Único

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Era uma vez, em terras distantes, um pequeno reino. Cheio de paz, próspero e sem traições

Em um um gracioso castelo, morava um homem com seu adorável filho - Regulus. Apesar de o amar tanto, o homem sentia que faltava-lhe carinho de uma mãe

Por isso, resolveu casar-se de novo. Escolheu uma senhora viúva com dois filhos da mesma idade que Regulus

Aquilla e Caelum - constelações do céu noturno, uma tradição familiar

Com a morte inesperada do rico senhor, a madrasta se revelou. Uma mulher tóxica, extremamente invejosa dos encantos e da beleza de Regulus

A madrasta passou a defender apenas os interesses de seus próprios filhos

Assim, com o passar dos anos, a fortuna da família foi esbanjada nos caprichos dos dois irmãos, enquanto Regulus... passou a servir de criado. Por desprezo, foi apelidado de gata-borralheira

Porém, o rapaz continuava o mesmo. Gentil e bondoso. E cada manhã, ao despertar, havia a esperança de que um dia seu sonho de felicidade iria se realizar

O casal de passarinhos pousou na janela. A ave da esquerda usava um chapéu e sapatos, a da esquerda usava um pano na cabeça e um avental

Entraram no quartinho do sótão. Pousando no pé da cama e se olhando. O moreno estava deitado sob a fina coberta, dormindo calmo e sereno

O pássaro macho subiu pelo corpo do rapaz. Regulus virou de lado e suspirou ao se acomodar. A ave subiu em seu travesseiro e piou perto de seu ouvido

O moreno cobriu a cabeça com o travesseiro e a ave voltou à piar. Regulus ergueu a mão e puxou a cauda da ave com delicadeza

O pássaro se assustou e voou para longe. Regulus se sentou rindo na cama

- Bem feito - Viu que a passarinha também ria de seu parceiro - Despertou-me de um lindo sonho - As duas aves mostraram o céu bem pintado pelo rosa e amarelo - Sim, sei que é uma bela manhã. Mas meu sonho... - Suspirou e relaxou contra a cabeceira. Os pássaros tombaram a cabeça e Regulus negou - Se eu contar... não se realiza

Seus dedos passavam pelas mechas um pouco longas - antes presas com a fita branca para dormir. Desembaraçava os fios com cuidado

- O sonho é um desejo da alma - Regulus cantou enquanto desembaraçava seus fios. Um olhar sonhador no rosto bonito - Ao adormecer. Tem sonho em que a vida é calma, é poder deixar para ter - Pegou a escova no móvel ao lado. Os pássaros entravam em seu quarto e os ratos saiam de seu armário - Tenha fé em seu sonho que um dia, seu lindo dia à de chegar. Importa o nó que te atormenta, se um sonho te contenta e pode se realizar - Os animais estavam sorrindo sonolentos e encantados para o moreno

O relógio do castelo soou alto para todo o reino, cortando o momento bonito

- Que relógio - O rapaz jogou a coberta para o lado, calçando as sapatilhas e indo até a janela - "Vamos, levanta!" diz ele "É hora de trabalhar!" - Olhou uma ratinha com um vestido rosa - Até ele me manda

A ratinha colocou os punhos nos quadris, irritada. Seu filhote repetiu o gesto com fofura

- Mas ninguém me impedirá de sonhar - Abraçou o travesseiro e riu doce

Girou no quarto e colocou o travesseiro sobre os lençóis. As aves arrumaram sua cama corretamente, enquanto dançava até o biombo

As ratinhas e passarinhas limpavam as roupas do rapaz. Os passarinhos fechavam as cortinas e os ratinhos poliam os sapatos como podiam

A esponja foi molhada e os pássaros a secaram sobre a cabeça do rapaz já nu. Regulus riu quando a água gelada o tocou a pele

Vestiu as calças e a blusa larga de amarrar na gola. As passarinhas amarraram o avental em sua cintura

CinderellaOnde histórias criam vida. Descubra agora