The Mentalist (Pós fim da série)

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"Senhor Jane, na nossa última sessão você me disse que vinha sonhando com sua falecida filha, Charlotte...os sonhos persistem?"- perguntou a doutora e Jane riu desviando os olhos.

"Me arrependi de ter te contato algo real como moeda de troca para você aumentar a minha dose dos remédios."- disse Jane negando com olhos fixos nas próprias mãos e a doutora riu.

"Você vem aqui há uns bons anos, senta com um sorriso no rosto, conta casos engraçados, mente, omite e desvia, evita compartilhar qualquer detalhe verdadeiro e profundo sobre você... despreza totalmente minha profissão...por que ainda vem? E não me diga que é por que sua mulher exige."- disse a doutora com toda a calma o observando curiosa e Jane riu.

"Ela realmente exige! Ela não esquece uma data de consulta, e sempre fica no meu pé...eu venho por que a faz bem, chego em casa e digo como nossa conversa me fez bem, e ela...ela fica tranquila por um tempo."- disse Jane e a doutora o olhou pensativa.

"Por um tempo...por que é questão de tempo até outra crise de Pânico, ansiedade ou terror noturno seguido de insônia o perseguir...e eles só tem aumentado e você na verdade anda omitindo isso, mas diz para mim que está tudo bem e ainda assim pede para aumentar a dose do remédio."- disse ela e Jane riu.

"Não...mas você pode aumentar as doses do meu remédio?"- perguntou Jane dando de ombros rindo.

"Se dopar de remédio não é a solução, e eu já aumentei, se aumentar mais você vai começar a perder os sentidos, ficar lesado o suficiente para perder os sentidos...quer perder momentos com seu filho por que está dopado de remédio?"- ela perguntou e Jane engoliu em seco deixando o sorriso sumir devagar enquanto olhava para as mãos.

"Eu só quero dormir e não ter uma crise de terror noturno, quero que os pesadelos acabem, não quero ter um ataque do coração no meio do dia por ansiedade, não quero entrar em Pânico e congelar sem conseguir respirar perdendo de fato os meus sentidos, essas coisas eu não quero mais que aconteçam na frente do meu filho."- ele disse e ela o observou.

"A última vez foi na frente dele? Por isso vem insistindo mais e mais para eu aumentar as doses?"- ela perguntou e Jane olhou para o chão pensativo.

"...um pouco antes do aniversário dele eu tive um terror noturno dos bem ruins, ele estava dormindo entre mim e minha esposa...ele ficou extremamente assustado, como se eu fosse uma ameaça, um bicho papão, eu custei a sair do transe...quando percebi onde estava, o vi choramingando no canto da cama enquanto Lisbon me sacudia, ele estava completamente assustado, com medo...com medo do próprio pai...e um pouco depois indo para o trabalho eu bati o carro por que apaguei no volante depois de uma crise de Pânico, Lisbon tem medo de eu pegar o carro agora, ela não diz de forma clara, mas é fácil de interpretar..."- disse Jane e a doutora concordou.

"Não posso mais aumentar suas doses, na verdade quero as diminuir...os motivos das suas crises em sua maioria são externas, sabemos disso, você vive constantemente em um estado de alerta tenso, e tenta esconder isso de todos, e sempre tem algo que aumenta suas crises, quando você teve o terror noturno recentemente, o que o preocupava?"- ela perguntou e Jane ficou pensativo.

"Eu recebi uma carta...mas não vou discutir o assunto."- deixou claro ele e ela concordou.

"Tudo bem...e agora o que vem o deixando preocupado? Ainda é a carta?"- ela perguntou e Jane deu de ombros.

"Eu e Lisbon...estamos tentando...ter mais um bebê..."- ele disse ponderando se contava esse detalhe, ele sabia que o sigilo médico e paciente era uma piada para as pessoas que quisessem de fato o fazer mal, para as pessoas do submundo.

"Oh...que passo importante, e como tomaram essa decisão? Como foi para você? Isso tem tirado o seu sono? Você não parece tão entusiasmado."- ela disse o observando e Jane riu dando de ombros.