirá dor em seu estado atual. Ela é capaz de me ouvir? Dizem que as pessoas em coma conseguem ouvir o mundo exterior. Devo falar com ela?

Não

Eu não posso falar com ela. Porque eu nem deveria estar aqui e ela não precisa saber que eu estive aqui... que me preocupei com ela nos últimos cinco dias e que fiz todo o possível e o impossível para ver ela hoje e saber que pelo menos ela ainda está respirando.

A enfermeira me disse há alguns minutos que ela vai acordar logo, talvez amanhã ou depois, não sabem ao certo. A enfermeira disse que o desmaio foi causado pelo cansaço e estresse. Ela me disse que eu não deveria ver as coisas da maneira como foram mostradas, que na realidade Lisa dormirá como um anjo, tranquila e recuperará as forças que precisa para continuar bem. Isso me tranquilizou, ela estava bem.

Minha Lisa está bem

Me aproximei da cama e peguei sua mão que estava apoiada em um lado de seu corpo. Agora, se entrelaçando e ficando muito melhor ao lado da minha.

Revisei os traços de seu rosto, notando mudanças notáveis desde a última vez que a vi de tão perto.
Ela não era mais uma menina, era uma mulher, uma linda mulher.

Minha mulher

Fiquei mais alguns minutos a observando. Lutando contra minha própria vontade de tocar a pele de suas bochechas e traçar até ao encontro de seus lábios.

Então, de repente a realidade me atingiu com força e me afastei dela o mais rápido que consegui, soltando sua mão no processo. Porquê? Por que, afinal, meu coração continuava batendo por ela do jeito que bate? Eu precisava sair daqui, eu precisava ir embora.

Dei passos apressados até a porta e a abri antes de sair por ela. Fiquei estática por alguns segundos quando me deparei com o advogado dela, pronto para entrar na sala. Seu rosto estava contorcido pelo choque e seus olhos ferviam de fúria.

Ótimo, além de quase ser presa, esse cuzão veio estragar essa merda toda. Eu devo ter atirado uma pedra na cruz ou alguém deve ter riscado uma cruz vermelha na minha testa antes de eu nascer. Porque a minha sorte era incrível.

"Que porra você deveria fazer aqui?" ele disse rangendo os dentes.

Olhei para ele por alguns segundos antes de me mover para o lado e dar um passo para continuar meu caminho.

Não podia fazer um escândalo no hospital, era a última coisa que estavam nos meus planos. Tento andar novamente, mas sua mão agarra meu braço me obrigando a parar.

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⏰ Última atualização: Jul 16 ⏰

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Bela obsessão - (Jenlisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora