[EM ANDAMENTO] Jennie Kim era líder de uma das máfias mais poderosas da Coreia. Quando seu parceiro morre, ela precisa cumprir a promessa de proteger o filho dele, Kim Taehyung. Jennie apenas não esperava se apegar demais ao homem.
belíssima capa po...
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— J-jae, por favor, fique comigo — Jennie sussurrou com a voz trêmula enquanto olhava para a mancha de sangue que crescia na barriga do amigo. Não sabia o que fazer. Seu coração estava batendo muito rápido.
Jaehyung descascou a cabeça na parede. Devia estar lidando com muita dor, tanto que uma lágrima solitária caiu pelo seu rosto. Suas roupas eram sujas pelo limo impregnado naquele chão. Jennie ainda podia ouvir a música eletrônica da boate ao longe, além dos flashes coloridos que iluminavam o rosto dos dois.
Ela deixou sua arma no chão
— Mantenha os olhos abertos, sim? Vai ficar tudo bem. E-eu vou... — Apressou-se para pegar o celular, no entanto, a mão de Jaehyung a parou antes que discasse alguma coisa.
— Jen... — soou exausto, seu peito subia e descia com força. A poça vermelha embaixo de si aumentava cada vez mais. — Jen, por favor, me prometa uma coisa.
— Não vem com essa, Jae! — Jennie se afastou, em seguida negou com a cabeça. — Você não vai morrer. Então me peça coisas como se fosse...
— Eu não consigo mais. — Foi então que ele a olhou nos olhos. No fundo dos olhos. Jennie não queria ter visto a súplica silenciosa que eles transmitiam. — Jen, eu não consigo mais. Você precisa continuar...
Ela prontamente recusou.
— Cala a sua boca, idiota. Eu vou chamar ajuda.
— Não vai dar tempo, caralho. Você precisa me ouvir!
— N-não.
— Por favor, Jen. Por favor...
A mulher deteve-se para trocar olhares com ele. "Por que está fazendo isso?", ela tentava dizer. Jaehyung, porém, permaneceu com a mesma expressão.
— Eu tenho um filho e uma neta. Ele se chama Kim Taehyung. Você...
— Um filho? — Jennie franziu as sobrancelhas.
— Você precisa me prometer, Jen — Jaehyung falou um pouco mais alto, fitando a amiga com firmeza — , que vai protegê-los.
Mesmo fraco, ele buscou sua mão e a apertou. Jennie esboçou uma careta, como se o toque dele doesse. Na verdade, era o seu coração que estava doendo.
— Escute, tem gente que me odeia. Essa gente vai fazer de tudo para machucá-los. Eu não posso mais protegê-los. — Escutando isso, Jennie fechou os olhos. Foi como uma facada em seu peito. Jae estava se despedindo. — Faça isso por isso, minha amiga. Eu te peço.
Dez anos. Trabalhou com Jaehyung por dez anos. Quase morreram em muitas situações, mas, para Jennie, nunca teriam um fim. Eram uma família. Jennie o amava muito. Apenas não conseguia — não queria — acreditar no que seus olhos viam.
Por que aquilo teve que acontecer? Por que agora?
A mulher teria se perdido em seus pensamentos, se uma movimentação por parte do amigo não a trouxesse de volta. Forçou-se a refletir acerca da tal promessa. Admiti-la significaria aceitar que Jaehyung realmente ia...
Outra terrível pontada de dor atingiu-lhe o peito. Ela analisou o rosto do parceiro por alguns segundos, em um mudo "É isso que você quer?". O olhar que recebeu apenas confirmou. Então, mesmo doendo muito, Jennie balançou a cabeça em concordância.
Jaehyung soltou sua mão, voltando a descansar contra a parede.
— Nas minhas coisas, tem um cofre lá… — uma tosse o interrompeu. Jennie arregalou os olhos quando o sangue começou a escorrer pela boca de Jaehyung. Ele, porém, fez um sinal para que ela não ficasse onde estava. — Entregue tudo que tem na caixa roxa para Taehyung. Tudo menos, menos...
Ele respirou fundo, cansado. Pareceu esquecer o que iria dizer, por alguns segundos.
— Tudo menos uma carta azul. Nunca permita que Taehyung leia essa carta, está bem?
— Sim, Jae. — Jennie somente obedeceu. Não tinha outra coisa a fazer.
— Obrigado, Jen. Serei eternamente grato. — Ele abriu um pequeno sorriso, com os olhos marejados. Os de Jennie também não eram diferentes. — Serei grato por tudo.
— Eu te amo, seu desgraçado — Jennie deixou transparecer sua voz de choro. O sorriso do homem tornou-se paternal, amoroso.
— Ei — ele chamou. — Continue firme, sua filha da mãe. Honre o nome da nossa família, por mim. Por nós.
Ela quis gritar, berrar que aquilo era irrelevante. Mas não o fez. Ao invés disso, apenas presenciou Jaehyung tossir e se engasgar com sangue, sua respiração acalmando aos poucos.
Então, Jennie captou o exato segundo em que Jaehyung fechou os olhos e parou de se mexer. Momentaneamente, ela imaginou que havia sido uma alucinação. Porém, quando a realidade caiu sobre si, Jennie encarou o corpo do amigo, uma expressão de desespero tomando seu rosto. Passou a respirar com dificuldade. Não, não, não, seus olhos imploravam.
Jennie tocou os ombros dele com pressa, balançando-os de leve, apenas para ter a confirmação.
Seu olhar desceu pela figura sem vida jogada contra a parede. Seu toque, que antes estava nos ombros dele, tombaram pela cintura até chegar na mão, a qual Jennie apertou com força.
Não sabia descrever a enorme dor que atingia seu peito naquele momento. Ela somente sentia que o chão havia desmoronado. Lembrou do porquê estarem ali, e isso foi o estopim para que se curvasse sobre o cadáver e começasse a chorar. Soluços dolorosos cortaram-lhe a garganta, suas lágrimas molhando a mão fria de Jaehyung.
Não sabia definir quanto tempo ficara ali. Não importava. Talvez Jennie pudesse soluçar e berrar o quanto quisesse, no entanto, jamais seria suficiente para extravasar tudo que sentia dentro de si. Quando não tinha mais forças para chorar, Jennie selou os dedos de Jaehyung, sussurrando em confidência:
— Vou cumprir a promessa, Jae. Eu juro com a minha vida.
🍷👠
Primeiro capítulo postado! Opiniões são muito bem-vindas, desde que não tenham a intenção de ofender, claro. Até <33
