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-Filha, pega a bola não deixa o papai fugir com ela, corre Milly...

-Corre filha!

-Eu vou te pegar, volta aqui Milly.

Eu corria de um lado ao outro com uma bola de futebol americano enquanto minha mãe gritava meu nome em som de torcida e meu pai tentava pegar a bola de mim.

-Milly!

-Milly!

-Milly!

-Milly!

-Milly...

-Emilly?

A voz da minha tia me despertou daquele sonho e então me sentir no sofá com as lágrimas correndo pelo meu rosto, meu coração estava batendo como se quisesse sair do peito e agora eu soluçava alto, chorando como uma criança.

-Hey...Milly...tá tudo bem?

Ruby entrou na sala com os amigos e correu minha tia, as quatro crianças se sentaram ao meu redor e me abraçaram em silêncio, eu tinha esses sonhos frequentemente o que me tirava o sono durante algumas noites, ter sido despertada naquela hora me destruiu pois eu sabia o fim do sonho...fiquei longos segundos sem ninguém me dizer um A, até eu me acalmar, os amigos de Ruby ficaram do meu lado até eu finalmente me recompor, levantei do sofá e fui para o quarto onde Mario ainda estava dormindo e então eu fui tomar um banho gelado, assim que sai do banho, vesti um short de malha e involuntariamente vesti um casaco xadrez que estava encima da cama, nem lembrava que pertencia ao amigo de Mário, calcei os tênis e então prendi o cabelo em um coque e sai de casa às pressas sem nem levar o celular, assim que passei por uma praça resolvi que ficaria por ali, sentei em um balanço e bolei uma Canabis para relaxar, assim que terminei ouvi o som de um carro atrás, não dei tanta importância já que a rua estava movimentada, mas logo o balanço do lado estralou e eu virei rapidamente para olhar.

-Tudo bem?

-Tem fogo?

Desviei o assunto então ele bufou.

-Toma!

Peguei o esqueiro e então ascendi o cigarro.

-Isso aí não é ilegal?

-E ser membro de gangue é legal desde quando?

-Me pegou, mas vou ser mais esperto da próxima.

-Confia, quer?

-Claro que quero.

A figura do meu lado se tratava de Sad Eyes, ele estava tão calmo que isso me irritava, encarei ele e então revirei os olhos.

-Que foi?

-Nada, só acho que você me parece tudo, menos gângster.

-E por que está me ofendendo?

-Ãn? E desde quando isso é ofensa?

-Eu sou um santo Chica, óbvio que me chamar de qualquer coisa menos um santo me deixa puto.

-Ata, tô nem ai.

-Voce é bem abusada né?

-Talvez seja porque eu não ligo.

Ele riu e então me encarou.

-Conheço esse casaco...você e o assombrado...ãm?

-Ele me emprestou na festa, hoje se manhã rolou umas paradas aí e eu saí de casa sem nem ver a roupa que usava...pra tu ter uma noção, eu nem peguei meu celular.

-Alguem mexeu contigo Chica?

-Não...bem longe disso.

-Quer falar sobre?

𝐅𝐨𝐠𝐨 𝐞𝐦 𝐅𝐫𝐞𝐫𝐞𝐝𝐠𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora