Mark

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Mark Lee

Já era noite de quinta-feira quando o Lee foi ao bar perto de onde trabalha, havia tido um dia péssimo, assim como todos os dias da sua nova vida. A fase depressiva de um término estava acabando completamente com ele, era o tal de suicídio inconsciente. As olheiras profundas, o rosto pálido, o corpo mais magro, cabelos bagunçados, a barba por fazer e sobrancelhas franzidas já diziam muito sobre o estado deplorável dele, que agora ele era o mais novo zumbi perambulando pelo mundo, que infelizmente foi mais uma vítima da decepção amorosa. Eita casinho que acaba com o ser humano.

Sentado na mesa do bar ele pediu um whisky, para esquentar o corpo, entende? Um cigarro barato para complementar a brisa, anestesiar ou esquecer da dor que sentirá ao lembrar da ex namorada, a que tanto ele amou e deu tudo de si mas que descobriu que não era o único na vida dela, havia outro que a amava e que dava tudo de si e um pouco mais. Não quer se lembrar do chifre mesmo que faça parte; ele quer se lembrar dos bons momentos. Do toque ao estender a mão a ela, num convite de chamá-la para dançar Bossa Nova com ele. Ah, ele se lembra muito bem dessa noite escura e gelada, se lembra de como o corpo feminino era quente em contato ao seu corpo mais ou menos na mesma quentura, se lembra do perfume que ela estava usando e como aquela fragrância tinha o cheirinho aconchegante de um lar, se lembra da pele macia muito gostosa de tocar, se lembra dos beijos que deixou no rosto delicado e no pescoço que segurava o colar que lhe foi dado como presente de aniversário de namoro.

Porra precisou de mais um trago! E mais uma dose de whisky!

The Moon Of Seoul de Kim Gun-Mo era a música de fundo que não ajudava em nada com a situação que Mark se encontrava. Observava os círculos de água ou de algum outro líquido que os copos formaram na mesa preta do bar ao longo que as pessoas ficaram por alí. Estava embriagado com as lembranças, a bebida e o cigarro já não tinham mais efeitos no corpo dele como as memórias com a ex. Não tem como esquecer alguém que possuí um beijo tão viciante, ou então uma ótima companhia nas madrugadas vazias. Se recordou de que ela era uma péssima dançarina, os pés leigos demoraram muito para acompanhar ele, que já é um dançarino com um talento nato para passos de hip-hop. Renderam muitas risadas e dores nos pés. Mas para quê se no final ela foi dançar com outro? Vamos para uma tequila agora.

O gosto do beijo ainda era nítido nos lábios, se fechasse os olhos poderia sentir claramente o jeitinho que ela segurava o rosto dele quando o beijava. A cintura que era um delicioso caminho para chegar na bundinha rechonchuda. A língua quente e molhada (igualmente naquela cavidade no meio das pernas dela) que dava voltas em sua boca, acariciava com tanto desejo, como pode ser possível ser tão desejado em um único beijo? Tinha tanto a oferecer, mesmo que com medos e inseguranças, Mark os deixava de lado para focar somente no que lhe interessava: em se sentir desejado por ela. Chega! Traz a vodka!

O cigarro também acabou, precisou acender mais um. Se lembrou de quando não era um viciado, repudia as drogas e sempre se manteve longe desse mal caminho, no entanto hoje ele entende as pessoas que usavam drogas e bebidas para afastar os problemas. Ah mas nem indo para este caminho ele conseguia se afastar da garota que ainda ama.

