CINCO - Ellie

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- É possível vivenciar o inferno numa madrugada triste.
Pedro Miranda

Capítulo cinco - Pesadelo

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Capítulo cinco - Pesadelo

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ALERTA DE GATILHO!!!

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Eu estava em um jardim, árvores grandes com enormes folhas verdes e troncos lisos me cercavam por todo lado e belas rosas vermelhas faziam cócegas nas minhas pernas desnudas. O sol forte se punha às minhas costas e um vento morno tocava delicadamente o vestido branco que eu usava.

Aquele era um lugar bonito, isolado de tudo e todos, coberto por uma paz e um silêncio maravilhosos, tranquilo demais. Fecho meus olhos por um momento para tentar aproveitar um pouco daquilo tudo, mas por alguma razão não consigo; o lugar fazia meu coração acelerar dolorosamente e minhas mãos suarem frias.

Estranho. Talvez fosse a chegada da noite, a vinda do frio e da solidão, o medo vivo do que estaria me espreitando por entre a mata, pronto para me atacar com garras afiadas. Eu sabia o que me aguardava apesar de não querer admitir. Toda noite era assim.

O barulho do vento então toma meus ouvidos. Assim de repente, alto e forte, cobrindo qualquer pensamento meu e me fazendo balançar nos pés descalços, bagunçando todo meu cabelo a um ponto que o mesmo cobrisse minha visão e me fizesse entrar em um pequeno desespero.

Eu precisava enxergar, era necessário. Precisava ver quando eles chegariam para então correr para longe, evitando que me pegassem e me machucassem, tentando me salvar. Sinto um grito se formar no fundo da minha garganta e sem sucesso agito minhas mãos para tentar destampar minha visão.

Grito com todas as minhas forças por ajuda, berro para que alguém me tire de lá, mas nada acontece por alguns minutos. É então que mãos grandes e grotescas agarram meus braços e me derrubam no chão, me assustando, minha cabeça bate com força e um bipe agudo se forma nos meus ouvidos, o vestido que eu tanto adorava sendo rasgado e minha pele se arrepiando com o vento cortante.

O clima fica ruim rapidamente e o lugar onde eu estava fica assombroso. Foi como naquele dia, de um minuto para o outro tudo mudou e eu já não sabia mais o que fazer.

Há risadas. Muitas risadas, que ecoam por todo o lugar, apesar de eu saber que são apenas dois homens. Também há um cheiro ruim, cerveja e fumo se bem me lembro, misturados com sujeira e fumaça.

Grito mais agora, com muito mais força, a dor dilacerando meu corpo enquanto os dois canalhas se divertem com meu desespero. Meus cabelos já se soltaram do meu rosto e agora consigo ver a feição dos dois culpados pelo crime.

Inefável | Pablo TorreOnde histórias criam vida. Descubra agora