meu caos perfeito

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Hoje faz praticamente uma semana que estou morando com Luiza, saí do hospital um dia depois de sair do coma e somente fui  para casa depois de pegar minhas coisas.

Eu e Klaus viramos super amigos, percebi que Luiza chegava muito tarde do trabalho, mas Klaus disse que esse é o normal dela.

Yasmin também saiu de casa e foi morar com seu noivo, meu pai? Meu pai agora está em um asilo, eu tenho pena dele, mas quando tentei visitá-lo ele disse para a enfermeira que não queria me ver enquanto eu não terminasse meu relacionamento com Luiza, e é ruim disso acontecer viu.

Agora é quinta-feira a noite e estou fazendo a janta para mim, Klaus e Luiza quando ouço a campainha tocar, como sei que Klaus está no banho e ainda falta alguns minutos para a carne de panela ficar pronta, vou atender a porta, Quando abro a mesma me deparo com Dayse, ela estava machucada.

– eu, eu não sabia para onde ir.. eu.. eu vim para cá, sem pensar... vou embora - ela diz, percebo o quão fraca ela está e a ajudo a entrar, a colocando deitada no sofá.

– oque aconteceu?

– me.. me tocaram

Percebo que ela está chorando, eu não sei oque fazer, eu nunca passei por isso, não sei como a Ajudar.

– como posso te ajudar?

– eu.. eu não sei.

– vou chamar um médico.

– não, eu só preciso de um banho.

– você está fraca, garota. Vou pegar algo para você beber e comer, a janta está quase pronta.

– ok..

Ela diz e eu saio logo em seguida, escuto a porta ser aberta e me lembro que deixei a mesma aberta.

– vocês tem que parar de esquecer essa porta aberta, pode entrar alguém aqui, estamos em São Paulo. - diz a voz de Luiza

Lembro que está é a hora que ela chega do trabalho, exatamente as 22:00.

– meu Deus... Dayse? Mas que porra aconteceu?

Escuto as duas cochicharem, não entendo o porque. Arrumo os pratos de comida e chego na sala, as duas não percebem a minha presença e continuam cochichando, aproveito para ouvi-las.

– foi ele? - diz Luiza

– você precisa matá-lo logo, se não ele vai me matar, matar Klaus, Matar Carol, matar todos que você ama, e te deixar viva somente para sofrer - diz Dayse

– eu vou matá-lo.

– quem é ele? Matar quem? Por que ele nos mataria?

Não evito perguntar, as palavras saiem desparadas da minha boca.

– Caroline... a quanto tempo está aí? Acha bonito ficar bisbilhotando?

– eu vim aqui trazer comida para ela, ela está fraca.

Luiza pega os pratos de minha mão, brutalmente.

– agora arrume o seu prato, coma e suba, depois conversamos.

Luiza diz ríspida, percebo Dayse me olhando e sorrindo. Vadia.

– não pense que vai falar assim comigo e depois vai ficar tudo bem.

Digo e saio batendo os pés, vou até a cozinha e arrumo um prato para mim comer, mas como estou sem apetite por causa de minha leve discussão com Luiza, levo a comida e um suco até o quarto de Klaus, ele abre a porta com una toalha amarrada na cintura, com seu tanquinho a mostra e seus cabelos de tamanho médio e cacheados molhados. Sem dizer nada ele me puxa para dentro e fecha a porta atrás de mim.

– ela é assim, não percebe oque Dayse está fazendo.

– que? Como assim?

– Dayse tem algum tipo de Feitiço sobre Luiza, Tudo isso é um plano dela para passar mais tempo com Luiza, ela não está machucada de verdade. Mas Luiza não percebe. O cara de quem elas estão falando é contratado por Dayse, ele não fará nada contra nós, Dayse mesmo já me disse isso, ela é só uma vadia.

– Luiza ainda está apaixonada por ela?

– não. Mas Luiza amou ela, foi o seu primeiro amor, e o primeiro é sempre o mais mágico e o mais doído. Mesmo Luiza te amando ela tem muita consideração por Dayse.

– então oque eu faço?

– Nada. Deixe Luiza quebrar a cara. Ahh, e a deixe de castigo por ter te tratado grosseiramente desse jeito.

– ok.

– boa noite Joaninha.

– boa noite Klaus.

Ele me dá um beijo na testa.

Eu e ele temos uma relação bem parecida com eu e Yasmin, a única diferença é que ele é homem. Com certeza ele e ela se dariam super bem.

Eu saio do quarto dele, indo até o meu e de Luiza, percebo que Luiza e Dayse não estão mais na sala enquanto passo pelo corredor, quando entro no quarto me deparo com ela e Dayse na cama, Luiza faz carinho nos cabelos morenos da outra.

– mas que porra. - me sinto traída, humilhada, elas poderiam estar facilmente se beijando antes de eu entrar aqui.

– Amor.. não é oque está pensando, eu e ela estávamos só conversando, vamos para o quarto de visitas, vou deixá-la dormir aqui.

– Lulu, fica aqui comigo..

– quer saber? Fiquem juntas. Amanhã venho aqui buscar minhas coisas daí a Dayse vai ter espaço para colocar as dela.

– Carol.. não faz isso, eu te amo.

– não, não ama.

Saio do quarto batendo a porta, mas antes percebo o sorrisinho de Dayse, pego a chave do meu carro e escuto Luiza vir atrás de mim.

– para, por favor

Ela diz quando estamos já do lado de fora.

– por que? Você ainda ama ela, isso é fato.

– eu amo você.

Sinto lágrimas descerem pelo meu rosto, essas lágrimas ardem, como se a cada gota de água salgada estivesse me queimando.

– por que parece que você a ama então?

–porque eu a amei, porque eu já quis morrer por ela, era difícil ficar perto dela, era difícil ser feliz sem ela, até você chegar e virar meu mundo de cabeças para baixo, transformar meu mundo em um furacão, derrubar minhas paredes de bloqueio emocional e chegar enchendo meu coração de Luz, você é minha paz. Eu sei que eu sou um caos, mas...

– mas.. você é meu caos perfeito.

Ela me beija, eu correspondo, mas logo me lembro que Dayse está no quarto lá de cima, então termino o beijo ainda com raiva dela.

– eu vou embora.

E assim entro no meu carro e começo a dirigir, pensamentos a milhões, porque tudo com nós tem que ser complicado?

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