Tanto amor em seu coração que era capaz de formar um novo sistema solar, com direito a vida em pelo menos dois planetas e que seriam sustentados por trilhões de anos. Esse era — ainda é — o tamanho do amor dele, uma nova via láctea no espaço que agora foi sugada por um buraco negro. Maldito amante! Não poderia culpar o outro homem, o amante não sabia que a namorada dele tinha namorado. Porém Mark não conseguia odiar ela, por mais que tentasse, ele não conseguia odiar a mulher que ele mais ama na vida. Sua mente girava em uma única mulher cujo o coração gritava pelo nome: (s/n). Voltando para a note escura e gelada onde eles dançaram Bossa Nova agarradinhos com muitos beijinhos e carinhos; o céu estava mais escuro que o normal, era inverno, as ruas estavam silenciosas e como a casa era somente dos dois, parecia que somente eles existiam no mundo e que estavam morrendo de calor, tanto é que tiveram que tirar as roupas para ver se o calor diminuía. Calor diminuir? Não, foi só uma desculpa para irem para a cama fazer amor. Mark se lembra muito, mais muito bem do encaixe, o coração bater a mil juntamente com os quadris que se chocavam com rapidez, das mãos entrelaçadas como uma forma de manterem o contato físico de todos os jeitos possíveis, das gotinhas de suor que se formavam, escorriam e pingavam tentando incansavelmente equilibrar a temperatura corporal, dos cheiros se misturando, dos gemidos que possivelmente eram emitidos enquanto ela pensava em outro. Como Mark queria que ela fosse 100% para ele, que só pensasse nele quando estivessem juntos naquela cama, que ela fosse sincera com ele e fizesse as coisas sem se sentir obrigada a fazer por estar namorando com ele, não queria que ela ficasse agindo como uma boa namorada quando nem ao menos era ele quem ela via, (s/n) precisava pensar em outro para agir com naturalidade. Não era por Mark que o coração dela chamava, não era por Mark que ela tinha amor, não era por Mark que ela gostaria de ficar abraçada e beijada, nada era para o Mark. Certo, é hora da cachaça.

Já era a terceira bituca que Mark jogava no cinzeiro, lamentável. Que vida de lixo ele estava tendo, logo ele que sempre incentivou seus adoráveis fãs serem fortes nos momentos difíceis, de sempre se apoiarem em pessoas que gostam de vossos seres, de darem um jeito de se manterem firmes e se lembrarem que fases ruins passam, faz parte se sentir para baixo mas desde que mantenha a vida nos eixos. E o que ele estava fazendo agora? Agora não, todos os dias? Se afundando! Se afundando cada vez mais para que ninguém consiga tirá-lo do fundo do mar, ele estava virando o próprio Titanic.

— Vem beber e nem chama.

A mente já pedia arrego mas podia reconhecer a voz de Dong-Hyuck a quilômetros de distância, até mesmo se ele fosse surdo ele poderia ouvir a voz do amigo.

— Vamos para casa, Mark.

Eram tantas vezes que Dong-Hyuck ia buscar ele no bar que Mark nem protestava mais, apenas se apoiava nos ombros do amigo e caminhavam para fora do bar. Chorou no caminho todo de volta para casa, o amigo já estava acostumado com a cena mas não pôde evitar de suspirar de tristeza, queria muito encontrar uma forma de ajudar o melhor amigo que sofre de amores.

— Dói muito, Hyuck. - Mark disse em soluços colocando a mão no peito. — Eu não sei fazer isso parar, dói de mais.

— Entendo, sinto muito que tenha que passar por isso mas você está exagerando em continuar tendo uma vida assim, você merece algo melhor e não ficar perdendo seu tempo em sofrer da pior forma. Isso está te matando, Mark.

Ao chegarem na casa de Mark, Dong-Hyuck o guiou para o banheiro e depois para o quarto após o mesmo tomar um banho gelado. Estava sem sono, ficou deitado olhando para o teto, Dong-Hyuck se deitou ao lado de Mark também olhando para o teto, ficaram em um completo silêncio até Mark respirar bem fundo antes de falar:

— Eu vou mudar. Não quero mais sofrer por ela.

— Já passou da hora. - Dong-Hyuck soltou um pequeno riso.

— Pode me ajudar a sair dessa? Você é o único com quem eu posso contar.

— Juntos até o fim.

Dong-Hyuck estende a mão para o amigo esperando receber um aperto, e assim foi feito, reforçaram a promessa que fizeram de sempre estarem ao lado um do outro em qualquer situação.

— Até o fim.





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Notas finais:

Wattpad me boicotou e não quis carregar a fotinho do Mark para vocês ㅠㅠ mas tudo bem, o importante é o imagine! Bom final de semana, minhas estrelinhas ❤❤❤

Imagines NCT [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora