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Na manhã seguinte, Bárbara acordou sem ânimo algum com o som estridente de seu despertador.

Mesmo sonolenta se recordou da matéria que havia visto no jornal que dizia que acordar no susto do despertador não era algo bom.

Prosseguiu indo fazer sua higiene matinal e então logo desceu as escadas para começar a fazer o café da manhã das gêmeas.

Ela soltou um suspiro ao lembrar que hoje teria que ir na boutique para ver o que faltava para finalizar, ela amava trabalhar para lá, entretanto era difícil quando se tinha a mente presa em algo.

Recomeçar era difícil para ela e isso tudo a deixava um pouco frustrada, nesta manhã o correio deveria passar, mas sua animação havia se esvaído e se tornado o sem graça.

Ela sabia que nem uma carta chegaria e nem mesmo as suas seriam reenviadas.

Era difícil ver que havia cedido uma pessoa de sua vida pela outra para que no final de tudo, acabar perdendo a outra também.

Porém foi assim e somente assim que eu aprendi que devemos dar valor às coisas e também que todo ato gera uma consequência.

Mas o que mais me frustra é o fato de nunca conseguir esquecê-la, claro que sei que não há uma maneira para esquecer, mas ao menos pensar nela.

É difícil quando em casa se tem duas minis Florence, tão parecidas com sua mãe. O modo de falar, se vestir ou até mesmo o sotaque francês.

Era cinco e meia da manhã, lá fora começava a clarear, Bárbara torcia para que fosse um dia ensolarado dias assim sempre a animavam.

Enquanto a tristeza florescia em seu peito, Bárbara se segurava na beleza das flores que via.

O silêncio de sua Lisianthus dói mais do que mil facas afiadas.

Mas ela não podia se deixar pelo desânimo, relembrar de sua amada não traria o dinheiro para casa e nem muito menos faria com que seu dever fosse cumprido.

Ela decidiu que iria molhar suas plantas, as flores belas que ficavam no parapeito da janela.

Depressa tornou-se a fazer o café das filhas que desta vez estavam essa semana em sua casa, com a guarda compartilhada as meninas passavam uma semana na casa de cada mãe.

As panquecas tocaram o prato e então logo a calda quente se juntou a elas, Bárbara adorava cozinhar era algo que distraía sua mente ocupada.

Ela era de fato excelente cozinheira, como sua filha costuma falar uma chefe de mão cheia. Mas não era novidade, tudo que ela fazia era feito com sucesso e cautela.

Há! Exceto o amor é claro, nisso ela se considerava uma falha.

O café fumegante saia da chaleira e o cheiro da cafeína alastrava o cômodo, ela sorriu satisfeita da mesa que agora estava coberta de guloseimas.

As frutas que não poderiam faltar estavam em um cesto no centro da mesa, as panquecas em um prato e enfeitada com morangos. Haviam os frios também.

Tudo ali soava calmo, sem o caos que geralmente eram. Ela escutou o som de passos no assoalho indicando que suas meninas haviam acordado.

Serviu sua caneca com café e sentou-se na mesa, temendo todas as possibilidades onde suas filhas ficariam e tomariam café com ela até mesmo pegar qualquer coisa e deixá-la ali deserta.

O que não ocorreu, as meninas se juntaram a ela no café conversando sobre coisas que iriam fazer ao decorrer do dia e resmungando sobre as aulas chatas que viriam a ter.

Bárbara por sua vez ouvia tudo com cautela demonstrando o interesse na fala das filhas e evitando que ambas falassem ao mesmo tempo para não ter brigas.

As gêmeas Florence - BarbelieOnde histórias criam vida. Descubra agora