As gêmeas Florence - Barbelie

7

Olivier decidiu que era hora de interrogar sua irmã que agora fingia indiferença com o que sentia, quase como se seus sentimentos fossem insignificantes para si.

Deixou que seus pensamentos queimassem assim como o cigarro em seus lábios, por um momento se perguntou quem queimaria mais rápido seu pensamento ou o cigarro?

Olivier a olhou com desgosto odiava quando a irmã fumava, mas sabia que o cigarro iria ser o companheiro dela até que ela admitisse os sentimentos por Bárbara.

— Um cigarro a queimar, um pensamento a desatar… — Disse o rapaz à irmã com curiosidade — Posso saber quem é o motivo do cigarro?

— O motivo é a tentativa de um câncer pulmonar — Respondeu de maneira sarcástica, uma tentativa de desviar o assunto.

— Isso não é o ponto, bom… — Pensou ele por um instante — Não agora, conversamos sobre a possibilidade de câncer mais tarde.

Suspirou profundamente e expirou soltando a fumaça pelos lábios, se lembrou de como algumas pessoas ficam fascinadas quando ela fazia isso; mas lembrou se de que Bárbara tiraria de seus lábios e amassaria o cigarro sem pensar duas vezes.

Isso fez com que ela acendesse mais um cigarro, colocando a bituca no cinzeiro, vendo seu irmão balançar a cabeça negativamente em descrença.

— O motivo tem nome e sobrenome — Disse o rapaz enquanto a olhava.

— Me diga o motivo do qual não me recordo, já que faz tanta questão — Fingiu indiferença ao ouvir o irmão 

— Então faça questão de recordar, pois daqui tu não irá sair até desatar a falar — Retrucou da mesma forma, fazendo a mais velha suspirar.

— Céus, por que cisma tanto com isso? É passado e o que me importa é o agora, Oli! — Tentou fugir do assunto.

O rapaz por sua vez não se calou e viu que sua irmã prosseguiria na defensiva. Mas ele poderia continuar no mesmo jogo; ele saberia que no final ela não aguentaria.

— Passado?! Não sabia que o passado te encontrava todas as sextas e que sempre lhe abraçava com afeto.

— Oh meu Deus! — Revirou os olhos — Olivier eu só queria ter um relacionamento normal com ela! Qual é o seu problema?

— O meu problema? Não, o seu problema, a questão é que não se dá esperanças para garota se você não quer nada com ela!

A menina andava de um lado para o outro na sala e então soltou um riso frio e amargo em puro deboche; se tornando cada vez mais maldosa.

— Eu não estou dando esperanças a ela! Eu apenas queria ter um contato pelas nossas filhas…

— Francamente! Espera que eu caia nesse papinho idiota? Seu olhar apaixonado voltou e eu só lhe vi dando apenas para ela.

— Que olhar? Não existe amor, eu apenas sou uma pessoa carinhosa e por isso a trato assim!

— Amelie, uma pessoa carinhosa? Não me faça rir! Bárbara não é um brinquedo de infância — Bufou irritado enquanto falava — Um brinquedo do qual você pode pegar para consolo e depois descartar! Ela tem sentimentos, é um ser humano assim como você e eu!

— Olivier... ela é mais nova e eu não quero trazer problemas para ela, assim como eu fiz no começo de sua vida.

— Céus! Problemas? O agora não é igual ao passado, Amelie — Disse o rapaz com razão — Tudo mudou e ela mudou, ela não é mais a sua aluna!