Capítulo 38

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Renata

Liguei a televisão e lá tava estampado meu lindo e maravilhoso rosto. É incrível como o tempo só me valorizou.

--- Ela já foi indiciada pelo assassinato do marido e de uma suposta amante dele. Segundo fontes, ela está no comando de uma favela daqui do Rio, mais ainda não sabemos ao certo se isso é verídico. - o delegado falava.

Queria mermo é que a minha reportagem exclusiva fosse ao ar. Pelo visto, o comédia não gostou das verdade que eu falei. Gastei meu tempo em vão. Meu cachorro começou latir olhando pra televisão e eu ri. Alá, tá me reconhecendo.

Estendi a toalha que eu tava enrolada, coloquei o vestido mais confortável que eu achei e fiz só pum coque no meu cabelo. Fui andando devagar pra área de lazer, Pt tava assando frango.

Renata: Quer uma ajuda? - coloquei o braço em cima da bancada. Olhei de relance pra piscina e depois pra ele.

Pt: Não. - respondeu seco. - tu num tava agoniada? Pois é, vai descansar.

Renata: Para com isso, pô. - fui pra perto dele.

Pt: Vai pra lá. Eu tô ocupado. - tirou o último pedaço de frango, da grelha, levando pra mesa. Puxei o cabelo dele, trazendo pra perto de mim. - pode parar. Tu me trata mal e depois quer usar e abusar do meu corpinho gostoso.

Renata: Me desculpa? - ele mordeu o lábio inferior, dando aquele sorriso lindo e maravilhoso que só ele tem.

Pt: Sempre, minha deusa. - meu ânimo foi embora na merma hora.

Renata: Não me chama assim, morô? - ele ficou sem entender.

Pt: É só um apelido carinhoso, qual o problema?

Renata: Talibã... - nem precisei completar pq ele entendeu logo.

Pt: Tudo bem. - me deu um selinho, indo pegar o prato. Senti minha perna molhar e formigar ao mermo tempo.

Renata: Ai, tá doendo. Tá doendo. - falei sentindo o pé da minha barriga doer.

Pt: Vai nascer? - apontou. Fiz careta sentindo mais dor ainda, assentindo. - ai. - balançou as mãos sem saber o que fazer, até parece que é ele que tá quase morrendo. - o que eu faço?

Renata: Me leva pro hospital. - ele concordou e saiu correndo, me deixando ali. - Patrique... - chamei alto entre dentes, tentando normalizar a respiração.

Pt: Foi mal. - voltou, me levando pro carro. - tenta relaxar.

Sentei no banco de trás, Pt fechou a porta e voltou pra dentro de casa. Trouxe as bolsa e jogou lá perto de mim, partindo.

Pt: Pra qual hospital tu quer ir? - e depois quer que eu tenha paciência.

Renata: Qualquer um. - falei quase implorando.

O Morro e Eu Onde histórias criam vida. Descubra agora