Segunda carta 🌸

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Minha cara Margarida…

Anos se passaram e você ainda permanece em minha mente, eu deveria ter escrito antes, mas a razão ela é consumidora é me dizia para me afastar.

O motivo da minha fuga não foi lhe ferir e sim lhe proteger, você sabia do que se tratava quando entrou nessa aventura e eu lhe deixei claro, mas ainda assim as palavras foram desferidas de forma brusca a ambas.

Eu poderia lhe dizer todas as coisas que penso e que me doem o peito, mas creio que uma carta não caberia tudo e nem muito transmitirá o que sinto nesses últimos dez anos.

Foram dez anos amando de longe e lutando para não pegar o telefone e não te ligar, foram todas as coisas que me doem demais.

Escrever essa carta é difícil para mim, só agora posso sentir metade do que sente e nem isso deve ser igual. Desde de a primeira vez que você enviou a carta deveria ter lhe respondido.

O peso na consciência me chega e ele não é nada bom, o silêncio o vazio me parece entristecedor. Me pergunto como conseguiu ser tão esperançosa, escrevendo essa carta sinto que nunca irei lhe entregar ou ao menos que irá respondê-la.

Sou uma pessoa de atitudes e você sabe muito bem disso, sinto que preciso lhe ver e olhar em seus olhos para contar tudo e sem deixar nenhum detalhe para trás.

Não cabe palavras nesse papel para expressar e nem sei sequer se irá acreditar em minhas palavras, a convido para um café e conversa.

Um café e uma conversa sempre soa bem, eu pago a conta. Dia 23 às duas da tarde no Expresso 9/4, espero vê-la lá.

— De sua amada Lisianthus.




As gêmeas Florence - BarbelieOnde histórias criam vida. Descubra agora