Capítulo 2: Duvidas

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CAPÍTULO 2

Coloquei o celular para despertar mais cedo, mesmo que eu só vá à tarde para a aula, porém eu queria me certificar que nada ocorra fora do planejado. Levantei logo indo para a sala encontrar meus pais que já estavam de pé, pela cara de surpresa deles, acho que não esperavam me ver tão cedo.

- Nossa filho acordou cedo, está tudo bem? Perguntou minha mãe se virando para mim.

- Está sim, vou sair um pouco mais cedo hoje, tenho que encontrar alguém no café.

- Alguém quem? Meu pai se vira para mim com um olhar de desprezo.

- Pai, não é um encontro é só um amigo, vamos conversar sobre um trabalho da faculdade.

- Tyler, sabe que quero o melhor para você, certo? Não quero que se machuque.

- Pai, já tivemos essa conversa. Vou tomar meu banho.

Meu pai é religioso e quando descobriu que Peter é gay, pediu para que eu me afastasse dele, porém eu não disse que ainda somos amigos, então para ele eu me afastei. Na época minha mãe evitou falar sobre esse assunto, não sei a opinião dela a respeito, mas ela não gosta de confrontar meu pai. Por mim tudo bem, desde que isso não me afete de algum modo, não quero decepcionar meus pais logo agora que eles conseguiram superar a morte do meu irmão.

Quando eu tinha 16 anos, minha mãe engravidou de novo, e teria outro menino, mas por ela já não ser tão nova, foi uma gravidez problemática, então ela perdeu o bebê uma semana antes da data estimada pelo médico. Eles já tinham preparado todo o quarto, feito o enxoval completo e já estavam nos preparativos para o dia do parto. Quando minha mãe passou mal, meu pai estava fora, a trabalho, e só ficou sabendo dois dias depois, ele ficou arrasado com a notícia e começou a frequentar a igreja, já minha mãe entrou em depressão profunda sem nem querer abrir as cortinas de casa. Depois de 2 anos finalmente ela começou a sair e socializar novamente, e eu não quero atrapalhar isso.

Depois do meu banho, coloquei um casaco de lã branca, um jeans simples e meu All Star amarelo que amo e fui logo pedalar. Dessa vez queria ir devagar, apreciando a vista, eu estava feliz e nem sabia o motivo.

Quando cheguei, avistei Jeff sentado com seu violão dentro da loja, e dessa vez ele não estava todo bad boy, estava mais soft, com um moletom bege, cabelos soltos e com os óculos escuros na cabeça. A cada metro que chegava perto, meu coração palpitava mais rápido, minhas mãos suavam e poderiam ver de longe que eu estava nervoso, mas eu não poderia perder minha postura.

Não demorei a entrar e me sentei de frente para ele e de novo me olhava com aquele sorriso.

- Olá Tyler, como você está?

- Bom, estou um pouco nervoso, mas estou bem e você?

- Nervoso? É seu primeiro encontro?

- Não é um encontro, já disse. Vamos falar sobre negócios.

- Falou que nem um adulto. Ele riu.

- Eu e meus amigos temos uma banda e estamos preparando nossa primeira música autoral, mas precisamos de um guitarrista, e acho que você seria uma boa adição para nós.

- O que te faz pensar isso? Ele pega um torrão de açúcar no café enquanto olha nos meus olhos dando um sorriso galanteador.

- Bom, você está o tempo todo tocando, até para conversar você o trouxe.

- Eu concordo, com uma condição.

- Pois diga.

- Eu tenho que ser o vocalista junto com você.

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